CAPÍTULO 22

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Noble acariciou o rosto de Sarah, ela respirava tão levemente que em alguns momentos ele tinha vontade de sacudí-la.
"Ela não vai acordar por agora, Nob, por que não vai comer alguma coisa?" Honest disse entrando no quarto. Ele mexeu nos aparelhos, abriu um olho de Sarah e suspirou.
"Ela está mesmo fora de perigo?" Noble segurou nos braços de seu irmão e o encarou. Honest estava do mesmo tamanho que ele.
"Sim, Nob. Confie em mim, tá bom? Violet agiu rápido aplicando o antídoto nela, o problema foi que ela é humana, a dose foi mais do que deveria ser ministrada." Honest tocou no rosto de Noble com carinho, Noble fechou os olhos.
"Eu confio em você, sabe disso. É só que eu estou em agonia. Só vou parar de sofrer quando ela estiver longe desse hospital." Honest colou sua testa a de Noble, os dois ficaram parados por alguns segundos. Noble se lembrou de quando seu pai lhe entregou Honest recém nascido para que ele guardasse o cheiro. Honest esperneava e gritava, Noble meio que se surpreendeu com a força dos pulmões dele, seus ouvidos doeram. Agora, quase dezesseis anos depois, seu irmãozinho estava cuidando do que Noble tinha de mais precioso.
"Ela vai sair daqui logo, eu te prometo." Ele disse e se afastou. Noble voltou a cadeira e segurou a mãozinha minúscula de Sarah, fria e delicada entre as dele.
"Que clima de velório é esse? Pelo que me contaram, Sarah está fora de perigo." Noble se virou para a porta, Candid entrava com um sorriso no rosto.
"Mas ela ainda está aqui, idiota. Embora não me surpreenda a sua insensibilidade, você só veio hoje." Noble disse voltando a olhar para o rosto adormecido de Sarah.
"Eu tinha umas coisas para resolver." Ele deu de ombros. Noble o ignorou, mas Honest não.
"Coisas mais importantes que Sarah?" Noble ergueu a cabeça e encarou seu irmãozinho. Visto por esse prisma, Candid tinha deixado claro que Sarah não importava para ele. Noble sentiu o rosnado se formando em sua garganta.
"Você estava aqui, Hon. Nada que eu pudesse fazer seria melhor do que você faria." Ele disse, mas Noble rosnou mesmo assim.
"Calma, Nob! Eu vim, não vim? Não estou aqui agora?" Ele disse, sua voz um pouco mais fria que de costume.
"Sarah foi a primeira amiga de vocês. Ela os ama, ela seria capaz de dar sua própria vida por você, Cam, por que é assim que ela é. E você simplesmente deu mais importância a um 'assunto' que a vida dela. Mas eu não vou gastar minha saliva com você, eu só quero levá-la para casa." Noble disse e baixou a cabeça.
"Me perdoe, Nob. Eu tive meus motivos. Não foi uma coisa à toa. Eu só não posso contar, mas estou aqui agora, o que quer que precisem, eu faço." Ele se ajoelhou a frente de Noble, Noble assentiu, ele se levantou.
"Tudo bem. Eu não vou sair daqui, mas se quiser ficar também, eu agradeço." Candid pegou uma cadeira e se sentou, Noble sorriu. Ele não ficaria muito tempo, Cam era muito inquieto.
"Eu vou fazer minha ronda e quando voltar, você vai me contar tudo." Honest disse e ia saindo quando Candid disse:
"É coisa minha, não vou contar." Ele cruzou os braços.
"Vai sim." Honest nem se virou e saiu, Candid bufou. Noble olhou para as unhas de Sarah, curtas, rosadas, bem cuidadas e se perguntou como Honest podia continuar o líder dos três sem ter de lutar.
"Tem notícias de Simple?" Noble perguntou, Candid se mexeu na cadeira.
