CAPÍTULO 10

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Sarah arregalou os olhos, e Noble a puxou para seu colo. Ela estava tremendo. Ele alisou o cabelo dela a acalmando, ela fechou os olhos e inspirou fundo. O narizinho dela não era sensível ao ar gelado dali, então não deve ter doído.
"Contou a John?" Ela perguntou. Noble queria saber como Gabriel podia saber sobre a fêmea.
"Não. Eu não falo se não me perguntam, ainda mais algo o que faria me odiar. Eu o amo." Gabriel respondeu. Noble pensou no que ele disse. Não fazia sentido para ele, pois o amor se desenvolve na verdade e morre com a mentira. Pelo menos ele acreditava nisso.
"Isso não é amor." Sarah disse.
"E você sabe tudo sobre amor, não é?" Ele perguntou, Sarah baixou a cabeça.
"Conte tudo, desde o começo." Sarah exigiu. Gabriel a olhou por um segundo. Ela baixou os olhos e disse:
"Eu não sabia que ela estava viva. Eu juro." Noble virou o rosto dela para ele e a beijou de leve.
"Sabe que todos acreditamos nisso, não é? Não foi sua culpa." Ela suspirou e abraçou Noble com força.
"Eu cuidei de Sophia, eu a salvei. Ela não tem a capacidade de cura acelerada, Grives não se importava com o que ele criou, ele queria uma arma descartável. E eu vi que haviam dois cordões umbilicais e duas bolsas. Quando eles foram para a Reserva eu fiquei para trás e perguntei a Vengeance onde ele a tinha encontrado. Eu encontrei a outra bebezinha. Ela morreria, mas eu a salvei. Eu a entreguei a um amigo e depois esse amigo a levou a um orfanato." Noble ouvia a voz calma e baixa do doutor, olhava para seu rosto bonito e não conseguia entender como ele dizia aquilo com tanta calma, por que era muito horrível o que ele fez.
"Por que você não a trouxe pra cá? Por que não a entregou aos pais dela?" Noble perguntou. Sarah parecia em choque.
"Por que eu queria um Nova Espécie. Queria um que pudesse fazer experiências, Peter me ajudou a desenvolver a maioria das minhas drogas, mas na época que eu o tinha, eu não tinha o conhecimento que adquiri trabalhando aqui na Reserva." Ele disse sem emoção alguma na voz.
"E ela ficou num orfanato?" Sarah perguntou.
"Sim, num de uma amiga. Um lugar onde ela foi cuidada, até com um certo carinho, diga-se de passagem. Quando ela iria completar dois anos, eu fui buscá-la, mas alguém tinha chegado lá primeiro." Ele disse.
"Quem?" Sarah perguntou.
"Eu não sei. A dona do lugar, a minha amiga, a vendeu por uma fortuna e sumiu." Noble pensou que isso não era amizade.
"Sua amiga?" Ele perguntou, Gabriel sorriu.
"Sim, ela era minha amiga. Eu entendi o que ela fez. No lugar dela eu faria o mesmo." Sarah se levantou do colo de Noble e começou a andar de um lado a outro.
"E então você não a viu mais?" Sarah perguntou. Noble encarou Gabriel. Ele parecia um boneco de cera falante. Não havia quase nenhuma expressão em seu rosto.
"Não. A última vez que a vi, ela tinha pouco mais de um ano, eu acho. Linda, inteligente e parecia estar feliz. Eu tinha levado um ursinho de pelúcia para ela, ela me levou ao quarto dela, não era só dela, é claro. Não havia ninguém lá nessa hora, então ela mostrou um compartilhamento no armário onde escondia os brinquedos das outras crianças que ela tinha roubado. Ela disse que ninguém imaginava que pudesse ser ela. Eu a aplaudi e nós rimos muito." O rosto dele se transformou com essa lembrança, ficou menos... Vazio. Noble não sabia como ele podia ser tão frio, tão sem emoções.
"Não. Ela não faria uma coisa dessas. Ela devia ser pura, ser boa..." Sarah parou de falar.
