CAPÍTULO 14

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Sara ajustou a alça do vestido e olhou para sua mãe.
"Mãe, pra quê esse vestido? Você mesmo disse que Novas Espécies são atraídos pelo cheiro!"
"Você disse que ele está relutante, querida, esse vestido é para os outros notarem você, não ele." Sophia disse.
Sarah se olhou no espelho admirando o penteado. Sua mãe prendeu um pouco de seu cabelo na parte de cima de sua cabeça, Sarah ficou parecendo mais velha, mais madura.
Elas discutiram a estratégia para Sarah ficar com o cheiro de Noble sobre o corpo dela. A primeira estratégia era Sarah assistir tv colada nele, o máximo de contato que conseguisse, mas eles acabaram decidindo sair. Sophia disse que se ele sentisse ciúme, mesmo o ciúme normal, de amigo, e sua mãe fez uma carinha bem sarcástica quando disse isso, a traria para perto dele.
Sarah tinha voltado para a casa dele, eles foram para o zoológico e ao invés de saírem, ficaram conversando e bebendo cerveja na área de convivência. Foi bom, Violet era divertida, Simple ficou calado a maior parte do tempo e os olhos de Noble a deixavam inquieta. Quando Violet cochilou e Simple a pegou no colo dizendo que ela dormiria lá, o estômago de Sarah revirou.
Ela e Noble mais uma vez num jipe sozinhos na estrada a noite! Não era nada do que ela e a mãe planejaram!
Ele começou o trajeto dirigindo silenciosamente, Sarah tentou desviar os olhos dele, mas para onde mais ela olharia?
O corpo dela queimava, a proximidade, o fato de estarem sozinhos, até a escuridão tornava tudo tão excitante, tão convidativo a se fazer uma loucura. Era loucura, não era?
"Pare o jipe, Noble." As palavras saíram quase que sem ar, ela praticamente só mexeu os lábios. Não era sobre ficar cheirando como dele, era sobre estar ali, só ela e ele.
Eles tiveram muitas vezes em que ficaram sozinhos e sempre que ela começava a exalar excitação, Noble fugia. Aquilo foi se tornando difícil, dolorido, tanto que ela e ele começaram a se evitar e no fim, ela foi para a faculdade e conheceu Patrick.
Agora, ainda havia um monte de questões entre eles, inclusive o plano de sua mãe, que cada vez parecia mais maluco, mas ali, naquele momento, ela não pediu para ele parar o jipe por nada que não fosse sobre as oportunidades que ela sempre perdeu. Essa era uma oportunidade, Sarah o encarou, ele a olhava, seus olhos brilhando na escuridão.
"Sarah..." Ele começou. Ela suspirou, ele fugiria. Tudo bem, a partir daquele momento ela estava em paz. Ele realmente não a queria.
Mas ele parou o jipe e se virou para ela:
"O que mudou, Sarah? Você vestida com esse vestido que você vestiu numa das minhas festas de aniversário. Você ficou desconfortável nele antes, e hoje também. Você quer me seduzir? Por que toda essa Reserva, até os filhotinhos mais novos, sabem que eu te desejo." Ela fechou os olhos. Por que ele tinha de querer saber o que ia na alma dela?
"Noble, estamos mais velhos, talvez..." Ela começou.
"Sexo casual? É isso o que você quer?" Ele disse com a voz rouca, cada palavra parecia vibrar dentro dela, a calcinha dela estava ensopada.
"Noble, eu me sinto excitada por você. Isso é um fato. Você diz que me deseja, isso é outro fato. Por que não podemos dar vazão a isso? Depois a gente vê onde vai dar." Ela disse.
Não era verdade, o futuro era muito claro para Sarah, quando ele não a quisesse mais, ela sofreria. Muito.
Mas a promessa de sofrimento posterior parecia tão longe, tão pequena se fosse comparada com os saltos que seu coração dava, com a excitação que ela sentia, com a expectativa de um outro beijo parecido com o do lago.
"Por que essas coisas começam bem, mas terminam muito mal." Ele disse.
