capítulo 22. (maratona)

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Depois de fazer as anotações que precisava para o trabalho que eu deveria entregar na sexta, estava pronta para voltar ao meu dormitório ou eu poderia comprar alguma comida, sentia que um buraco negro começava começava a se abrir na minha barriga. Estava tão distraída com os meus pensamentos que só voltei para a realidade quando trombei com algo.

- Desculpe! - Disse sem graça quando o garoto loiro com rosto de boneco se virou para mim, ele tinha olhos azuis impressionantes.

- Ta tudo bem, também estava distraído. - Deu um sorriso e esticou a mão pra mim. - Sou Andrey.

- Sou a Priscila, - apertei a mão dele. - desculpe mais uma vez.

- Se pedir de novo, vou te bater com minha mãozinho. - eu ri, ele deve ser gay.

- Okay. - levantei as mãos em sinal de paz. - Conheço algum lugar bom para comprar comida?

- Tem um restaurante há duas quadras daqui, quer que eu te acompanhe?

- Claro.

Ao invés de comprar comida, decidimos jantar juntos. Ele era engraçado e falante. Bem diferente de Filipe, que já me passou uma má impressão logo de primeira. Diferente de Filipe também, não sentia que ele poderia pular em mim a qualquer minuto. E é sempre bom ter novos amigos.

- Parece que você tem um fã que não gosta muito de mim. - Disse rindo e tomando um gole de suco e vi Filipe entrando com alguns amigos e acenou pra mim.

- Suspeito que ele colocou um gps em mim, sempre me acha.

- Medo! - arregalou os olhos e começou a rir. - Mas algo me diz que você não vai retribuir os sentimentos dele.

- Ele não faz meu tipo.

- Posso perguntar algo? - Mordeu os lábios.

- Sim, eu sou lésbica. - Respondi. Bom deduzi qual era sua pergunta pela sua expressão sem jeito.

- Gosto rude. - Ele bateu palmas, tenho certeza que ele é gay. - Acabei me afastando da minha melhor amiga lésbica, eu sinto falta dela. Sabe, agora só tem garotas que falam de pau, garoto bonito e blá blá blá.

- Gostaria de falar sobre o que?

- De tudo e de nada. Coisas sérias e de romances e eu sei que você está pensando que eu sou gay, mas eu não sou.

- Podemos trabalhar nisso da melhor amiga lésbica, tem certeza?

- Sim.

- Mesmo?

- Não. - Ele disse e riu.

E realmente estamos trabalhando nisso, há dois dias conversamos quase o dia todo. Basicamente minhas mensagens se resumiram em Andrey e "love of my life", que ainda me recusa a dizer o nome dela.

Love of my life:

gosto do seu amigo, porque afastou o esquisitinho.

Menei a cabeça gargalhando.

- O amor da sua vida? - Andrey colocou a cabeça na minha frente. - Hum. Alguém é ciumenta.

- Tire o cabeção, Andy - Disse fazendo ele resmungar e voltar para sua antiga posição.

- Não tenho a cabeça grande, sua rude.

Eu:

Não acha que é ciumenta de mais para alguém que não me deixa saber quem você é?

Love of my life:

Já disse que me conhece.

Eu:

Acho você esquisita.

Love of my life:

Acho que não, pelo menos nunca pareceu.

- Faça perguntas pra ela.

- Se ela usa anéis.

Eu:

Você usa anéis, love?

Love of my life:

Por que quer saber?

Eu:

Só um idiota responde uma pergunta com outra pergunta.

Love of my life:

{imagem}

Ela tem uma mão bonita, pensei.

- Quero ver. - Andrey tombou de novo. - Nossa, ela tem bons dedos. - Gargalhou.

Amiga da minha exOnde histórias criam vida. Descubra agora