CAPÍTULO 18

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Sarah saiu do hospital com um certo desconforto, mas a doutora disse que era normal. Mônica tinha perguntado se ela queria chamar Noble, Sarah negou, então ela pôs o jipe em movimento devagar enquanto voltava para a cabana.
Ela tinha tomado a decisão sozinha e por mais que se dissesse que o corpo era dela e que havia o problema com Eustace e o plano de Livie, ainda assim algo dentro dela dizia que ela deveria ter conversado com Noble.
Segundo a doutora a dose era a menor que poderia ser ministrada e Sarah e Noble poderiam ficar tranquilos por pelo menos um ano. Era o tempo necessário para ela se formar e eles resolverem o que fariam depois disso.
Ela resolveu ir pela estrada que margeava o lago e quando viu a água azul, calma, plácida, Sarah resolveu parar. Ela se sentou na prainha, tirou as sandálias e colocou os pés na água. O que Noble diria? Ele provavelmente iria concordar que foi uma decisão acertada, mas ele também ficaria triste? Era difícil ver as coisas pelo ponto de vista dele, sempre foi. Ela se lembrou de quando soube que ele estava saindo com prostitutas. Ela tinha ido a casa dele e ele a tratou da mesma forma, mas não havia o brilho de desejo mais e foi aquilo que doeu. Sarah se sentiu incompleta, insuficiente. E isso os afastou. Ela não conseguiu ver a situação sob o mesmo prisma que ele, para ela, Noble transar com prostitutas significava que ele não a queria. Uma conversa entre seus pais, que ela ouviu quando decidiu ir para a universidade cimentou a questão. Seu pai disse que desde que Sarah tinha se tornado mulher ele se preocupava em Noble reinvidicá-la, mesmo ela não sendo madura o suficiente, mas a preocupação foi em vão, Noble não fez isso. Sua mãe então disse que talvez o que ele sentia poderia ser simples amizade, e aquilo doeu em Sarah. Ela fingia que dormia, mas começou a chorar, eles vieram e a abraçaram. Daí, ela logo foi embora.
E agora estava ali, dormindo e acordando ao lado dele, correndo o risco de engravidar de um filhote dele. Como tudo mudou tão rápido?
Um menino loiro pelado passou correndo por ela e se jogou na água, a assustando, Sarah gritou. Ela o viu nadar e se admirou, era um dos gêmeos de Rebeca? Ele estava bem crescido.
"Fred!" Sarah se virou e viu Rebbeca, Missy e... Dusky? Ela franziu as sobrancelhas, Dusky não saía da sua cabana.
"Fred! Você não está obedecendo! Você prometeu!" Missy gritou e se jogou na água atrás do irmão.
"Oi, Sarah!" Rebbeca sorriu para ela, Sarah sorriu de volta. Rebbeca vestia uma cueca masculina e um sutiã de ginástica, devia ser a versão dela de roupa de banho. Missy tinha se jogado na água de vestido, ela nadava, mas Fred já estava longe.
"Eu vou buscá-lo. Oi, querida." Dusky disse a Rebbeca e a Sarah ao mesmo tempo. Ele tirou a camiseta e a calça de moletom que usava, ficando de cueca e se jogou na água. Sarah não pôde deixar de admirar o corpo perfeito dele, ainda que ele fosse menor que os outros e não fosse uma montanha de músculos como Noble, por exemplo. Rebbeca se sentou ao lado de Sarah e ficou olhando Missy nadando para a margem.
"Fred teimoso." Ela disse. Ela parecia calma, mas sua calda se revolvia de um lado a outro.
"Você e o tio Dus estão juntos?" Sarah perguntou com um sorriso, já se sentindo feliz por seu tio querido.
Rebbeca a encarou piscando, parecia estar procurando o que dizer.
"Juntos, acasalados." Sarah explicou.
"Não. Macho Bonito não sai da cabana dele." Sarah parou de sorrir, Rebbeca disse isso sem muita expressão, como se estivesse dizendo que horas eram. Sarah nunca conversou muito com ela, então não soube se o que ela disse era bom ou ruim.
"Ah, tá." Ela disse.
"Você e Noble acasalados?" Ela perguntou e Sarah sentiu que ela estava devolvendo a pergunta como se dissesse que Sarah entendia a situação dela e de Dusky, já que ela e Noble estavam dormindo juntos e não eram acasalados. Rebbeca era esperta.
"Não. Ainda não, mas vamos." Iam mesmo? Sarah se arrependeu de ter dito algo que não estava só em suas mãos, não era uma decisão só dela.
"Rebbeca adora acasalamentos!" Rebbeca bateu palmas feliz. Sarah sorriu sem graça, ela tinha falado demais e sabia.