Noble descansou a cabeça no volante, ele parecia confuso e chateado.
Não era assim que ela imaginou que uma conversa sobre sexo entre eles se desenrolaria.
"Tudo bem, você tem razão. Vamos, vamos pra casa." Ela disse. Ele ergueu a cabeça, ligou o jipe e dirigiu olhando para frente por um tempo, mas depois tomou uma outra estrada.
"Pra onde estamos indo, Noble?" Ela perguntou, seu estômago se revirou de novo.
"Para a antiga cabana de Leo." Ele disse sem olhar para ela. Mesmo na pouca claridade dos faróis, ela podia ver que ele tinha o maxilar travado e que segurava o volante com força. Sarah ficou calada. Seu coração parecia querer sair pela boca. Eles iriam só conversar?
Durante o longo trajeto ele não desviou os olhos da estrada, Sarah se perguntava o que ele estava pensando. Estaria pesando os prós e contras? Ela deveria estar fazendo isso, mas não conseguia pensar em muita coisa, só olhar de esguelha para ele, para o bonito perfil recortado na pouca luz. Os lábios cheios, as presas, os braços musculosos, as mãos grandes.
"Você sabe o que dizem sobre pés grandes" ele tinha dito para Simple. Ele era gigante como o pai dele, lindo, grande, forte... Sarah estava quase se abanando.
Ele parou a frente de uma cabana, uma muito parecida com as cabanas de antigamente de quando não haviam muitas famílias ali, quando muitos machos solteiros moravam sozinhos. Leo morou numa caverna até ir para ali, por causa do zoológico. Depois quando acasalou com Jocelyn, a cabana ficou vazia. É claro que os trigêmeos a tomariam para eles, assim como tomaram a administração do zoológico.
Eles desceram, ele abriu a porta e esperou ela entrar. Sarah não enxergou muita coisa, só havia a pouca iluminação da lua e nem era uma lua cheia. Ela tateou e achou o interruptor. A luz inundou uma sala, muito limpa e bem arrumada, conjugada com uma cozinha pequena.
Havia uma porta a esquerda da porta de entrada e só.
"Pensei que estaria mais..."
"Abandonada? Não com Sim aqui. Candid diz que se ele não tiver sucesso no ramo dos negócios o ramo da limpeza sempre estará disponível." Ele sorriu tocando numa estatueta de um coelho de madeira.
Sarah se aproximou.
"Bells?" Ele acenou. Sarah examinou a estante e haviam livros de John e Flora, estatuetas de madeiras diversas, uma boneca de pano, portas retratos feitos de variados materiais, até um de bijuterias. Ela o pegou, era um delicado coração feito de prata com pedrinhas incrustadas. A foto era uma de Pride com Lily e Sheer pequenos.
"São os tesouros deles. Não os chame de acumuladores, Honest fica particularmente irritado se disser isso. Mas, bom..." Ele abriu uma porta de uma outra estante. E retirou um violino de lá. Parecia o primeiro violino de Noble, o violino em que ele aprendeu a tocar.
"Você deu para eles?" Sarah perguntou. Noble sorriu, um sorriso lindo, cheio de amor e orgulho de seus irmãos.
"Não. Eles não sabem que eu sei que está aqui. Storm e Tempest o quebraram, eu ia consertar, mas acabei deixando pra lá. Agora está aqui." Sarah pegou o instrumento das mãos dele, parecia novo, perfeito.
"Quem consertou?" Ela perguntou, ele deu de ombros.
"Eu não sei. Talvez tenham levado numa loja. Eles são sentimentais. Não importa quem consertou, só que está aqui." Ele acariciou o instrumento com reverência e guardou no mesmo lugar.
"Eles vão saber que você sabe." Sarah disse, ele acenou.
"Vão." Ele a encarou, Sarah engoliu em seco. Ela não devia ter se desviado do plano de sua mãe. Ela só precisava cheirar como se estivesse namorando com ele e Sophia iria iniciar os rumores. Dali a uns dias, Sarah iria na casa de Eustace e mentiria que estava grávida. Tudo muito simples num primeiro momento, mas nada que envolvia Noble e ela era simples.