"Ele foi me ver, mas não disse pra onde iria." Noble assentiu. Simple foi cúmplice de Sarah e Livie nessa loucura de irem resgatar a filhote de Brass e Sophia da mansão impenetrável do ex-sogro de Sarah. Noble não entendia o papel de Livie na história, mas tirando o fato de Sarah ter sido atingida pelo veneno de Bronzy, elas tiveram sucesso. Noble não sabia ainda dos detalhes, mas Daisy, Violet e a pequenina Flora arrasaram com os seguranças aprimorados de Eustace Lennisworth.
"Tem a ver com achar Honor, é tudo o que eu sei." Candid disse depois de um tempo.
Estranhamente, Candid e Noble ficaram sentados por muito tempo em silêncio velando por Sarah e Noble acabou agradecido ao seu irmãozinho. Noble tentou se lembrar de alguma outra vez que ele e um dos trigêmeos tivesse ficado juntos por tanto tempo e não conseguiu. Eles eram distantes de Noble e dos outros. Simple tinha um laço com Pride, mas mesmo assim, os três estavam sempre juntos, só os três.
"Acho que nunca ficamos tanto tempo juntos só nos dois." Noble disse. Sarah não acordava, ele estava começando a entrar em pânico.
"Não havia oportunidade, você vivia trancado em seu quarto tocando." Candid se levantou.
"Vou buscar comida." Noble franziu o cenho.
"Há horários para isso, ainda falta um tempo para o jantar." Ele sorriu, malandro.
"Uma das coisas boas de ter passado horas intermináveis nessa merda de lugar me passando por Honest, foi conhecer a cozinha muito bem." Ele saiu e Noble ficou pensativo, foi estranho o modo como ele falou, pois Candid também gostava do hospital.
Ele se levantou e se lembrou de quando Sarah se machucou e ele sentiu o cheiro do sangue dela em seu quarto. Noble correu até o hospital e Honest limpava o rosto dela. Foi a primeira vez que ele sentiu o quanto ela era importante para ele. Candid, se passando por Honest na ocasião, beijou os lábios de Sarah e Noble rosnou. Hoje, ele sabia que Candid fez aquilo de propósito, mas na hora, algo nele se agitou. Sarah sempre esteve presente em sua vida, isso foi maravilhoso e frustante. Ela ser humana, frágil e ter crescido muito mais lentamente que ele foi uma tortura.
A porta se abriu e pela primeira vez Noble se viu olhando para o rosto lindo de Bronzy. Ela entrou e olhou para Sarah na cama, seus olhos impressionantes se encheram de lágrimas.
Ela se sentou na cadeira que Candid tinha se sentado e apertou os lábios.
"A doutora Trisha disse que ela vai ficar boa, mas eu estou com medo." Noble voltou a se sentar na outra cadeira, eles ficaram um de cada lado da cama.
"Você não fez por querer. Eu já estive sob o que quer que Flora faz, as emoções ficam descontroladas." Ele disse.
"Eu senti medo. Muito medo. Eu não sei dizer de quê, só que um medo desesperador se apossou de mim e eu reagi. Eu sinto muito." Ela baixou os olhos.
"Ela está apenas sedada, o problema foi a dosagem do antídoto." Noble respondeu. Ele não diria que estava se consumindo de medo de Sarah não estar realmente fora de perigo, que seu coração só sossegaria quando ela abrisse os olhos.
"Você a ama mesmo." Bronzy disse olhando para Sarah, como se isso fosse algo improvável.
"Sim, é claro que eu a amo. Sempre amei." Noble disse e seu coração atestou as palavras. Ele sempre amou Sarah, sempre.
"Mesmo quando ela estava com Patrick?" Bronzy elevou os olhos para ele. Por um momento ele mergulhou na cor incomum deles, achando engraçado que com John, Gift e até com Brass, Noble não via nada demais nos olhos deles. Ela o esperava responder com uma certa curiosidade.
"Sim. Mesmo quando ela estava com ele. Eu namorei duas pessoas nesse período." Ele se sentiu desconfortável ao dizer isso. Tanto Kyra quanto Fanny agora pareciam estar distantes. Ele sempre pensou nelas com carinho, mas só nesse momento, em que falava sobre elas para Bronzy é que ele via que nunca as amou. Nem elas, nem qualquer outra.
