45. O PERSEGUIDOR É PERSEGUIDO

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24 DE FEVEREIRO DE 2005

Os policiais trabalharam noite adentro no dia 14 de Fevereiro. Gouge digitou quatro mandados de busca e pediu que O'Connor e Parker os revisassem. Eles precisavam que um juiz assinasse os documentos, mas os promotores achavam que os jornalistas poderiam estar de olho nos juízes dos tribunais do condado de Sedwick, observando quem entrava e saia. Parker ligou para o juiz Gregory Waller e lhe pediu para subir a rua até a sede da força tarefa no Epic Center.

Janet Johson planejava como anunciar a captura para o mundo. Ficou surpresa por não ter havido vazamento até então, Morton, o especialista em perfis do FBI, foi informado por telefone para viajar de Quantico a Wichita no primeiro avião disponível. O chefe Williams tinha decidido que a melhor maneira de fazer o BTK confessar era designar Landwehr e Morton como primeiros interrogares.

Dan Harty e outros investigadores da unidade contra o crime organizado vinham coletando amostras de pessoas para a força tarefa desde Julho. Era um trabalho repetitivos, e Harty já estava cansado de tanta monotonia. Ele ficou surpreso com o que Landwehr lhe disse naquele momento: " Preciso que voce vista seu uniforme amanhã; voce e Scott Moon vão estar na equipe de detenção".

Landwehr afirmou que queria uma dupla de policiais uniformizados impressão de que se tratava de uma blitz rotineira. Landwehr queria Harty e Moon porque ambos ja haviam detido centenas de membros de gangues, muitos deles armados e violentos, algumas vezes perseguindo-os a pé. Landwehr estava convicto de que seus detetives conseguiram dar conta de Rader, mas queria Harty e Moon la tamben.

Uma reunião no Epic Center foi marcada para finalizar os planos sem demora. Landwehr, o capitão Josh Speer e o subchefe de policia Robert Lee encontraram as portas fechadas; esperaram até que alguém pudesse deixá-los entrar. 

Speer se lembraria dos minutos silencioso, olhando para as luzes da cidade. Apenas os tres e um punhado de outros policiais tinham conhecimento da noticia que  a cidade esperava ouvir havia 31 anos: o BTK seria posto atrás das grades. Landwehr estava sorrindo. Ele e os outros nunca tinham demonstrado muita feição, exceto pelo grosseiro senso de humor policial, mas muitos homens tinham se abraçando naquela noite. Landwehr pegou seus cigarros e acendeu um.

"Sabe, Kenny", disse Lee. "Se for mesmo ele, eu vou fumar um cigarro com voce." Lee não fumava fazia anos.

Landwehr puxou metade de um cigarro para fora do maço e o estado para Lee. Em seguida entregou outro para Speer, que parara de fumar quinze anos antes. Nenhum dos não fumantes tinha fósforos, então Landwehr ofereceu o isqueiro aceso para os dois amigos. Então ficaram ali, fumando na garagem silenciosa.

***

Na reunião, os detetives do caso BTK de repente se viram passados para trás e putos da vida. O chefe de policia queria que a equipe da SWAT, não a força-tarefa do BTK, realizasse a prisão.

Fazia sentido; aquela seria a maior prisão que o departamento já fizera. Havia uma chance de que, se a ação não fosse realizada de forma perfeita, o BTK pudesse queimar as evidencias, explodir a casa, se matar ou tentar levar alguns policiais consigo. A equipe da SWAT era bem treinada.

Otis soltava fogo pelas ventas. Mas não adiantava muito discutir. Os departamentos de policia eram bem parecidos com unidades militares - ordens era ordens.

Mas Otis era Otis.

"Chefe, eu quero muito fazer parte dessa prisão."

Williams apenas olhou para ele.

"Escute só", continuou Otis, "a única diferença entre mim e a equipe da SWAT é que um cara da SWAT tem uma metralhadora e eu não. Mas quer saber de uma coisa? Eu não preciso de uma. Todos nós trabalhamos neste caso e queremos muito realizar a prisão."

BTK MÁSCARA DA MALDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora