Bronzy deixou Úrsula deslizar por seu braço e a cobra alisou sua bochecha com o focinho, ela sorriu. Era tão bom poder ser tocada! Ela ainda estava tentando parar de ficar sorrindo como uma boba, mas estava muito feliz.
"Então, você não quer voltar para o mato? Eu também não voltaria se fosse você, afinal sua dona é a melhor pessoa do mundo." Ela disse baixinho. Bronzy estava encantada com sua mãe. Bronzy quase pediu para dormir com ela! Mas não foi ruim dormir no quarto de Sarah, tirando o fato da cama auxiliar ser minúscula, é claro.
De manhã, Sarah não estava e quando desceu para tomar café, descobriu que Noble a tinha levado. Sarah era tão sortuda! Noble era lindo, forte e muito generoso, ele segurou na mão de Bronzy com muito carinho e disse que Bronzy seria irmã dele. Foi muito mais que seu irmão de verdade, o Gift, tinha dito. Na verdade, ele não falava quase nada com ela.
Mas havia Brave. Ele sim foi uma grata surpresa. Brave podia tocá-la! E daí descobriram que sua mãe também podia e que talvez o tio dela, Bells, também poderia, assim como os dois filhotes dele. Primos! Bronzy tinha primos!
Ela abriu o cesto e tentou colocar Úrsula dentro, mas a cobra se enrolou firmemente no braço dela.
"Úrsula! Eu tenho que ir! Depois eu volto e venho ficar com você." Ela disse, mas a cobra não a soltou.
"É esse o problema com animais perigosos. Eles não são bichinhos de estimação, não obedecem." Gift parou ao lado dela, segurou na cabeça da cobra com força, Úrsula a soltou.
"Você está machucando ela." Bronzy disse, ele a ignorou e rapidamente jogou a cobra no cesto e amarrou a tampa.
"Vamos, o jipe está pronto." Bronzy o encarou e perguntou:
"Por que não gosta de mim, Gift?" Ela esperou ele responder, ele não falou imediatamente, ficou examinando Bronzy com olhos frios.
"Você é minha irmã, meu sangue, eu gosto de você. Porém, não é sobre gostar, é sobre o que você é. Você é perigosa, eu sinto muito por isso, mas sentir muito não muda nada." Ele se virou e saiu por uma entrada lateral, Bronzy o seguiu.
Na frente da casa, sua mãe estava já dentro do jipe, Brave estava ao volante. Bronzy se sentou ao lado de sua mãe, Gift subiu no banco ao lado de Brave. Sua mãe a abraçou, Bronzy esqueceu seu irmão rabugento e apertou sua mãe nos braços.
Brave deu partida e o dia mais maravilhoso da vida de Bronzy começou.
Ela se encantou com seu tio e seus primos. Todos a abraçaram sem pestanejar e todos ficaram bem. A sua tia Michelle, humana, segurou com carinho nas mãos enluvadas de Bronzy e foi como se elas tivessem se tocado com as mãos nuas. Michelle era boa e muito bonita, Bronzy viu que mais que uma tia, ela seria também uma amiga.
Logo, eles saíram da casa de seu tio e foram para o lago. Seu pai apareceu com os amigos dele, todos caninos e bonitos e Bronzy riu muito das piadas deles. Rapidamente o lago foi se enchendo de pessoas, todas trouxeram carne e outras comidas. Bronzy gostou muito de carne de gato selvagem que o pai de Noble trouxe. Ele era idêntico a Noble, assim como Gift era idêntico ao pai de Bronzy. A mãe de Noble era pequena e muito bonita, com enormes cabelos negros e olhos azuis, seu rosto era bondoso e todos pareciam admirá-la muito, a mãe de Bronzy principalmente. Ela pensou em todos os anos de solidão onde ela pensava que era um monstro e que não merecia o amor de Patrick e Eustace. Se ela soubesse! Se Bronzy pelo menos imaginasse que ali era seria aceita como estava sendo!