"Eu pensei que Novas Espécies não namoravam." Ela disse.
"A maioria não, mas eu sou de segunda geração, eu acho que..." Noble franziu as sobrancelhas. Ele não entendia, mas ele não conseguiu dizer que ele não se vinculava. Era o que ele queria falar, mas não conseguiu.
"Entendi. Eu também sou de segunda geração? Minha... mãe é Nova Espécie mas eu não sei se ela é de primeira geração." Ela perguntou, Noble custou a responder. Ele estaria vinculado? Depois de todas as outras? E conhecendo Sarah durante tanto tempo?
"Noble?" Ela chamou. Ele balançou a cabeça.
"Me desculpe, Bronzy, eu estava longe. Sim, você é de segunda geração. Sua mãe é de primeira geração, ela foi criada, assim como o meu pai, ou o seu."
"Em que você estava pensando?" Ela perguntou inclinando o rosto para o lado. Noble lidou com crianças durante muito tempo e estava vendo que ela não era tão madura como alguns ali eram. Nem todos os filhotes eram realmente maduros quando seus corpos amadureciam, isso dependia muito de cada um. Gift mesmo era mais maduro que o próprio John ao passo que Brave era literalmente um menino grande.
"Eu me perguntava como eu pude amar Sarah e compartilhar sexo com outras. Eu não consigo entender isso. Nunca consegui." Ela deu de ombros.
"E agora? Se você e Sarah decidissem se separar, você 'compartilharia sexo' com outra? Numa boa?" Ela fez aspas quando disse compartilhar sexo, Noble sorriu. Mas o peso da resposta, a rapidez com que a resposta veio foi algo que o surpreendeu.
"Não." Ele poderia adicionar um 'definitivamente não' a sua resposta calmamente. 'Nunca!' de forma exclamativa também. Ele poderia rosnar um 'jamais' de dentro da sua alma, do âmago de sua essência e seria pouco para expressar o fato de que ele não conseguia sentir mais nada por outra fêmea. O que isso significava? Os olhos incríveis de Bronzy estavam fixos nele registrando cada reação de seu rosto. Havia um ar muito interessado no rosto dela.
"Por que está me perguntando isso?" Noble perguntou a ela, afinal, o que ela estava fazendo ali?
"Onde estão os seus pais?" Noble sabia que ela tinha chegado ao hospital desacordada e que tinha estado sob os cuidados da doutora Trisha.
Ela se levantou.
"Eu estou me escondendo, eles estão dormindo no meu quarto. Meu... Brass está sentado com Sophia em seu colo." Noble franziu as sobrancelhas.
"Se escondendo? Como?" Noble inspirou e sentiu o cheiro de Brass e Sophia num quarto em outra ala do hospital. Ela sorriu de lado.
"Eu sou uma burra, não sou? É claro que quando acordarem virão pra cá. Esse é o quarto de Sarah." Noble piscou.
"Não importa o quarto em que você esteja, seu pai pode te sentir. Brass é canino, o faro dele é muito bom." Ela abriu a boca.
"É mesmo!" Ela riu. Noble riu com ela, estava descobrindo que ela era encantadora.
"Eu tenho um faro melhor que o dos humanos, mas eu não sinto o cheiro deles daqui. Quando produzo veneno, fico mais sensível ao meu redor, mas não muito." Noble assentiu. Ela era venenosa e perigosa.
"Você não está produzindo agora?" Noble perguntou.
"Não. Me deram alguma coisa, eu me sinto estranha, como se estivesse seca, entende?" Ela o olhou.
"Não, não entendo, mas você sabe que é perigosa, não sabe?" Ela baixou os olhos e correu o dedo pelo rosto de Sarah, Noble rosnou, mesmo ela estando de luvas. Ele só notou isso nesse momento.
"Estou de luvas, não estou machucando ela. Eu vou estar sempre vestida, sempre. E não vou sair de casa. Sarah e os outros estão seguros." Ela disse, sua voz estava ansiosa para que ele acreditasse, Noble suspirou.
