SETEMBRO DE 1986
Bill Wegerle voltou mais cedo para casa para almoçar, conforme planejado. Na esquina da Thirteenth com as West Street, um Monte Carlo passou por ele na direção oposta. Bill achou que era o carro da esposa, mas então viu um homem alto ao volante.
Quando chegou em casa, o Monte Carlo não estava la. Vicki tampouco. Isso o aborreceu - o filho deles estava sozinho. Bill não conseguia imaginar por que Vicki sairia e carro e deixaria uma criança de dois anos sozinha; talvez tivesse saído para fazer uma comprinha rápida. Bill pegou Brandon nos braços e esperou. Fez um sanduíche e o comeu. Começou a andar de um lado para o outro.
O tempo passou; ele foi ficando intrigado. Precisava voltar ao trabalho. Andou pela casa outra vez. Quarenta e cinco minutos se passaram antes que a encontrasse.
Instantes depois, um operador da central de emergências ouviu a angustia em sua voz. "Acho que alguém matou minha esposa", disse ele. O operador o ouviu gemer. "Vicki, Vicki, Vicki, Vicki, Vicki, ah Deus, Ah não não não não".
Rader tinha partido com o Monte Carlo para o oeste, e em seguida dirigiu na direção norte por mais ou menos 1,5, até a Twenty First Street. Em uma lixeira do lado de fora de uma sorveteria Brauns, descartou a maleta. Em uma lata de lixo do lado de fora de uma loja de escapamentos, se livrou do capacete de proteção - depois de arrancar o adesivo da Southwestern Bell. Além do adesivo, guardou as fotos polaroides. Depois voltou a rua da mulher, estacionou o Monte Carlo ao lado de um açougue e andou ate sua van, estacionada em frente a casa dela.
Ele ouviu as sirenes.
***
Dois bombeiros, Ronald Evans e o tenente Marc Haynes, encontraram Bill Wegerle socando a parede da varanda. "Se eu tivesse chegado cinco minutos mais cedo, poderia ter feito alguma coisa", disse a eles.
A esposa foi encontrada no quarto. Havia um canivete ao lado de sua cabeça. Bill contou mais tarde que usara para cortar os cadarços e a meia de nailon em volta da garganta dela. Não havia espaço para prestarem socorro, portanto a carregaram para a sala de jantar.
Uma ambulância chegou. Uma paramédica de 28 anos, Netta Sauer, viu Bill no jardim da frente, conversando com um policial e segurando um menininho. A criança parecia calma.
Na sala de jantar, Netta encontrou os bombeiros começando a RCP, embora Vicki parecesse morta. O rosto exibia manchas escuras, e a causa era óbvia, dada a marca de ligadura envolta do pescoço. As mãos estavam amarradas as costas; o couro tinha deixado marcas profundas na pele. Também havia cadarços espalhados. O assassino fizera aquilo na frente do menino. Será que ele tinha chorado? Será que o assassino o tinha machucado?
Netta e outros paramédicos insistiram na tentativa de reanimar Vicki por mais dez minutos, depois a colocaram na ambulância. Uma equipe de televisão os filmou.
Enquanto Netta a levava embora, viu o marido ainda parado no jardim segurando o filho, conversando com a policia.
No pronto socorro do Hospital Riverside, os médicos declaram a morte de Vicki. Netta ouviu alguém dizer que os policiais desconfiavam que o marido poderia ter cometido o crime.
***
Os detetives que investigaram a morte de uma esposa em casa costumam suspeitar primeiro do marido. É um procedimento padrão: descarta-lo imediatamente como suspeito ou estabelecer a culpa. Portanto, os detetives fizeram perguntas direta a Bill: Que horas voce disse que viu o Monte Carlo? Por quanto tempo ficou em casa antes que percebesse sua sua esposa estava no quarto? Quarenta e cinco minutos? Por que demorou tanto tempo?
Bill não demonstrou muitas emoções. Seus amigos sabiam que ele se comportava assim pior que era reservado: mas, para aqueles policiais, naquelas circunstancias, Bill transmitiu uma impressao de insensibilidade.
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BTK MÁSCARA DA MALDADE
RandomUma obra escrita Roy Wenzl, Tim Potter, Hurst Laviana, L. Kelly. Editora Darkside