21. VICKI WEGERLE

9 0 0
                                    

R16 DE SETEMBRO DE 1986

O trabalho de Landwehr na força tarefa dos caça fantasmas lhe rendeu  uma promoção para detetive em 1986.

No dia 16 de Setembro daquele ano, ele dormiu até depois do meio dia estivera trabalhando até tarde. Caso tivesse acordado e saído  para a varanda, poderia ter visto o homem que procurava sair de um Monte Carlo dourado 1978.

***

Rader tinha atraído para a vizinhança de Landwehr tres semanas antes, quando viu uma moça entrando naquele automóvel. O veiculo o fazia se lembrar do carro de Marine Hedge. Depois que começou a seguir a jovem residente de Wichita, viu que ela tinha um marido, mas passada bastante tempo sozinha em casa. As vezes enquanto ficava vigiando a movimentação do lado de fora da casa, o BTK ouvia um piano.

Rader achava que ela  tocava lindamente.

***

Durante os primeiros anos em que Landwehr morou em seu pequeno apartamento de solteiro no condomínio Indian Hills Apartaments, o zelador era um homem chamado Bill Wegerle. Landwehr considerava Bill um cara legal, de temperamento tranquilo. Já outras pessoas que conheciam Bill diziam que ele não demonstrava seus sentimentos.

***

A esposa de Bill. Vicki, costumada ficar em casa durante o dia tomando conta do filho de dois anos, Brandon, em sua casinha no numero 2404 da West Thirteenth. Passava bastante tempo com Brandon e com Stephanie, a filha de nove anos.

Também cuida eventualmente do filho recém nascido e da filha de dois anos de Wendi Jones, uma amiga. Vicki gostava de bebes. Ela se oferecia como baba na Igreja Luterana St. Andrews, a paroquia que frequentava, e na igreja metodista Unia de Asbury, que ficava em seu bairro. Wendi achava que Vicki tinha instinto materno e uma presença tranquila - ela nunca levantava a voz, nem mesmo quando os bebes testavam sua paciência. Algumas vezes, quando chegava  a casa de Vicki para buscar os filhos, Wendi puxava uma cadeira e elas conversavam, vendo as filhas brincarem.

***

Rader gostou do que viu: uma mulher jovem e loira sozinha durante o horário comercial. Gostava tanto de ouvi-la tocar que a chamou de "Projeto Piano" em suas anotações.

***

Depois que Bill saiu do emprego de zelador no condomínio Indian Hills Apartaments, passou a trabalhar como  pintos de paredes. No dia 16 de Setembro, avisou a Vicki que estava pintando uma casa não muito longe dali e que passaria em casa para almoçar - precisava fazer uma pausa para deixar a primeira demão secar. Ele apreciava o tempo que ficava com Vicki e Brandon, que agora engatinhava por toda a casa. Era um lar agradável pára voltar: esposa, filhos, música. As vezes ela tocava piano enquanto Brandon tirava um cochicho.

Rader tinha modificado um cartão de visitas para que se parecesse com um crachá de identificação de uma companhia telefónica. Ele tinha um capacete de proteção amarelo, fornecido pela ADT. Recortara uma parte da capa de um manual de manutenção da Southwestern Bell e a colara em seu capacete, esperando se passar por um funcionário de manutenção de telefones. A maleta que levaria parecia oficial, mas continha os suprimentos do kit de ataque - corda, fio, faca, arma. Ele colocara algo novo dessa vez. Cadarços de couro para botas amarrados no que chamava Cordame de estrangulamento. "Descendo o couro", era como o apelidara. Rader achava que o couro, fino e resistente poderia fazer com que o estrangulamento fosse mais rápido. Tinha atado nós nos cadarços para que pudesse ter uma pegada melhor.

Ele estacionou a Van da companhia de segurança no estacionamento do Indian Hills Shopping Center, colocou o capacete de proteção atravessou a rua em direção da casa da mulher loira. Mas primeiro  foi a casa de seus vizinhos idosos. Eles o deixaram entrar, se o visse , pensasse que fosse apenas um funcionário de manutenção de linhas telefónicas trabalhando na vizinhança. Ele entrou em muitas casas desse modo.

Ao deixar a casa do casal idoso, andou até a porta da mulher loira. Ouviu o piano. Quando bateu a música parou.

A porta, ela o olhou desconfiada.

Preciso verificar sua linha telefónica, anunciou. Ele viu um menininho na sala de estar.

Ela perguntou se era necessário entrar. Ele precisaria ir ao quintal dos fundos para inspecionar a ligação da linha telefónica? O cachorro estava la fora, mas ela poderia leva-lo para dentro.

Não, não, disse ele, argumentando que precisava conferir o estado da instalação dentro da casa.

De acordo com as recordações dele,a mulher não gostou disso, mas o deixou entrar mesmo assim. Ela lhe mostrou o telefone da sala de jantar. Ele abriu a maleta e começou a jogar conversa fora, retirando um aparelho que montara parque parecesse com um verificador de telefone, Ficava mexendo no aparelho e conversando. Não parecia haver nenhum homem por perto. 

Bom, disse ele, parece que esta funcionando. Em seguida colocou o verificador falso dentro da maleta e sacou a arma.

Vamos para o quarto, mandou

Ela começou a chorar. E meu filho?, perguntou.

Ele deu de ombros, sei lá o seu filho.

Meu marido vai chegar em casa daqui a pouco, avisou ela.

Espero que não chegue tão cedo, rebateu ele.

Rader achava provável que ela estivesse mentindo, mas ele observara a casa o bastante para saber que havia "um tal marido". Agora precisaria se apressar, e isso o aborreceu.

Ele a obrigou a se deixar no colchão de agua enquanto ela chorava e tentava argumentar. Rader atou os pulsos e tornozelos da mulher com cadarços de couro. Vicki começou a rezar em voz alta. De repente ela puxou as mãos, rompeu as amarras e começou a resistir, e então tudo se transformou em barulho e medo. O cachorro no quintal os ouviu brigando através da janela aberta e começou a latir. O BTK golpeou Vicki no rosto repetidas vezes, depois a agarrou pela garganta. Ela reagiu, arranhando-o no pescoço com uma unha. Os dois caíram da cama no lado  mais distante da porta.

Rader tentou usar seu cordame de estrangulamento, mas não conseguiu uma boa pegada depois que passou em volta da garganta dela. Viu um par de meias calças ali perto. Deu certo, assim que o passou em volta do pescoço dela.

No entanto, ficou decepcionado. Queria passar algum tempo com ela,  mas não havia tempo para se masturbar.

Pegou a camera polaroid, posicionou a mulher a seu gosto, levou a blusa para expor partes dos seios e tirou uma foto. Mais duas vezes ele mexeu nas roupas e pressionou o obturador. Então guardou as coisas, entrou no Monte Carlo dela e foi embora.

Ela morreu no vão entre a cama e o rack da televisão. Alguém que desse uma olhada no quarto a partir da porta não conseguiria ve-la.



BTK MÁSCARA DA MALDADEOnde histórias criam vida. Descubra agora