"Meu irmão está trabalhando para que você possa ter uma vida normal. Ele é o melhor no que faz, você logo estará fugindo dos olhares dos machos." Ele disse, ela olhou para as mãos enluvadas. As bochechas dela assumiram um tom rubro.
"Eu estou feliz por você e Sarah. Eu sempre tive inveja dela, sabe? Patrick sempre falava em como ela era bonita, inteligente e divertida." O rosnado ficou preso na garganta de Noble com esforço. Pensar que aquele idiota tocou em Sarah o deixava nervoso.
"Ela foi muito corajosa indo na casa do meu... Do... De Eustace. Estranho como eu não consigo chamá-lo de papai mais. Foi só ver meu pai e minha mãe que eu me senti diferente. Eu sou muito parecida com ela e tenho os olhos dele, como negar isso? Eu só tenho medo de que descubram que eu sou má. Mas eu não sei ser outra coisa." Ela ficou triste.
"Bom, eu tenho dois irmãos realmente maus e eles são amados por todos aqui." Ela ergueu os olhos e inclinou o rosto.
"Sério? Quem são?" Ela até se esticou na direção de Noble.
"Simple e James." Ele deixou ela processar a informação. Com certeza ela saberia alguma coisa sobre Simple, ele era a porra de um PopStar entre os inimigos dos Novas Espécies, e Eustace era um inimigo, isso estava claro.
"James? Quem é James?" Noble sorriu, seria muito engraçado se James estivesse presente.
"Um idiota que não vale a pena que você gaste seu tempo pensando nele." Candid disse entrando no quarto com uma bandeja nas mãos. Ele colocou a bandeja na cama ao lado do corpo de Sarah a frente de Noble. Ela parecia minúscula ali naquela cama. Candid destampou a bandeja e o cheiro de carne tomou o quarto. Bronzy olhou para os bifes.
"Pode me agradecer mais tarde." Seu irmão disse e saiu do quarto. Noble olhou para Bronzy, ela ficou ainda olhando para a porta depois que Cam a fechou.
"Eu te peço desculpas pela grosseria dele. Vou dar uns cascudos nele, depois contar para a nossa mãe e ele vai limpar a casa durante um mês." Noble estava em choque. Logo Candid, o mais amável deles! Nem Simple faria uma coisa feia dessas.
"Não, está tudo bem. Eu e ele já nos conhecemos, eu quase o matei, ele deve estar com raiva de mim." Ela disse triste, muito triste. Noble achou melhor distraí-la:
"Essa carne provavelmente foi roubada da cozinha, então deve ter um gosto bom. Prove." Ela ergueu o queixo, sorriu e pegou um bife do prato. Noble a observou comer o bife e lamber os lábios.
"Está bom?" Ele perguntou ela fechou os olhos.
"Muito!" Noble riu e estendeu o prato para ela. Bronzy olhou para ele, Noble assentiu e ela devorou toda a carne.
"Eu acabei descobrindo que estava com fome, me desculpe." Ela sorriu sem graça.
"Eu não estou com fome, estou preocupado com Sarah." Ele acariciou o rosto de Sarah. Aquilo estava acabando com ele!
"Quer que eu vá atrás de algum médico?" Ela se levantou. Bronzy era alta, do tamanho de Daisy que era maior que Violet. Linda, forte e alta, isso teria intimidado Candid?
"Não precisa, Honest deve aparecer aqui daqui a pouco." Ela se sentou de novo.
"Quer que eu vá embora?" Ela perguntou, ele estendeu a mão, Bronzy colocou sua mão na dele. As luvas de látex eram grossas, mas ainda assim foi bom segurar a mão dela.
"Você é irmã de Sarah, já pensou nisso? Se é irmã dela, também é minha irmã." Ela arregalou os olhos, Noble sorriu.
"Eu não sei o que dizer. Está tudo tão confuso na minha cabeça. Eu estou com medo dos meus pais. Não sei por que, mas estou. Quer dizer, eu sei por que. Eu tenho medo de não gostarem de mim." Noble balançou a cabeça.
"Se eles gostam de Gift, eles gostariam de você mesmo que você fosse uma megera rabugenta." Ela riu.