Dusky alcançou Fred e ao invés de trazê-lo para a margem eles ficaram brincando na água, Dusky jogava o filhote para o alto, o filhote dava cambalhotas no ar antes de cair na água. Missy nadou até eles e Dusky a jogou também, Rebbeca bateu palmas da margem, Sarah a acompanhou. Era tão bonito ver Dusky brincando com eles!
"Rebbeca vai nadar." Ela disse como se despedisse e entrou na água. Sarah a observou andando até que a água a cobriu, ela era magnífica. Os cabelos loiros muito claros eram enormes, as pontas chegavam ao meio da parte de trás de suas coxas, ela era forte e curvilínea com seios fartos. Tudo o que Sarah, magra e pequena, não era. O que Noble viu nela?
Rebbeca chegou até onde Dusky estava e o beijou na boca, ele segurou no rosto dela, aprofundando o beijo, foi estranho ficar ali vendo aquilo, mesmo que foi por um breve momento. Foi algo muito íntimo entre eles.
Ela tinha de ir embora, mas ainda ficou um tempo olhando Dusky jogar as crianças para o alto e elas mergulharem na água ao cair. Aquilo demandava muita força, ele porém fazia com um sorriso no rosto, sem esforço. Eles não eram humanos, às vezes Sarah ainda ainda se surpreendia com esse pensamento, mesmo depois de tantos anos morando ali.
Ela ia se levantar quando Dusky começou a nadar para a margem, ela ficou. Sempre gostou muito de Dusky, desde que era pequena e ia na cabana dele com John e os trigêmeos.
Ele saiu da água, foi até onde suas roupas estavam e as vestiu. Sarah custava a acreditar que ele fosse cego quando o via fazer essas coisas.
"O que foi, querida? Noble está sendo um idiota? Considerando o irmão dele isso não me surpreende." Ele disse arrancando uma risada de Sarah. Ele vivia chamando Pride de idiota.
"Não. Eu acho que foi tudo muito rápido e agora estamos às voltas com os detalhes práticos. E isso é um pouco..." Ela não soube dizer. Era desanimador pensar em Noble, ela e a força tarefa vivendo num apartamento perto da faculdade dela por exemplo. Ou no sofrimento de Tammy quando Noble saísse da Reserva, ela que já estava sofrendo a perda de um filho. Ou nos perigos de estarem fora da Reserva nesses tempos difíceis. Patrick a enrolou facilmente, ele poderia tê-la matado, caso ele fosse um fanático.
Sarah sempre se lembrava do alívio que seus pais sentiam sempre que ela voltava para a Reserva.
"Um pouco assustador? Ou revelador? Você está se confrontando com o difícil que é ser companheira de um de nós, não é?" Ele disse olhando para a frente. Rebbeca estava brincando de perseguir os filhotes na água. Dusky sorriu, iluminando seu rosto bonito como se pudesse vê-los.
"Você os vê?" Sarah perguntou, ele se virou para ela e a encarou com seus olhos pálidos. Sarah se lembrou de quando descobriram que ele era pai de Minerva e que ela tinha herdado os olhos bicolores dele. E realmente o verde e o azul estavam lá. Suas iris esbranquiçadas eram diferentes, a verde era bem mais clara que a azul. Sarah pensou em como as pessoas  viam apenas o que queriam ver.
"Não como você, minha querida, mas sim de uma certa forma, os vejo." Ele disse, voltando seu rosto para a frente.
"Eu nunca pensei que te encontraria aqui no lago, é uma novidade." Sarah achou melhor mudar o assunto, não queria falar com ele sobre toda a sua história com Noble, pois acabaria contando tudo. Dusky meio que via a alma das pessoas. Ele acenou aceitando a mudança de rumo da conversa.
"Minha pequena adora nadar e nessa hora ninguém vem aqui. Você vai continuar não me vendo nas bagunças barulhentas que fazem aqui, mas de vez em quando eu gosto de agradá-la. Ela é uma alma pura e simples, merece que eu saia da cabana." Sarah sorriu com a resposta. Dusky estava quebrando sua resolução de não sair de sua cabana por Rebbeca e isso até poderia parecer pouco para quem não o conhecesse, mas como Sarah o conhecia desde sempre, ela via o tamanho da concessão que ele estava fazendo.
"Você a ama, tio?" Ela perguntou, ele sorriu.
