26 DE FEVEREIRO DE 2005
O chefe Williams, Landwehr e a maioria dos oficiais do alto comando tinham passado quase toda a vida em Wichita. Conheciam as virtudes da cidade - um lugar excelente para criar filhos, uma comunidade onde os vizinhos tratavam uns aos outros como familia, lar de alguns dos mais inteligentes engenheiros aeronáuticos e dos centros mais sofisticados de fabricação de aeronaves do planeta. Mas essas qualidades nunca tinha sido suficientes para eliminar a insistente insegurança que os nascidos ali sentiam a respeito do local onde moravam. Recém chegados costumavam ficar perplexos pela maneira de Wichita gostavam dos deslocamentos de apenas dez minutos para chegarem ao trabalho , do transito tranquilo e dos lindos crepúsculo mas muitos reclamavam abertamente de que não havia "nada " para fazer, nenhuma para, nada de montanhas e (supostamente)nenhum feito do qual se orgulhar. O mundo adorava O mágico de Oz, mas muitos locais faziam caretas diante de referencias a Dorothys e Totó; achavam que o filme fazia com que os cidadãos do Kansas parecessem caipiras.
Os policiais tinham isso em mente enquanto se preparavam para aumentar que haviam acabado de colocar um fim ao mais extenso reinado de medo de um assassino em série da história dos Estados Unidos. Também estavam conscientes de que a estratégia e as táticas concebidas por Landwehr e pelo FBI serviriam de modelo de um trabalho policial sofisticado, a ser estudado em Quantico e em outros lugares em anos vindouros. A cidade tinha muito do que se orgulhar.
O anúncio seria transmitido para todo o planeta, e Wichita, representada por sua força policial, poderia se mostrar orgulhosa em um palco de alcance mundial. Tivesse a policia mantido a ideia de um comunicado marcado pela brevidade e dignidade, como planejado originalmente, as criticas públicas a cidade teriam sido evitados.
Mas, no dia da prisão de Rader, Williams concluiu que não seria possível ser breve. O chefe de polícia prezava pela generosidade. Por achar que devia gratidão a inúmeras pessoas, queria que todas estivessem com ele no anúncio. O KBI, uma divisão da promotoria do estado, cedera agentes e recursos durante onze meses. O FBI se mantivera envolvido na investigação por décadas. O deputado Todd Tiahrt providenciara 1 milhão de dólares em fundos federais justamente quando os administradores do departamento estavam federais justamente quando sobre como pagar as horas extras, as coletas de DNA e outras despesas.
Havia outras considerações: Landwehr queria seguir o protocolo e ter o xerife Gary Steed anunciado a solução dos homicidios de casos. A prometera Nola Foulson precisava explicar as acusações e o processo pendentes. O prefeito queria confirmar o fim do longo calvário da cidade.
Williams decidiu deixar todos se pronunciarem.
Mas, assim que os políticos entraram em cena, o departamento de polícia teve uma discussão feia com alguns deles.
Os policiais pretendiam ligar para as famílias das vítimas naquela noite e contar que o BTK tinha enfim sido preso e que todos estavam convidadas para a coletiva de imprensas na manhã seguinte. Quando Johson contou isso para os políticos locais, alguns apresentaram vigorosas objeções. Disseram que as famílias não deveriam ser informadas de nada, porque poderiam dar com a língua nos dentes e contar para a imprensa antes - e roubar os holofotes.
Quando os policiais ouviram isso, alguns ficaram furiosos: seus nervos estavam flor da pele devido aos onze meses com semanas de setenta horas de trabalho para eles encontrarem a qualquer momento. Alguns dos membros da força tarefa tinham criado laços com as famílias das vitimas, que tinham convivido com o pesar durante décadas. Os detetives ligaram para as famílias, uma a uma, e contaram o que aconteceria pela manhã.
***
Em um intervalo de poucas horas após a prisão de Rader ainda que a policia ainda não tivesse feito nenhum anúncio, os repórteres do Eagle já tinham descoberto seu nome e profissão, que seria acusado de ser o BTK, que os policiais estavam enchendo um caminhão de evidencias retiradas de dentro de sua casa, que tinham revistado a prefeitura de Park City, a biblioteca local e a igreja que ele frequentava. Entrevistando os vizinhos, consultando registros públicos e pesquisando na Internet, os funcionários do jornal começaram a construir um retrato de Rader e de sua familia e a reunir fotos deles. Rader parecia um homem diferente em cada foto - era um camaleão humano. Naquela tarde, a editora Sherry Chisenhall ficou surpresa ao receber um email com o que se alegava ser uma foto da carteira de motorista do suspeito, junto com um bilhete descrevendo a aparência do "monstro". Seguindo a cadeia de endereços de emails encaminhados, constatou que o remetente original trabalhava para a prefeitura de Wichita. Querendo confirmar que era mesmo Rader - o sujeito naquela foto se parecia com o ator de Monty Python, John Cleese, com uma barba; a foto de Rader no website de Park City se parecia mais com um sorridente Jason Alexander de Seinfeld - ela entrou em contato com Landwehr. Para confirmar que a foto era de Rader, disse o tenente, ele precisaria ve-la, junto com a sequência de emails. Um número limitado de pessoas teria acesso a algo assim. Chisenhall lhe encaminhou tudo. De fato, era a foto da carteira de motorista de suspeito, confirmou Landwehr. O remetente original era um detetive do Departamento Contra Roubos e Assaltos.
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BTK MÁSCARA DA MALDADE
AcakUma obra escrita Roy Wenzl, Tim Potter, Hurst Laviana, L. Kelly. Editora Darkside