Ela estava olhando os filhotes, como eles chamavam, correrem atrás de uma bola quando sua prima, Jewel, se sentou na areia ao lado dela. Jewel não era biologicamente prima dela, ela não era filha de Bells e Michelle, mas foi adotada por eles e os olhos de seu tio brilhavam quando olhavam para ela.
"Como está sendo descobrir que tem uma família tão ótima como a nossa?" Ela perguntou, Bronzy achou graça no modo como ela falou.
"Eu estou maravilhada. Acho que deve haver outras palavras, mas só consigo pensar nessa. Mamãe, papai e meus irmãos são incríveis." Bronzy sorriu o maior sorriso que conseguiu.
Jewel sorriu também, Bronzy estava descobrindo que ela não era uma menininha comum, os olhos dela mostravam que ela era muito esperta para a sua idade. E ela tinha presas.
"Eu fico muito feliz por isso, Bronzy. Eu só quero te dizer uma coisa, mas antes de falar, eu peço que você não fique com raiva de mim, tá?" Bronzy olhou para a menina, ela estava séria, Bronzy parou de sorrir.
"Fique longe de Simple. Você é linda demais e essa coisa de não poder tocar a maioria das pessoas vai fazer ele querer te ajudar, ele é assim. Mas ele é meu." Ela disse, sorriu e se levantou quando Bronzy assentiu. Ela não conhecia Simple, ela conhecia Candid. E Candid...
"Mas e quanto a Candid?" Era meio estranho concordar em ficar longe de uma pessoa só por que a menininha ordenou, mas Bronzy não ligava para Simple então ela não iria render o assunto.
"O Cam? Sério?" A menina franziu os lábios delicados e voltou a se sentar.
Cam? Então ele tinha um apelido?
"Conheceu Lunna? Ela e ele tem uma história. Ela acha que gosta de Simple, mas como Simple nunca gostou dela, eu acho que algum dia ela vai desistir e ficar com o Cam. Se você o quer, tem agir rápido. Lunna sofreu uma decepção com Rom quando ele começou a namorar sério com Daisy, então, o meu palpite é que quando Cam voltar a morar aqui, ela irá atrás dele. Cam é uma incógnita, na verdade ele é bem mais interessante que Simple, se me perguntassem." Bronzy ouviu cada palavra da menina com genuíno interesse. Lunna era muito bonita, com os olhos e cabelos escuros e o ar inteligente. Ela estava conversando com Violet e as duas riam de alguma coisa.
"Ela é muito bonita." Bronzy disse, a menina bufou.
"Todos são muito bonitos aqui, mas você é mais bonita que ela. Sem falar que ela é meio pedante com a mania de sabe tudo dela. Não me leve a mal, eu gosto muito dela, eu gosto de todos aqui, mas você é interessante e exótica. E é minha prima. Desde que não se meta com o Simple, eu posso te ajudar a ter quem você quiser." Bronzy olhou para a menina. Ela tinha lindos olhos azuis e seu rostinho era adorável. Bronzy sorriu para ela, pois gostou muito do que Jewel disse. Elas eram primas.
"Eu quero o Cam." Chamá-lo pelo apelido foi bom, foi como se ele nem ter olhado para ela no dia anterior não tivesse acontecido. Jewel sorriu e Bronzy se sentiu otimista.
"Então, você o terá." O tio de Bronzy chamou Jewel, ela correu até ele e Bronzy ficou olhando ela se afastar. Os cabelos castanhos eram enormes, lisos com cachos nas pontas, ela parecia uma boneca de porcelana.
"Cuidado com ela." Bronzy se virou e deu de cara com um rapaz lindo, tão bonito que ela baixou os olhos. Ela ainda estava se acostumando a se relacionar com rapazes e os dali eram todos muito bonitos. Aquele ali tinha os olhos diferentes, um azul, outro verde e compridos cabelos castanhos. Ele se sentou ao lado dela e ficou olhando o grupinho onde Lunna estava. A menina que parecia uma fada acabava de chegar ao grupo. Bronzy se lembrou dela, ela fez alguma coisa com o Eustace, e despertou um medo repentino em Bronzy, um medo tão terrível que a fez cuspir em Sarah.
