41. P.J WYATT

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AGOSTO A NOVEMBRO DE 2004

Tres dias depois que Johson contou ao FBI que a policia estava tomando a iniciativa, a força tarefa inventou um motivo convincente para falar com com o BTK e induziu a imprensa a cumprir um papel bastante importante no plano. No dia 20 de Agosto, Landwehr se postou diante dos repórteres e começou a falar sobre a carta do BTK de 1978. Destacou que incluis um poema, "OH! MORTE A NANCY", que era uma adaptação da canção popular "O DEATH". Parte do poema dizia:

Vou encher sua boca até voce nao conseguir falar. Vou amarrar suas pernas até voce não conseguir andar. Vou amarrar suas mãos até voce não conseguir resistir. E finalmente vou fechar seus olhos para que voce não consiga ver. Vou levar uma morte  sexual a voce para o meu ser. BTK

Landwehr citou a mensagem do BTK de maio de 2004, que incluía "P.J" como um dos títulos dos capítulos e destacou que a professora de ingles P.J.Wayatt usara "O death" em um curso na Universidade Estadual  de Wichita na década de 1970.

"Estamos pedindo ajuda da população para identificar qualquer pessoa que tenha usado essa obscura canção popular e tenha tido contato com a Dra. PJ. Wyatt, que morreu em 1991" disse Landwehr. "Os especialistas em perfis do FBI confirmaram nossa crença de que existe uma ligação definitiva entre a referencia a P.J ma carta que recebemos em maio passado e a canção popular "O death".

Tratava-se de um exagero deliberado. Os investigadores tinham consultado Wyatt como especialista em 1978. Depois que ela reconheceu que o poema do BTK era uma versão da canção, a policia lera cópias das listas de chamadas de seu curto. Mas o BTK não afirmara ter frequentado o curso de Wyatt nem que que conhecia a professora.

Foi apenas uma isca em uma caçada inútil, e os jornalistas embarcaram na busca com entusiasmo. No Eagle, o repórter policial Stan Finger, o estenógrafo de tribunal Ron Sylvester e outros na redação fizeram hora extra para descobrirem tudo que conseguissem sobre a professora, uma mulher bastante reclusa. Conversaram com amigos de Wyatt de Michigan, com ex funcionários de extinta loja de peças de rádio dos pais dela e com incontáveis fontes na universidade. O resultado foram dois dias de matérias de primeira página, com fotos, quadros informativos, até mesmo uma coluna sobre a história da canção, que sequer era "obscura". Vinha sendo regravada pelo menos desde a década de 1920 e estivera presente no filme: E ai, Meu irmão, cade voce?, estrelado por George Clooney.

As verdadeiras intenções da força tarefa foram explicadas no memorando interno de Johson: "Ao fazermos esse comunicado,  nós o estamos convidando a responde: 1 Por que ele nunca pensou que faríamos essa ligação ou 2 para nos dizer como somos burros ou estamos errados. Em relação a imprensa, isso desviará um pouco a atenção de toda aquela coisa em Argonia por dar a eles algo mais para seguir. Isso também mostrará a população que temos pistas e que estamos fazendo outras coisas além de apenas coletar amostras."

Johnson subestimou a quantidade de repórteres do Eagle e sua disposição em deslocar pessoas de toda a redação para ajudar com a cobertura do caso BTK. Tim Potter continuou a escrever sobre a a morte em Argonia, e Abe Levy - que tratava da cobertura de assuntos relacionados a religiões - e Katherine Leal Unmuth - repórter que cobria o setor de educação superior - tiveram papéis importantes nas matérias sobre Wyatt.

Os investigadores também esperavam que a reportagem sobre Wyatt fosse deixar o BTK ansioso, conforme Johson destacou: "Ele é tão cuidadoso e calculista que não cometerá um homicidio enquanto estiver preocupado com alguma coisa. Isso irá deixa-lo desconcertado."

O Eagle trabalhou para ampliar a cobertura para além das coletivas de imprensas de Landwehr. (No fim das contas, o jornal viria a publicar quase oitocentos textos sobre o caso.) Laviana conversou com homens que tiveram suas amostras coletadas pela força tarefa. Potter entrevistou os ex-especialistas em perfis do FBI Robert Ressler e Gregg McCrary para obter uma imagem de como os assassinos em série pensavam e agiam. E Potter voou para o novo México. Na Penitenciaria do Oeste do Novo México, Potter encontrou Charlie Otero, com um cavanhaque e a cabeça raspada, cumprindo uma pena de tres anos por lesão corporal grave em um caso de violência doméstica. Charlie fora um aluno exemplar e estava no caminho para se tornar um Eagle Scout, estivera a deriva em termos emocionais e se tornara usuário de drogas.

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