"É mesmo? Por causa de Brass? Porque sua mãe sempre foi ardilosa. Acho que é uma das coisas que eu mais amo nela." Sarah parou bem a frente dele.
"Você não sabe amar. Nunca conheceu o amor, não o reconheceria nem se ele te atropelasse!" Noble se levantou e a abraçou. Ela tinha gritado, Gabriel tapou os ouvidos.
"A vontade que eu tenho é começar a gritar até seus ouvidos sangrarem, até sua cabeça explodir, seu filho da puta!" Ela disse, um pouco mais baixo.
"Assim você me puniria, mas como puniria a você mesma?" Ele perguntou, ela abraçou Noble com força.
"Eu não sabia que ela estava viva!" Ela disse.
"Eu sei. Coloque a culpa em mim. Eu podia ter trazido Bronzy e a colocado nos braços de Sophia, mas meu ciúme ao vê-la com Brass me consumiu. Hoje, talvez eu faria diferente. Eu cheguei naquela fase que quer que ela seja feliz." Ele disse.
"Ela é feliz. Muito feliz graças ao meu pai! Não graças a você. E quando trouxermos Bronzy, por que vamos trazê-la, ela vai te odiar para sempre." Sarah disse.
"Não. Ela não vai e você sabe disso." Gabriel disse e Noble acenou. Era verdade. Sophia não o odiaria. Ela o perdoaria.
Sarah baixou os ombros, ela estava esgotada, Noble queria carregá-la, mas achou melhor deixá-la tirar o grande casaco sozinha, o pendurar nos ganchos e sair.
"O amor não é esse sentimento que as músicas e poesias enfeitam, Noble. Ele é feio e egoísta." Gabriel disse a ele.
"Acho que depende de quem ama." Noble disse e saiu também.
Lá fora, o sol de outono brilhava, as folhas marrons e laranjas cobriam o chão, o céu estava azul. Tudo tão bonito, tão perfumado! Ele adorava o cheiro de bosque.
Sarah já estava no jipe.
"E agora? Ele subiu e se sentou ao volante." Ela balançou a cabeça.
"Eu tenho que contar para a mamãe, mas..." Ela o olhou.
"Me dá um beijo? Um que me faça sentir um pouco de alegria, me sentir feliz, por que assim que eu entrar naquela casa, a tristeza vai se apoderar do meu coração." Noble sorriu e a beijou. Um beijo carinhoso, mas rápido para que seu corpo traiçoeiro não tomasse as rédeas.
Ela acariciou seu cabelo, começou a tirar os grampos, a montanha de grampos que Lily colocou nele, ele sorriu. Quando seus cabelos desceram por sua cabeça e por seu rosto ela os endireitou, alisou e Noble fechou os olhos, se lembrando de Lily dizendo que só Sarah poderia desfazer o tal coque. Os lábios de Sarah tocaram os dele, um raio de eletricidade passou por sua boca. Ele fechou os lábios, ela o provocou com a língua e depois mordiscou seu lábio inferior. Noble ainda resistiu por uns segundos, mas abriu a boca e a puxou contra ele, ela conseguiu se sentar sobre ele escarrachada e ele rosnou na boca dela. Ela aprofundou o beijo, ele acariciou as costas dela e logo suas mãos abarcavam sua bunda. Ele a apertou contra sua ereção presa em sua calça jeans. Foi até um pouco dolorido, a porra da calça era justa.
Ela se mexeu contra ele, ele viu que perderia o controle, então a afastou.
"Não, Sarah. Eu não quero." Ele não podia. Não quando se sentia de uma forma como nunca se sentiu. Ele não daria seu coração a ela. Não. Ele era seu senhor agora, ele sofreu muito quando ela foi embora para a faculdade.
Ela o encarou, os olhos azuis eram tão bonitos, tão claros! Ela saiu de cima dele, ele colocou o jipe em movimento e eles pegaram a estrada em silêncio.
Na casa dela, ela desceu do jipe e o encarou.
"Você ficaria? Eu preciso de você." Noble não queria entrar, ele não era da família, mas não conseguiu se negar.
Eles entraram, Sophia estava em pé batendo o pé no chão.
