52. O MONSTRO É BANIDO

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17 A 19 DE AGOSTO DE 2005.

Para a leitura da sentença de Rader, em Agosto, a chefe do gabinete da promotoria do distrito, Nola Foulston, acreditava que um testemunho detalhado sob os holofotes do país inteiro seria conveniente.

Muitos cidadãos de Wichita, incluindo alguns advogados de defesa criticaram essa decisão. Rader tinha confessado e aceitado seu destino. Por que arcar com os custos de uma audiência desse tipo? Por que colocar todos os detalhes sórdidos na televisão, para chocar as famílias das vitimas e envergonhar de maneira desnecessária e esposa e os filhos inocentes de Rader? Foulston estava tentando atrair atenção par si mesma?

O promotor Kevin O'Connor desprezava as fofocas dos bastidores. Por um lado, Foulston perguntara a cada uma das famílias das vitimas do BTK se tinham algum problema com a divulgação das evidencias. Ninguem objetou. por outro lado. O'Connor disse: "Se quiséssemos chamar atenção, a melhor maneira de fazer isso teria sido convocar uma coletiva de imprensa de e ficar ali em pé , apenas a promotoria pública, falando e falando sem parar durante horas diante das cameras. Mas não foi isso o que Nola fez. 

As pessoas precisavam ouvir dos policiais a respeito do que eles sabiam, ela decidiu. Caso contrário, a única explicação pública completa sobre os crimes do BTK teria vindo próprio Rader, na audiência preliminar. Embora o relato de Rader para o Juiz tivesse saindo detalhado e horripilante, ele minimizou o aspecto da tortura. 

O'Connor disse que havia outro motivo para prosseguirem, Foulston tinha longa a experiência com vitimas de crime. Mantivera a promessa, feita anos antes, de lidar com alguns julgamentos de homicidios ela mesma, além do trabalho que já tina para supervisiona mais de cinquenta promotores assistentes. Ela sabia como era terapêutico para familiares de vitimas confrontarem pessoalmente um assassino em seu momento de justiça. "É quase como uma maneira de a familia dizer "voce não se safou disse ", justificou O'Connor.

Havia outras vantagens, algumas delas de motivação mais sombria. Otis sabia o bastante sobre Rader para saber que ele temia pela própria vida na cadeia e queria que os presidiários achassem que estavam prestes a conhecer um assassino em série dos mais cruéis - um homem perigoso, que deveria ser levado a sério. Otis também sabia que os criminosos aprisionados pensavam sobre molestadores de crianças e sujeitos que gostam de vestir roupas femininas. Esperava que todos os detentos planejassem assistir a condenação de Rader pela televisão.

Na audiência, realizada ao longo de dois dias. Foulston pediu aos detetives que relatassem detalhes repugnantes sobre cada assassinato quando sentassem no banco das testemunhas. "Eu estava tão cansada da arrogância que tinha demonstrado na audiência preliminar", a promotora diria mais tarde. "Muito do que fizemos na audiência foi planejado deliberadamente para acabar com aquela arrogância ao mostrar ao público quem ele era de verdade."

Ray Lundin, do KBI, contou que Rader tinha zombado de Josie Otero durante sua confissão. Dana Gouge calçou luvas de borracha e mostrou os brinquedos que o BTK tinha jogado dentro do banheiro para deixar os filhos de Shirley Vian ocupados enquanto ele a estrangulava. Foulston O'Connor e o promotor Kim Parker exibiram fotografias que  Rader tinha tirado de si mesmo praticando Bandage, usando Sutiã e camisola roubados.

Otis tentou fazer com o que o réu estabelecesse contato visual com ele enquanto relatava como se dera a confissão do assassinato de Vicki Wegerle, mas Rader evitou encara-lo, erguendo os olhos apenas para espiar as fotos do corpo dela quando eram mostradas no telão do tribunal.

Algumas das coisas que Foulston e os policias fizeram no tribunal foram planejadas para abalar a mente de Rader. Foulston queria manda-lo para a prisão como um homem abalado psicologicamente. Vinha ponderando sobre como fazer isso, e as descrições vividas de Landwehr de Rader como um maníaco por limpeza compulsiva lhe deram uma ideia de como fazer isso. 

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