38. "A HISTÓRIA DO BTK"

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MAIO E JUNHO DE 2004.

Landwehr se perguntava se o BTK poderia segui-lo até sua casa alguma noite e descobrir que ele tinha uma família.

Provavelmente não. Mas pediu que o alto-comando mandasse viaturas policiais passarem por sua casa - e pela de sua mão - de hora em hora. Mas suspeitavam que os policias já tivessem fazendo isso por conta própria.

Sua mãe, Irene, não falou para ele que estava assustada, mas confidenciou isso para Cindy, que por sua vez disse que o BTK deveria estar velho aquela altura, agindo com mais cautela. Cindy entrou em contato com Morton mesmo assim.

Ela estendia por que Landwehr precisava falar com o BTK na televisão, disse ao agente do FBI. Mas seu filho tinha se transformado ele mesmo em um alvo, e andava dizendo para James, seu menino de 8 anos, que ele não podia brincar no jardim da frente e que nunca deveria abrir a porta para desconhecidos. O menino estava assustado.

Morton respondeu que assassinos em série quase nunca caçavam policiais - preferiam vitimas indefesas. "Tome precauções", aconselhou. "Mas não fique pensando nisso."

***

Landwehr ficou apreensivo durante algumas semanas sobre a efetividade da estratégia de tentar se comunicar com o BTK. Suas preocupações desaparecem no dia 4 de maio, 46 dias depois do aparecimento da mensagem sobre Wegerle.

Uma recepcionista da KAKE-TV encontrou um envelope na correspondência da emissora que tinha como remetente de Thomas B. King - uma brincadeira com as iniciais do BTK. 

O diretor jornalístico da emissora, Glen Horn, abriu o pacote e encontrou diversos itens: um caça palavras, fotocópias de duas carteiras de identidade, uma cópia de um distinto com as palavras "Agente Especial" e trazer títulos de capítulos para algo intitulado "A História do BTK". Havia referencias a feitiches, "P.J.". UM "último espectáculo", e a pergunta: HAVERÁ MAIS?

A KAKE acionou a policia. Otis foi buscar o pacote. A emissora filmou a coleta do material, para grande irritação do detetive. Ele foi embora sem dizer nada, para grande irritação de Horn.

O caça palavras incluía uma sessão chamada "Ruse" (Estratagema), que incluía as palavras serviceman, insurance e realtor (técnico de manutenção, seguro e corretor de imóvel). O BTK estava insinuando que ganhava acesso as casas das vitimas fingindo estar lá a trabalho.

***

James Landwehr certo dia ligou para o pai na polícia. "Pai, voce precisa vir para casa! Por que não voltou para casa?

Landwehr e Cindy não tinham contado a James o que estava acontecendo.

Para James, era como se seu pai tivesse desaparecido. As vezes, passava 24 horas no trabalho. Ou voltava para casa por alguns minutos para coloca-lo para dormir, depois pegava o carro e ia embora de novo. James era uma alma carinhosa; cumprimentava todas as pessoas que conhecia bem com um abraço de urso. Seu vínculo com o pai tinha se aprofundado, e não havia nada de que Landwehr gostasse mais do que de ajuda-lo com a lição de casa ou de brincar com ele. James agora estava vendo o pai na televisão, e pressentia algo sinistro.

"Voce precisa vir para casa." insistiu.

"James", disse Landwehr. "Voce sabe que as vezes eu preciso trabalhar até tarde para pegar algum bandido. É isso que estou fazendo agora.

Os Landwehr debatiam sobre revelar ou não uma versão mais detalhada da verdade. Mas como contar a um menininho sobre o BTK? E que seu pai o estava caçando.

***

Otis ainda estava em dúvida se a pessoa que vinha enviando as mensagens era o BTK ou alguém que tinha encontrado os troféus do assassino. Os itens envidados ao Eagle e a KAKE estavam perfeitamente limpos. As únicas impressões digitais nos papéis pertenciam as pessoas que os tocaram depois de os envelopes terem sido abertos. Não havia um mísero cabelo perdido, nenhuma gota seca de suor.

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