"Oi, querida! Que bom que chegou! O que acha de ir comigo? Brave está dormindo e Gift não pára de comer."
Gift comia sentado a mesa de jantar de uma forma um tanto devagar para um Nova Espécie.
"Onde está o papai? E John?" Sarah a abraçou e não soltou. Sophia olhou interrogativamente para Noble que deu de ombros. O que ele podia falar?
"Seu pai está no complexo. Ele não é o diretor, mas tem duas reuniões hoje." Ela bufou.
"John saiu." Ela continuou.
Sarah olhou para ele, indecisa.
"Eu preciso te contar uma coisa, mas acho que seria bom papai e John estarem aqui." Sophia olhou para ela, baixando a cabeça e sorriu um grande sorriso. Noble pensou em como eles não viram que ela era Nova Espécie antes. Ele era alta, atlética e forte, exatamente como as outras.
"Vou ligar para ele. Você liga para John." Ela pegou seu telefone, discou e esperou.
"Amor? Preciso de você aqui. Não demore, é importante." Ela ficou ouvindo Brass dizer que estava no meio de uma reunião e que aquilo sim era importante.
"Certo. Tudo bem então. Dê um beijo em Trisha pra mim." Ela sorriu. Noble riu baixo.
"Por que você mora lá a partir de agora. Afinal lá é a casa do diretor da Reserva. Ele deveria estar nessa reunião, não você." Noble ouviu Brass dizer que Slade estava fora, que não podia mandar os empresários que estavam ali embora.
"É algo importante sobre Sarah e Noble. E não é acasalamento." Sophia disse, Noble arregalou os olhos. Ele ouviu Brass dizer que não demorava a chegar.
"Tia Sophia, eu não tenho nada a ver com isso. Nem era para eu estar aqui." Sophia sorriu.
"Foi só pra ele vir. Ele não vai chegar aqui batendo em você. Eu acho, pelo menos." Gift começou a rir.
"Assim que a conversa com Sarah terminar vamos sair." Ela disse, ele rosnou.
"Por que eu preciso ir?" Ele perguntou.
"Que graça tem eu ter um filho bonito se eu não o exibir para as minhas amigas?" Ela disse. Gift sorriu a contra gosto.
Sarah desligou o telefone dela.
"John estava no tio V., ele já está vindo." Ela avisou.
"Comam, então." Sophia indicou a mesa e foi para a cozinha. Sarah se serviu de arroz e salada, Noble esperou Sophia preparar seu bife. Ele comeu estava muito bom.
"Tem peixe, querida." Sophia disse colocando no prato dela
"Eu pedi no restaurante para você, mas parece que a porção era maior." Sophia disse olhando para Gift.
"Brave." Ele disse, ela bufou. Sarah comia se esforçando para não chorar. Ela adorava peixe e Sophia não gostava nem do cheiro. E como não gostava de preparar ela pediu no restaurante. Nada demais, coisa de mãe. Mas como Sarah teria de contar algo muito difícil, esse gesto de carinho a deixou ainda mais culpada.
Noble segurou uma das mãos dela por debaixo da mesa, ela sorriu para ele.
"Obrigada." Ela sussurrou.
Os olhos de Sophia, desconfiados seguiam todos os movimentos dos dois.
Não demorou e John entrou na sala, acompanhando de Vengeance. Ele chegou abraçando Sophia e a beijando nos lábios. Ela riu.
"Brass não está aqui, Ven."
"Eu faço de novo quando ele chegar." Ele sorriu.
"Eu senti que devia vir." Ele disse dando a volta na mesa e se ajoelhando a frente de Sarah. Ela o abraçou e começou a chorar. Ele alisou os cabelos de ouro dela e a acalmou.
"Querida, o que aconteceu?" Sophia perguntou do outro lado da mesa. Sarah soltou Vengeance se levantou e foi até ela e a abraçou calada. Vengeance se sentou numa cadeira, sua expressão era confusa e um tanto surpresa.
"O que era tão importante?" Brass disse entrando na sala. Sophia não respondeu, ela guiou Sarah até o sofá, se sentou e Brass se sentou do outro lado. John se sentou no chão, ao lado de Brass, Gift ficou de pé num canto da sala. Vengeance e Noble se sentaram no outro sofá.