"Por que está dizendo isso?" Ela ainda sorria quando perguntou.
"Por que seu irmão é um pé no saco. Ele quase não fala, está sempre com a cara fechada e parece um velho. Ele foi o único dessa Reserva que eu não consegui ensinar a tocar nada! Nem triângulo ele consegue tocar. Triângulo!" Ela se dobrou de rir, Noble a acompanhou. Gift era mesmo muito chato.
"Que bom que eu divirto vocês." O próprio Gift disse da porta. Bronzy deu um pulo, Noble se levantou.
"Quem diria, não é? Logo você que não seria divertido nem que sua vida dependesse disso." Ele ignorou Noble e se aproximou da cama. Se inclinou sobre Sarah, cheirou o rosto dela, alisou seus cabelos e disse:
"Mamãe e papai me pediram para te chamar." Ele disse para Bronzy e se virou para Noble:
"Hon disse que ela só vai acordar a noite. Quer ir tomar banho ou comer alguma coisa? Eu fico aqui." Ele podia ser um velho sem senso de humor, mas amava Sarah, Noble sempre admirou isso nele.
Mas ele não podia sair dali. Ele estava preso a ela, isso chegava a incomodar.
"Há duas cadeiras aqui, pode se sentar ali. Não é como se você fosse fazer meus ouvidos sangrarem com sua conversa." Noble disse, Bronzy se levantou.
"Eu vou indo, então. Noble, eu juro que não deixaria Eustace fazer mal ao filhotinho de vocês se Sarah tivesse aceitado o acordo, viu?" Ela ia saindo, Noble cruzou o quarto rapidamente e a segurou pelo braço. No mesmo instante a pele de sua mão começou a arder, ele a soltou.
"O que quer dizer?" Ela o olhou com os olhos bem abertos, Gift limpou a garganta, ela olhou para ele.
"Diga! Que acordo?" Ela fechou a boca e apertou os lábios.
"Pergunte a ela, ela vai te contar. Eu só não quero que você fique com raiva de mim, tá bom?" Ela disse, Noble deu um passo para trás, ela saiu fechando a porta.
"Sabe alguma coisa sobre isso? Sobre esse acordo, sobre um filhotinho meu e de Sarah? Sobre..." Noble sentia a mão doer e sua cabeça estava quente, Gift o interrompeu:
"Sim, eu sei, mas não vou dizer nada. Sarah vai te explicar." Ele disse calmamente enquanto beijava a mão inerte de Sarah.
"Lave a mão." Gift disse, Noble foi até o banheiro e deixou a mão debaixo do jato de água. Depois de um tempo, a dor passou. A mão dele ficou vermelha e com algumas bolhas de água, como se tivesse colocado a mão numa superfície quente.
"Veja isso." Ele mostrou a mão para Gift, o filhote assentiu.
"Ela é perigosa. Por mim, ela ficaria isolada, qualquer filhote pequeno pode tocá-la e dar merda, mas mamãe e papai estão maravilhados com ela, então, só podemos ficar de olho nela, sempre." Ele suspirou. Noble o olhou, ele estava cada vez mais frio, mais analítico.
"Ela só precisa se encontrar, ela não é malvada, eu sinto isso." Noble disse, Gift acenou.
"Se a intenção contasse..." Ele deixou isso no ar, Noble estava com a cabeça dando voltas para se importar com o que ele disse.
"Eu juro que não deixaria Eustace fazer mal ao filhotinho de vocês."
As palavras de Bronzy não faziam sentido. Ela falou num acordo, Sarah teria feito um acordo com aquele filho da puta? Como Livie? Noble balançou a cabeça, não, ela não faria isso!
"Gift!" Ele olhou para o filhote, Gift continuava olhando para a mão de sua irmã.
"Não." Ele disse, inflexível.
"Deve ter alguma coisa que você queira." Noble disse. O filhote o olhou, os olhos dele eram desapaixonados, indiferentes, lhe lembraram os olhos de Simple. Mas Simple gostava de negociar, o filhote a frente de Noble, ao que tudo indicava, não.

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