"Jewel é minha prima, eu adorei conhecê-la." Ela disse, o rapaz sorriu, meio de lado.
"Eu me encantei por ela também quando a conheci, mas agora depois de morar aqui por quase quatro anos e convivendo com ela por causa do meu avô, que é a pessoa que mais ama essa pestinha no mundo depois dos pais dela, eu acho que tenho propriedade em dizer que deve ter cuidado." Bronzy pensou no que ele disse, mas o jeito com que ele falou deu a entender que talvez ele tivesse ciúmes de Jewel com o avô dele.
"Ela gosta de 'ajudar'. Mas não tem limites quanto ao que se deve fazer ou não fazer. É só um conselho." Ele disse.
"Por que se importa?" Bronzy perguntou, ele parecia meio enxerido na opinião dela.
"Por que ela te prometeu Candid. Mas ela não conhece Candid como eu conheço, só pra começar. Candid não tem interesse em namorar ninguém, ele está sempre transando, ou compartilhando sexo, como eles dizem aqui. Você só sofreria se se metesse com ele." Bronzy se lembrou de Candid dançando com as duas humanas na boate. Bronzy sentiu tanto ciúme! Ela olhou para as luvas em suas mãos. Ele a ouviu dizendo que queria Candid. Alguém mais teria ouvido?
"Você ouviu a nossa conversa?" Bronzy perguntou, ele franziu os lábios.
"Eu sou primata. Meus ouvidos são bons." Ela se interessou por isso. Gift parecia saber tudo sobre ela, talvez os ouvidos dele também fossem bons?
"Meu irmão Gift é canino. Os ouvidos dele são tão bons quanto os seus?" Ela perguntou e sentiu os olhos claros de seu irmão sobre ela e olhou na direção dele. Ele estava longe, ajudando sua mãe a cortar carne.
"Eu não sei. Acho que a principal característica dos caninos é o faro. Mas felinos também tem o faro bom, veja Simple, por exemplo. Gift pode ter uma audição especial." Ele deu de ombros.
"O faro de Simple é muito bom?" Ela perguntou.
O rapaz, engraçado como ela não sabia o nome dele, a encarou.
"Não sabe do faro excepcional de Simple? Sério?" Ela sabia que Simple era especial, mas achava que era por ele ser um gênio, não por ele ter um super faro.
"Do jeito que você fala, parece ser uma grande coisa." Ela não queria saber nada de Simple, ela estava interessada em Cam. O rapaz sorriu e olhou para a direita. Bronzy seguiu o olhar dele e viu Candid vindo. Ele descia uma encosta andando devagar, seu corpo alto e forte se movendo como um gato preguiçoso. Ele era tão bonito! Ele usava uma calça jeans apertada nas pernas grossas e rasgada nos joelhos e uma camiseta verde. Os cabelos estavam trançados, Bronzy achou uma pena, os cabelos dele ficavam tão lindos soltos!
O rapaz fez sinal para ele, ele mudou sua trajetória e andou até eles. Bronzy colocou a mão no peito e tentou fazer a cara que fez quando eles se conheceram, como se ela fosse indiferente a ele.
"Bronzy não vê nada demais no faro de Sim, já pensou numa coisa dessas?" O rapaz, Bronzy já estava cheia de pensar nele só como rapaz, disse assim que Candid se aproximou.
"É sinal de que ela não se impressiona a toa, isso significa que ela é inteligente." Ele disse sorrindo para Bronzy. Bronzy se forçou a não sorrir com a boca muito aberta, mesmo que ela quisesse.
"Acabou que não nos conhecemos." Ele disse estendendo a mão. Bronzy odiou ter de pegar na mão dele de luva, mas era o que dava para fazer.
Ele segurou a mão dela com as duas dele e cheirou, Bronzy sentiu seu corpo aquecer e suas glândulas começarem a produzir veneno, ela se afastou dele depressa.
Ele a olhou com os olhos dourados com curiosidade, ela baixou a vista. Os olhos dele eram quentes, muito quentes.