Ele se aproximou e tocou com a ponta do dedo no ombro dela, ela olhou para os dedos bronzeados dele na pele branca dela.
"Sarah. Você já devia ter voltado para a faculdade, não voltou por que não quer ver o Patrick. Acha que eu me aproveitaria desse seu momento de fragilidade?" Ele recuou a mão, ela sentiu frio, ainda que ali estivesse quente.
"Não estou triste por causa do Patrick. Na verdade, estou aliviada. Não estávamos mais tão apaixonados, o namoro caiu na rotina, éramos mais amigos que transavam que namorados." Ele rosnou ao ouvir isso e deu as costas a ela.
"Isso é uma coisa que eu nunca entendi, Noble. Se não me quer, por que parece ter ciúme de mim?" Ele se virou, seu rosto não era mais o rosto calmo e sereno de sempre, seus olhos estavam quentes.
"Era esse o objetivo desse vestido? Iríamos na lanchonete e você queria me provocar? Queria que eu rosnasse para os humanos que olhassem para você?" Ele perguntou, Sarah deu um passo para trás. Era, mas não como ele disse, como se ela fosse uma idiota.
"Não. Eu só queria que você me olhasse com admiração. Como você mesmo observou eu usei esse vestido na sua festa de aniversário. Naquela época, eu pensei que você ia me ver e..." Ela parou. A conversa estava ficando muito desconfortável.
"E ter uma ereção? Por que se era seu objetivo, você conseguiu. Naquela maldita festa e hoje." Ele pegou a mão dela e colocou em sua virilha.
Sarah fechou os olhos. Era grande, estava duro, preso na cueca. Ela alisou a protuberância de leve, ele se afastou.
"Eu sou um idiota por querer dar sentido a algo que não tem sentido, Sarah. É assim que eu sempre fico perto de você. Desde o dia do beijo com sorvete." Ele ergueu o queixo dela.
"Já faz tanto tempo." Ele disse, Sarah inspirou fundo.
"Talvez, talvez você tenha razão. Eu ainda estou estudando, você, você tem, você tem as suas classes, o seu trabalho. É. Seria uma coisa meio estranha." Ela não fez sentido nenhum, mas não conseguiu articular nada melhor. Ele assentiu com a cabeça, mas se aproximou mais sem deixar de tocar no rosto dela.
"Sim. Seria estranho nós dois dormimos aqui. Amanhã seria esquisito acordar... Do seu lado." Ele disse abaixando o rosto até estar com a boca perto da dela.
Sarah o puxou pelos cabelos e tomou a boca dele, provando, chupando os lábios cheios. Ele a abraçou com força, pegou no colo e abriu a porta do quarto.
Ele a depositou na cama entre pétalas de rosas vermelhas o cheiro a envolveu, eram frescas tinham sido colhidas naquele dia.
"Rosas?"
"Simple. Ele adora antecipar as coisas." Noble disse.
"Ou não era para estarmos aqui. Talvez ele arrumou para trazer alguém pra cá." Noble balançou a cabeça e puxou um papel que estava perto da cabeça de Sarah no travesseiro.
Ele leu e entregou a ela.
Estava escrito:
"Não esqueça a camisinha, idiota." Na letra de Simple.  Ela riu, ele estava sério.
"Pode ser uma coisa que está sempre aqui." Ele se deitou bem perto dela, ela se ajeitou.
"Ele tem inveja de Harrison. Então, está sempre pensando em possibilidades, sempre tentando se adiantar. Com certeza ele sentiu o cheiro do que fizemos perto do lago." Ele lhe tocou o rosto, ela sorriu, ele continuou olhando para ela com a mesma intensidade. A tensão sexual estava ali, Sarah estava com seu corpo formigando.
"Eu não vou ser delicado, Sarah. Posso não parecer mas estou no limite."
Ela o beijou da forma mais quente e intensa que conseguiu, Noble se deitou de costas a colocando por cima do corpo dele.
"Eu não vou perder a oportunidade de beijar todo seu corpo, de te lamber todo. Eu nem acredito que estamos aqui." Ela disse e mordeu um ombro dele, ele rosnou.