Sarah o procurou com os olhos, ele a encorajou:
"Você não teve culpa." Ele disse com os lábios, sem som.
Brass e Sophia a abraçaram e do meio dos braços deles, Sarah disse:
"Quando John nasceu, ele não era o único bebê. Havia... Havia mais um bebê, uma menininha. Eu achei que ela estava morta, eu a coloquei no chão perto de você, mamãe." Ela olhou para Sophia. Todos olharam para Sophia. Noble é claro olhou para Sarah. As lágrimas voltaram aos olhos dela, ela as deixou rolar por seu rosto.
Sophia se esticou no sofá, ela soltou Sarah. Brass tentou alcançá-la, mas ela se levantou. Ela fechou os olhos e respirou fundo.
"Quando você diz que 'achou' que ela estava morta..." Ela disse, sem abrir os olhos.
"Ela não estava." Sarah disse. Ela olhou para Brass. Brass a abraçou apertado. Ela voltou a chorar.
"E onde ela está?" Sophia encarou Sarah.
"Mamãe, eu..." Sarah começou.
Sophia se aproximou do sofá puxou Sarah para seus braços e a abraçou. Depois a afastou e segurou no rosto dela com as mãos:
"Você me salvou aquele dia, querida! Você é minha filha, sempre foi. Eu cuidei de você desde sempre. Acha que eu vou ter qualquer sentimento que não o de gratidão por você? Você era uma criança! Eu gritava de dor, minha barriga parecia que ia explodir, mas você estava lá. Você ficou ao meu lado, você foi a primeira pessoa que acalentou John. Eu sei que se você pensasse que haveria uma mínima chance dela estar viva, você não a deixaria. Eu amo tanto você! E sinto muito por você ter tido medo de me contar." Noble sempre sentiu que Sophia era especial. Mas não imaginou que ela fosse tão boa.
"Eu a sacudi, bati na bundinha dela, ela estava morta, eu juro." Sarah disse, Sophia a abraçou.
"Você não a viu, Ven?" Brass perguntou a Vengeance.
"Não. Eu tive muito medo. Havia muito sangue, eu usei meu faro ao máximo e de forma desesperada, por toda a estrada. Quando vi Sophia no chão, desmaiada, se esvaindo em sangue e Sarah com John gritando em seu colo, eu só queria salvá-la. A coloquei na caçamba da caminhonete, ela acordou e me indicou o caminho. A caminhonete não estava ao lado de onde ela deu à luz, estava a alguns metros a frente." Noble entendeu. Vengeance só queria pôr Sophia em segurança.
"Papai, você me perdoa?" Sarah perguntou a Brass.
"É claro, meu bem." Ele a abraçou.
"E você John? E você Gift?" Ela perguntou aos irmãos, Gift respondeu:
"Eu não tenho o que perdoar, maninha. Você não poderia imaginar que ela estivesse viva." Ela sorriu.
"E onde ela está? Precisamos da força tarefa?" John perguntou já de pé. Brass acenou.
"Eu não sei. Ela..." Sarah engoliu em seco.
" Como você descobriu que ela está viva? E Como ela é? Se parece comigo?" Sophia perguntou. Sarah sorriu.
"Sim. Ela poderia se passar por você se quisesse." Sarah disse tentando ganhar tempo. Sophia largou Sarah e abraçou Brass. Ele a beijou na boca.
"Uma fêmea! A melhor e mais bonita desse lugar!" Ele sorriu. Sarah ficou triste.
"Ela não quer vir pra cá. Eu a encontrei... Ela me encontrou. Ela é..."
Sophia e Brass se separaram.
Noble, Brass, Sophia e até John e Gift viram que ela estava mentindo.
"Sarah. Por que não está confiando em nós?" Brass perguntou. Sarah olhou para Noble e ficou um pouco pensativa. Ele teria algo a ver com isso? Não, ele só a encorajou
"Eu não posso dizer onde a encontrei. Não agora, pelo menos. Mas eu vou dizer, eu juro. Não estou mentindo."