"O que foi?" Bronzy engoliu em seco, ela teria de sair dali, ela estava produzindo veneno.
"Eu... Eu estou produzindo veneno." Bronzy nunca se sentiu tão mal por ser quem era.
"Isso acontece quando você se excita? Interessante." Ele disse com uma calma que a intrigou. Ele falou em excitação como um fato corriqueiro, mas Bronzy não ficava excitada corriqueiramente.
"Bom, eu já vou. Cam vai sair hoje a noite?" O rapaz perguntou olhando para Bronzy. Bronzy não entendeu.
Candid bufou.
"Nossa, Kevin! Vai estar me fazendo um enorme favor saindo com ele! Cam está insuportável por não termos saído ontem. Vou dizer a ele." Bronzy estava confusa. Aquele ali não era Cam? Mas é claro que era! Ou não?
"Diga pra ele me ligar. Foi um prazer conhecer você, Bronzy. Lembre-se do que eu lhe disse." O rapaz, Kevin, saiu andando e logo sumiu por entre as árvores.
"Você é..." Como ela iria perguntar se ele era Candid?
"Sou Honest." Ela piscou. Ele era Cam. Até tinha o mesmo cheiro. Ela sentiria o cheiro dele melhor se continuasse produzindo veneno, mas o cheiro dele era nítido para ela, era Cam.
"Você está bem?" Ela não estava. Ele era idêntico a Candid. Não era parecido, era idêntico.
"Você e Candid são gêmeos?" Mesmo assim, gêmeos não eram tão idênticos. Bronzy já tinha visto gêmeos na tv.
"Sim, na verdade, somos trigêmeos, eu Candid e Simple." Ele disse. Bronzy sentiu o veneno encher suas glândulas, ela tinha de cuspí-lo, era uma coisa meio nojenta de se fazer, na opinião de Patrick.
"Há algum banheiro aqui?" Ela perguntou, ele a olhou, a examinando, seus lindos olhos eram calmos, levemente interessados.
"Por aqui." Ele a guiou, Bronzy viu que o deck onde estava a mesa e a churrasqueira tinha um cômodo a direita e lá havia uma porta. Honest abriu a porta, ela entrou, era um grande banheiro com três reservados e uma bancada com três pias. Ao fundo havia um grande box com chuveiro.
"Precisa de ajuda?" Honest perguntou, ela balançou a cabeça negando. Estranhamente, ela não sentiu vergonha quando começou a cuspir veneno na pia, com cuidado para cuspir bem no ralo, para que a água da torneira levasse o veneno para o esgoto. Honest segurou o cabelo dela longe de seu rosto, ela se sentiu agradecida. Ele conseguiu tocar apenas nos cachos dela, não em seu rosto.
Quando ela sentiu que não havia nada mais para cuspir ela tirou as luvas e lavou bem as mãos e o rosto. Honest estendeu uma toalha para ela, Bronzy se secou e colocou as luvas novamente.
Ela olhou em volta. A toalha não podia ficar ali.
"Me dê." Ela ainda hesitou, mas ele tirou a toalha das mãos dela, jogou na pia, retirou sabão de debaixo da bancada e começou a esfregar a toalha debaixo do jato de água. Bronzy ficou olhando ele lavar a toalha, torcer bem e colocar no aquecedor.
"Acho que agora não há problema." Ele disse, Bronzy sorriu.
"Obrigada." Ele sorriu, fazendo Bronzy ficar um pouco confusa.
"Isso, Hon, muito obrigado por entrar no banheiro com a minha irmã. Agora pode ir." Gift disse cruzando os braços. Bronzy olhou para ele, ele estava com aquela cara enjoada dele, séria, sem emoção alguma.
"Eu gostaria muito de uma amostra de veneno, Bronzy. Para tentar te ajudar. Você poderia ir ao hospital amanhã?"
Ela assentiu. Será que Candid também estaria no hospital?
"Não vai embora hoje?" Gift perguntou, ele negou com a cabeça.
"Não, eu e Cam conseguimos uma licença." Gift acenou, Honest sorriu para ela e saiu.