"Você pode fazer o que quiser, mas depois." Ele disse virando seu corpo sobre o dela e a beijando. Era um beijo cheio de promessas, cheio de desejo. Era a primeira vez tão sonhada deles.
Ele simplesmente rasgou todo o vestido de Sarah, o sutiã e a calcinha em segundos, num minuto, Sarah estava vestida, em outro, a língua dele lhe lambia a garganta e depois estava em seus seios. Sarah nunca sentiu algo assim, a língua dele era áspera, cada lambida criava ondas de prazer que corriam por todo seu corpo. Ela estava muito excitada também. Ele sugou seus seios até que ela abriu as pernas, ele rosnou e desceu a cabeça até onde ela o queria.
"Esse cheiro. Esse cheiro me perseguiu durante anos, Sarah." Ele lhe lambeu bem devagar, tomando seu tempo, despertando um sentimento estranho nela, muito prazer e algo que ela nunca havia sentido, algo intenso, pujante. Ele a lambeu como se sua buceta fosse uma fruta gostosa daquelas que quanto mais você lambe, mais vontade dá de lamber. E Sarah ficaria ali, a mercê da língua dele para sempre. Ela, porém começou a sentir a urgência para gozar e apertou a cabeça dele contra a vulva dela, ele a chupou. Sarah se mexia, ele a chupava e ficaram assim até que ela gritou. O orgasmo a rasgou em milhares de pedacinhos. Ela apertou os olhos, as ondas de prazer partindo de seu ventre, seu centro e reverberando por todo seu corpo.
Noble tinha se afastado, Sarah abriu os olhos e o viu desenrolando uma camisinha pelo comprimento generoso de seu pênis. Sarah observou até que ele voltou a cama, ela não o viu tirar a roupa, mas foi um Noble totalmente nu que engatinhou pela cama até ela como o leão que lhe tinha doado os genes. Ela se recostou e ele a cobriu.
As primeiras partes a se tocarem foram as bocas. Daí as línguas, ele baixou o corpo sobre o dela, Sarah abriu bem as pernas. Ele guiou o pênis para a entrada de Sarah, ela o encarou.
Ele entrou nela lentamente, sem tirar os olhos dourados dela. Ele só fechou os olhos quando depois de um certo esforço ele estava todo dentro dela. Ele fez um barulho, algo como um rugido baixo, Sarah suspirou. Ter Noble enterrado dentro dela era glorioso.
"Me tome, Noble. Demorou tanto tempo." Ela sussurrou quando ele lhe beijou e começou a se mover. Cada arremetida era firme e ele tomou cuidado para não machucá-la. Ele estava visivelmente indo devagar por receio.
"Não se contenha." Sarah se mexeu debaixo dele esfregando seu clitóris na pélvis dele, foi delicioso. Ele aumentou a velocidade das embatidas, rosnando de olhos fechados, beijando o pescoço, os ombros, a boca dela.
Sarah gemia a cada vez que ele saía e entrava, ela se consumia mas sensações, o calor, o prazer a volúpia os envolveu e ele começou a perder o controle, cada embatida agora era com força e cada vez mais rápido. Sarah se mexia contra ele, ela o abraçou e lhe mordeu o pescoço quando o clímax veio arrasador, varrendo sua consciência de qualquer coisa ao redor para longe, eram apenas os dois naquele momento. Noble ficou imóvel, esticou o pescoço para trás e rugiu. Sarah sentiu as vibrações do pênis dele contra a parede vaginal dela e foi a melhor sensação do mundo.
A sensação de que ela, Sarah, o tinha satisfeito.
Ele a beijou por muito tempo, enterrado nela, seu pênis ainda muito duro.
Ele se retirou dela, entrou pela porta que deveria ser o banheiro, Sarah ouviu o barulho da água na pia.
"Espero que Simple tenha suprido bem esse lugar, por que estamos apenas começando." Ele disse quando voltou e se deitou ao lado dela, antes de lhe tomar os lábios e começar tudo outra vez.

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