"Acho que o que sinto por ela é o mais próximo de amor que eu já senti por alguém. Eu não acho que fui feito para amar, sabe? Blue e eu tinhamos uma união de almas que transcendia o sexo, mas no fundo, no fundo, foi Ann quem me tocou de uma forma diferente, eu quis morrer quando ela se foi. Eu ainda a sinto, havia uma grande dualidade nela, acho que ela, diferente da maioria das pessoas, viu o mal dentro de si e ao invés de se acovardar, ela o enfrentou. E ela me enfrentou também, Ann fez o que muitos machos daqui nunca conseguiram fazer, havia uma força nela, ela era ardilosa, matreira e malvada, mas ela me amou mesmo vendo o pior de mim. Ela vive aqui, o espaço que ela ocupa é muito grande." Ele tocou o peito.
Sarah ficou em silêncio. Noble a amaria se ela fosse má? Se fosse egoísta?
"Acho que eu e Noble temos tanto caminho ainda a percorrer! Eu o amo, sempre amei, mas eu me sinto pesarosa pelas coisas que devo deixar de lado por ele. Isso é amor? Eu me pergunto, pois eu deveria simplesmente largar tudo, ficar aqui e dar a ele quantos filhotes ele quisesse, mas eu não quero largar a faculdade." Ela disse.
"Monica fez faculdade." Rebbeca disse voltando a se sentar na areia. Sarah assentiu concordando, Monica era médica, ela estava acasalada com Bestial e trabalhava no hospital. Sarah já tinha pensado em ser Relações Públicas dos Novas Espécies, mas para isso ela teria de fazer uma especialização, o que acarretaria em mais tempo fora da Reserva.
Fred e Missy saíram da água e Missy tentava vestir um short nele.
"Fred, se não vestir o short, não vai ver a novela comigo." Dusky disse e o filhote rapidamente vestiu o short. Sarah e Rebbeca riram.
"Está na hora?" O filhote perguntou, Dusky se levantou.
"Sim, está quase na hora, vamos." Ele chamou e o filhote escalou o corpo dele e se sentou em seus ombros, ele estendeu os braços e Missy pulou neles.
"Vá com calma, querida. Eu sei que vocês jovens odeiam ouvir isso, mas dê tempo ao tempo." Ele disse e estendeu a mão para Rebbeca. Sarah ficou observando eles irem, Dusky com Fred nos ombros, Missy num braço e Rebbeca com os dedos entrelaçados nos dedos  da outra mão dele. Uma família era o que ela via.
"Dusky e Rebbeca. O casal menos provável da Reserva." A voz de Noble soou atrás dela, ela se levantou.
"Eu parei aqui para admirar o lago e eles apareceram." Sarah contou e ele acenou.
"Quer nadar também?" Ele tirou a camiseta, Sarah se aqueceu com o gesto simples. Os músculos poderosos dele a excitavam.
Ela ficou olhando para ele, ele tirou a calça. A cueca mostrava seu pau duro, ela salivou.
"Vem ou não?" Ele foi andando de costas para a água, Sarah tirou a calça jeans e a camiseta, ficando só de sutiã e calcinha.
"Pensei que fosse proibido fazer sexo no lago durante o dia." Ela disse caminhando até ele. Seu pai vivia brigando com os moradores por fazer isso, havia até uma placa no deck. A multa era alta.
Ele a abraçou quando ela se aproximou e a beijou.
"Eu te chamei para nadarmos. Se isso evoluir para outra coisa, porém, eu pagarei a multa com prazer." Ele disse a palavra 'prazer' meio rosnando, colando o corpo de Sarah ao dele.
Ele a beijou de novo, dessa vez com mais sede, mais fome, Sarah se deixou levar pelas sensações que os lábios cheios dele nos dela provocavam, ela abriu as pernas e o enlaçou com elas, o pau dele dentro da cueca roçou em sua entrada, ela convulsionou com o prazer que o simples ato desatou. Ele não parou de beijá-la quando afastou a cueca e a calcinha de Sarah e seu pau a penetrou. Sarah gemeu com os olhos fechados com força, aquilo era tudo o que Sarah podia querer naquele momento, tê-lo grosso, grande e duro entrando e saindo de dentro dela, ali, com a água morna os envolvendo. Era perfeito.
Até que o gozo veio e ela mordeu a boca dele enquanto era sacudida pelo êxtase. Noble também gozou, ele rugiu baixo, ela ainda chupava seu lábio inferior.
Eles ficaram se encarando enquanto recuperavam o fôlego e seus corações diminuíam o ritmo das batidas, estavam tão agarrados que ela não sabia se era seu coração ou o dele que batia rápido daquele jeito.
"Isso foi..." Ela começou, ia dizer que foi rápido, mas delicioso, Noble porém a interrompeu:
"Só o começo." Ele disse a beijando de novo.
"Então, é melhor irmos para a cabana." Ela disse, ele concordou.
Só quando saiu da água, Sarah percebeu que ele tinha rasgado sua calcinha.

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