"Claro que você se envolveria com um deles." Gift disse balançando a cabeça.
Bronzy o olhou com raiva.
"Não estou envolvida com um deles, ele só me ajudou." Ela disse rispidamente. Gift fingiu não ver que ela ficou com raiva do comentário dele.
"É claro. Venha, você comeu pouco, mamãe quer que você prove carne de alce." Ele abriu a porta do banheiro para ela sair, Bronzy saiu e foi até onde a mãe deles estava. Ela estendeu um prato cheio de uma carne cheirosa, Bronzy comeu tudo, estava delicioso.
"Você se sentiu mal?" Sua mãe perguntou, Bronzy negou com a cabeça.
"Veneno. Fui cuspir. Eu me senti envergonhada no começo, mas Honest me ajudou." Ela disse.
"Hon é um ótimo menino. Ele está empenhado a conseguir uma fórmula para que sua pele possa ser tocada por todos." Bronzy encarou sua mãe.
"É mesmo?" Ele pareceu ser muito bonzinho, e tinha a mesma cara que Candid. Talvez...
Não. Candid a beijou e de um jeito que ela ficou toda molhada no meio das pernas, ela queria aquilo de novo.
"Mãe, o que você acha de Candid?" Ela perguntou, mas antes de sua mãe responder seu pai disse:
"Candid? Todos os pais de filhotes fêmeas sempre dizem 'qualquer um menos Simple', mas eu já digo: ' qualquer um menos Simple e Candid'. Mesmo que seria um prazer chutar as bolas dele." Bronzy olhou para ele. Seu pai era tão bonito!
"Até parece que você chutaria as bolas de Candid. Ele é o seu preferido. Você adora as piadas dele! E, caso ele e Bronzy queiram se conhecer melhor, se você sequer olhar feio para ele, eu levaria Úrsula para dormir com a gente, só pra começar." Sua mãe disse, seu pai foi fechando a cara até ficar igualzinho a Gift.
"Eu sabia que não devia deixar aquela cobra subir no jipe." Ele disse, beijou o rosto de Bronzy de leve e passou um guardanapo na boca.
"Papai, não devia ter feito isso." Ele sorriu, mas seus lábios incharam um pouco.
"Vale a pena." Ele disse e foi ao banheiro. Bronzy estava tão apaixonada por ele! Mesmo sabendo que doeria, ele a beijava. Sua mãe balançou a cabeça.
"Ele fala uma idiotice e depois faz isso! Dá pra não ser apaixonada por ele?" Sua mãe perguntou, Bronzy sorriu.
"Agora, quanto a Candid. Você deve ter cuidado, ele é um sedutor. Mas até hoje ele nunca olhou de forma especial para ninguém, talvez para Lunna, mas na minha opinião, se ele quisesse mesmo ela, eles teriam namorado escondido. Então, só não se envolva muito, sim? Você é muito novinha ainda, veja o caso da sua irmã." Sarah estava com Noble, provavelmente dormindo juntos. Para Bronzy isso era muito bom.
"Sarah e Noble se envolveram a muito tempo, ela era muito nova e humana, ele já estava amadurecido e isso foi um problema para eles. Agora, só posso esperar que estejam se acertando." Bronzy balançou a cabeça concordando.
"Eu também. Eu quero muito que ela seja feliz." Sua mãe a encarou.
"Você a perdoou, então?" Sua mãe a abraçou.
"Sim. Ela não sabia que eu estava viva. Ela arriscou a própria vida para me tirar da casa de Eustace. Eu só consigo sentir gratidão por ela agora."
"Você me enche de orgulho, sabia?" Bronzy fechou os olhos. Ela não era tão boa assim.
Engraçado como nesse dia maravilhoso, Bronzy até esqueceu que talvez não merecesse esse amor todo de todo mundo para com ela.
"É muito lindo ver vocês abraçadas desse jeito, mas a carne vai queimar." Uma voz disse as costas de Bronzy, ela se virou e suas glândulas começaram a produzir veneno imediatamente.
