1984
Dez anos depois de os Otero terem sido assassinados, os representantes do conselho administrativo da cidade abordaram o chefe de policia LaMunyon certo dia e passaram a fazer perguntas sobre o BTK. Quanto mais falavam, mais surpreendiam LaMunyon.
Ninguem tinha noticias do BTK havia cinco anos, mas as pessoas ainda estavam assustadas. Gene Denton, o administrador executivo da cidade, e Al Kirk, um comissário municipal, queriam algo fosse feito. Perguntaram o que seria necessário para capturar o BT.
"Dinheiro e um efetivo do qual não posso abrir mão", respondeu LaMunyon.
Para espanto do chefe de policia, Kirk afirmou que a intenção era tornar isso possível.
A prefeitura não direcionou mais verbas a LaMunyon, mas lhe deu uma concessão temporária para remanejar o orçamento do qual dispunha. Denton disse que a polícia poderia receber um computador. Computadores pessoais eram novidade; LaMunyon se deu conta de que recurso poderia economizar milhares de horas de trabalho fazendo cálculos, armazenando enormes quantidades de dados e permitindo aos policiais fazer pesquisas cruzadas em listas de suspeitos com bastante rapidez.
Quando surgiu uma complicação para a obtenção de um computador para a policia, Ray Trail, um alto funcionário da prefeitura, emprestou o seu.
LaMunyon planejou a investigação mais sofisticada da história da cidade, empregando não apenas o processamento de dados, mas também as novas teorias do FBI sobre ciência comportamental e os então recentes desenvolvimentos no campo da genetica. Os policiais tinham o DNA do BTK - no sémen ressecado em um envelope desde as mortes dos Otero.
LaMunyon escolheu a dedo os membros da força tarefa depois de conversar com o alto comando.
"Me digam quem são seus melhores homens", pediu ele.
***
Alguns dias depois, o supervisor de Landwehr o mandou ao escritório de LaMunyon para um novo serviço. O policial sentiu uma pontada se insegurança, perguntando-se o que poderia ter feito de errado. Quando chegou ao escritótio do chefe de policia, Landwehr viu diversos homens que conhecia: o capitão Gary Fulton, o tenente Al Stewart e os policiais Paul Dotson, Ed Naasz, Mark Richardson e Jerry Harper. Haveria mais um, ele descobriu: Paul Homes, um policial ferido junto com o parceiro, Norman Williams, em um tiroteio no Instituto de Fonoaudiologia, perto da esquina da Twenty-first com a Grove, em 1980.
O chefe de policia LaMunyon informou que estava montando uma força tarefa secreta.
"E voces são ela".
Eles formavam um grupo incomum. Holmes, que matara um homem, era baixo, magricela e falava com um tom de voz suave. Fazia anotações meticulosas em minúsculas letras de forma; era muito organizado. O chefe de policia vinha monitorando a recuperação de Holmes depois do tiroteio e descobriu que ele e Harper tinham trabalhado no caso do BTK por conta própria durante oito anos, estudando arquivos e entrevistando testemunhas.
Stewart sabia mais sobre computadores do que a maioria das pessoas.
Dotson, sagaz e pensativo, logo se transformou em um dos melhores amigos de Landwehr. Os dois se aproximaram em parte porque ambos eram ambiciosos, perfeccionistas cheios de dúvidas em relação a si mesmos de um senso de humor macabro.
LaMunyon vinha acompanhando a situação de Landwehr desde seu ferimento no braço e sabia que ele ajudara a fazer com que a Special Olympics se transformasse na iniciativa de caridade oficial do departamento. Ouvira falar que Landwehr tinha o costume de cair na farra, mas tambem era bastante talentoso.
A não ser por Holmes e Fulton, nenhum dos homens reunidos para a força tarefa participara da caçada ao BTK, mas para LaMunyon era melhor assim. Ele acreditava que estava na hora de obter novas perspectivas.
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BTK MÁSCARA DA MALDADE
De TodoUma obra escrita Roy Wenzl, Tim Potter, Hurst Laviana, L. Kelly. Editora Darkside