17.O INSTALADOR

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Um instalador de alarmes da companhia de segurança ADT se tornou um grande amigo de Dennis Rader desde que começaram a trabalhar juntos, na década de 1970. Eles compartilhavam muitas histórias e risadas, e até mesmo cuidavam dos filhos um do outro quando um dos dois precisasse sair. Havia noites em que o instalador e sua esposa chegavam em casa e se deparavam com Rader embalando o filho do casal nos braços.

Para o instalador, que não quis seu nome usado neste livro, Rader parecia normal, acessível e educado.

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Depois que se tornou supervisor , Rader proibiu que os demais funcionários falassem palavrões ou contassem piadas de mau gosto na frente das mulheres.

Mas ele tambem tinha suas esquisitices. O instalador achava que Rader as vezes era inflexível e um pouco controlador. Por exemplo, o supervisor se recusava a entregar  novos rolos de fita isolante a não ser que os instaladores lhe mostrassem os cilindros de papelão dos rolos usados. Isso  parecia estranho.

Rader usava sapatos cinza da Hush Puppies e no inverno aparecia com o mesmo tipo de chapéu com abas do Hortelino nos desenhos do Pernalonga. Conversava bastante sobre sua igreja e sua família. Era sempre agradável com a esposa, Paula, e falava com orgulho sobre os dois filhos.

Também era competente no trabalho. Em certa ocasião, um proprietário de uma residência no opulento bairro de Vickridge que costumava sair de casa varias vezes por dia perguntou se poderia ser instalado um alarme de tal maneira que não fosse obrigado a desarmá-lo toda vez que chegasse. Rader então inventou um engenhoso mecanismo de espera e um temporizador que eliminava a necessidade de reiniciar o alarme constantemente.

O instalador andava com Rader nas caminhonetes da ADT. O supervisor sempre carregava consigo uma bolsa de ginástica azul-escuro. Parecia estranhamente cuidadoso com ela; o instalador não sabia ao certo por que. No trabalho, Rader as vezes desaparecia por algumas horas, dizendo que precisava de peças ou equipamentos.

O instalador andava com Rader nas caminhonetes  da ADT por vezes trabalham em Hutchinson, Salina e Arkansas City, cidadezinhas localizadas a quilometro de Wichita. A ADT permitia que passassem a noite nesses lugares, mas Rader sempre voltava no mesmo dia, sob a justificativa de que precisava ir as aulas na UEW.

Rader andava com um bipes e as vezes precisava trabalhar até de madrugada.

Fora do trabalho, o instalador e Rader gostavam de cerveja, piadas, pescaria, jardinagem e caça. Foram caçar codorna juntos certa vez no reservatório Marion.

Um dia Rader perguntou se o instalador conhecia uma maneira de amarrar pés de tomates para que se tornassem mais produtivos. O instalador recomendou meia - calça um material forte, flexivel, facil de amarrar. Rader mais tarde disse que a meia calça tinha funcionado bem.

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Rader começara a trabalhar na ADT em novembro de 1974, quando Jim Wainscott era o gerente da filial de Wichita. Rader tinha 29 anos a época. Wainscott administrava o serviço de vigias da ADT e cuidava de algumas instalações e vendas de dispositivos de alarme.

Assim como o instalador, Wainscott se lembraria dele como uma pessoa normal.

Na entrevista de emprego, Rader não puxou seu saco nem tentou se supervalorizar. Prestava bastante atenção enquanto Wainscott descrevia o trabalho. Wainscott, a principio, pensou que Rader estava tentando entende-lo melhor para que pudesse dizer o que o entrevistador queria ouvir,  mas quando Rader respondeu as perguntas, pareceu bastante a respeito do que era capaz de fazer.

Wainscott levantou a possibilidade de ele preencher uma vaga como vigia. Rader disse não. Queria ser policial algum dia, "com todas as forças",mas trabalhar como segurança a noite não daria certo - ele estava frequentando as aulas noturnas para concluir o curso de administração do sistema judicial da Universidade Estadual de Wichita.

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Os instaladores da ADT bebiam em um bar chamado Play Pen na South Washington. Eles tinham um código . Mandavam um rádio uns aos outros "PP30". Isso significava: "Encontro voce no Play Pen as 16:30". Rader adorava pequenos códigos espirituosos.

As vezes, os dois amigos bebiam mais do que o recomendável. Rader algumas vezes bebia bastante, mas nunca até cair.

  Algumas vezes, o instalador recebeu telefonemas de Paula Rader tarde da noite, perguntando se ele sabia onde Dennis poderia estar.\

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