Candid todo vestido de preto e com os cabelos soltos estava mexendo na churrasqueira. Devia ser ele, pois Simple estava fora.
"Nossa querido! Obrigada." Sua mãe disse indo ajudar ele a retirar a montanha de carne da enorme churrasqueira. Bronzy colocou as mãos no pescoço, seu corpo todo estava quente. Ela não conseguiria falar nada por um tempo.
Eles encheram grandes bandejas com carne e Gift foi servir. Os olhos de Bronzy não conseguiam se desviar da figura dele. O veneno estava a ponto de ser esguichado, ela estava quente, sentada com as pernas bem apertadas.
"Mamãe..." Ela chamou sua mãe baixinho, Sophia veio até ela.
"Vamos." Sua mãe praticamente a carregou até o banheiro, Bronzy cuspiu muito veneno na pia e teve de tomar um banho. Sua mãe a ajudou, Bronzy fechou os olhos quando ela a esfregou e depois quando lavou seu cabelo. No fim, sua mãe a envolveu numa toalha e estava secando seu cabelo com outra quando alguém bateu na porta. Sua mãe autorizou a entrada e era Candid. Ele entrou com a camisa na mão e a estendeu para sua mãe e disse:
"Gift foi buscar uma roupa para ela." Ele saiu de novo.
Bronzy pegou a camisa das mãos de sua mãe e cheirou. Era o mesmíssimo cheiro do outro. Ela vestiu, ficou como um vestido curto.
"Vem." Sua mãe a levou para fora, Bronzy se sentou num banco, sua mãe jogou uma toalha sobre as pernas dela.
"Está melhor?" Bronzy ergueu os olhos, Candid sem camisa, calça apertada e gloriosos cabelos de fogo soltos olhava para ela. Dali a um tempo ela voltaria a produzir veneno.
Ela balançou a cabeça e só.
"Tome. Beba tudo." Ele estendeu uma garrafa para ela, Bronzy pegou e cheirou. Leite. Bronzy não gostava de leite.
"Eu não gosto de leite." Ele sorriu.
"Não é só leite. Eu coloquei algumas coisas aí, vai inibir sua produção de veneno." Ela provou e o gosto era de leite.
"Tem gosto de leite." Ela disse, ele acenou com a cabeça.
"Tome tudo, querida. Pode confiar no Cam." Sua mãe incentivou. Bronzy tomou tudo, mesmo não gostando.
Ele se abaixou a frente dela, ela ficou bem no nível do olhar dourado dele.
"E então?" Ele a tocou na panturrilha bem de leve, ela se aqueceu e os mamilos dela endureceram. Ele olhava em seus olhos, Bronzy engoliu em seco.
"Sente alguma coisa diferente, querida?" Sua mãe perguntou, Bronzy a olhou mas não conseguiu dizer nada.
Ele subiu mais a mão, a toalha escondia o que ele estava fazendo, e sorriu.
Bronzy respirou fundo e segurou a mão dele. Só então, ela percebeu que ele tinha tocado nela. Ela arregalou os olhos.
"Eu já beijei a sua boca, acha que não poderia tocar seu corpo? Em todos os lugares?" Ele sussurrou e se levantou.
"Amanhã quando for no hospital, eu e meu irmãozinho vamos estudar os efeitos dessa mistura." Ele disse se despedindo. Gift estava vindo com uma sacola nas mãos, ele beijou os lábios da mãe dela, Gift rosnou e correu para o deck. Ele esperou Gift chegar e saltou por sobre ele. Gift rosnou. Todos bateram palmas, ele sorriu fazendo uma reverência e correu.
"Exibido!" Gift disse. O rosto dele finalmente mostrava alguma emoção: raiva.
A perna de Bronzy onde ele tocou queimava.
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FILHOTES DE VALIANT - NOBLE
FanfictionNoble se considerava um macho feliz, realizado profissionalmente, tinha uma família grande que o amava, morava no melhor lugar do mundo e... Não tinha se vinculado ainda. Em toda a sua vida, tinha se apaixonado apenas uma vez, mas acabou por não dar...