"Está bem. Eu confio em você. Mas ela disse por que não quer vir para cá?" Sophia disse encerrando a questão sobre Sarah não dizer onde encontrou Bronzy.
"Não, mas eu acho que é por que ela é venenosa. Ou algo relacionado a isso." Sarah disse e Noble entendeu que ela iria abordar o outro assunto, a história de Sophia. Sophia se sentou no sofá dessa vez perto de Brass. Ele a abraçou, ela se virou para Sarah que também se sentou.
"Ela é como Brave então." Ele disse.
"O que tem eu?" Brave desceu e correu os olhos por todos na sala.
"Você é venenoso." Gift disse apoiado na parede.
"Não, eu não sou. E você é um idiota." Ele disse.
"Calem a boca." Brass disse. Brave se aproximou de Gift, ele fez sinal que explicaria depois.
"Você foi até o meu... Até Gabriel. Foi para que ele te explicasse isso dela ser venenosa?" John perguntou, Sarah assentiu.
"Sim. Eu queria saber sobre a mamãe." Sarah respondeu.
"Eu? O que tem eu? Eu não sou venenosa! Eu sou..." Brass a interrompeu:
"Nova Espécie." Ele disse.
"O quê? Não. Eu sou humana. Eu nasci num hospital. Eu cresci como uma criança normal, eu não sou Nova Espécie, de onde você tirou isso, Brass?" Ela perguntou.
"Quando Brave nasceu. Num primeiro momento, eu pensei que de todas as mães humanas, você era a única negra, e que isso poderia ter feito ele ter puxado sua cor da pele. Mas ele foi crescendo e ficando tão parecido com você que eu comecei a ficar intrigado. Nós temos Pride que tem os olhos de Tammy, mas fora isso todos os machos são muito parecidos com seus pais menos Brave." Ele disse.
"E por que nunca disse nada?" Ela o encarou.
"Isso importa? Não me importava na época. Foi a muito tempo, eu pensei nisso tentando achar uma resposta e a única coisa que podia se encaixar seria que você tivesse algum gene Nova Espécie. Eu não pensei que você podia ser de primeira ou segunda geração, então, bom, eu encontrei uma resposta, então, não pensei mais nisso." Ele disse. Sophia ficou um tempo o encarando, ele a encarando de volta. Depois ela sorriu.
"É, faz sentido." Gift balançou a cabeça.
"Depois de sabermos da existência de Peter uma gama de possibilidades se abriu. Não podemos ignorar que Mercille começou a quase um século atrás, e que Dusky deve ter quase setenta anos. É muito tempo, muita coisa pode aparecer, muitos humanos podem ter os nossos genes." Vengeance explicou. Uma coisa que Noble nunca pensaria, mas que fazia muito sentido.
"Mamãe é de primeira geração." Sarah disse, Sophia fez um som de surpresa.
"Mas eu posso ter filhotes!" Ela disse, Sarah deu de ombros.
"Eu esqueci desse detalhe quando conversei com Gabriel, mas você não pertence a mesma espécie de origem que as outras." Sarah explicou. Ela estava mais composta, seu rosto, ainda estava vermelho pelo tanto que ela chorou, mas havia alívio em sua expressão. Noble se sentiu melhor por ela.
"Mamãe é... Réptil?" Gift perguntou.
Sophia riu.
"Réptil? Como uma cobra?" Ela perguntou e Sarah sorriu.
"Gabriel usou a palavra ofídica. Que significa relacionado a serpente." Ela explicou.
"Ofídica? Que nome esquisito!" Brave disse.
"Bom, você é ofídico então. Eu sou canino. Agora tudo faz sentido. Eu sou esperto, você é um idiota." Gift disse, John riu.
"Nenhum filhote meu é idiota." Sophia disse. Ela estava muito pensativa.
"Gabriel sabia de tudo isso por causa de todas as vezes que me salvou?"
"Não. Ele descobriu tudo sobre você. Ele conheceu o cientista que criou você. É uma longa história." Sarah disse.
"Então conte tudo monstrinha. Do começo. Minha cabeça está girando."
Sarah sorriu, segurou na mão de sua mãe e começou a contar.

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