CAPITULO 11

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Bronzy suspirou e lavou o rosto. Com cuidado, ela estava muito nervosa e não queria ficar se sentindo tonta também. Seu pai entrou no quarto e ela o encarou do espelho.
"Querida! Precisa se acalmar. Se for muito para você, eu entendo. Você é muito novinha ainda." Ela se virou.
"Eu consigo pai! É só que... Essa última injeção foi muito forte, eu estou tonta e nervosa!"
"Será sua última missão. Faça o que deve fazer, prove sua lealdade e esperaremos Sarah dar o alarme."
"Pai..."
"Eu sei, querida! Eu fico muito feliz quando vejo que você me considera seu pai, eu fico mesmo! Mas... Gabriel pode dar um jeito em você." E elefantes podiam voar, ela pensou.
"Acha que foi Gabriel?" Ela tinha suas dúvidas. Seu pai mesmo disse que Gabriel virou um zumbi, que ele não ligava para quem ou o que pediam pra ele fazer.
"Sim. Isso seria uma coisa quase impossível de se fazer. Só ele poderia fazer." Ela baixou a cabeça. Não podia ficar agitada, a injeção foi muito forte, ela disse que era muito veneno.
"Então, a conversa com Sarah foi tudo encenação." Ele sorriu.
"Se ela me trouxesse mesmo um bebezinho, eu ficaria muito surpreso, mas ela não vai fazer isso, filha." Bronzy concordava com ele. Sarah era a típica princesa de contos de fadas que tinha de ser salva pelo príncipe.
"Quando eles chegarem aqui... Você vai mesmo mandar matar Honor?" Ela perguntou.
"Não seja idiota, Bronzy. Acha que eu mataria a minha maior atração? Eles virão aqui, mas não me matarão. Da mesma forma que não mataram Evan. Há uma comoção cada vez maior contra eles, o exército os usa em missões, mas os temem. Já houve mais de um projeto de lei para tirá-los dos Estados Unidos. Mandá-los para a África ou Austrália. Matarem alguém com tantos contatos como eu, colocaria em risco todo o povo deles. Eles sabem disso."
"Mas e se Sarah não contar e aparecer aqui com um bebê na barriga?" Ela não acreditava nisso, mas Patrick disse que o tal Noble era apaixonado por ela. Que ela é que não o quis.
"Bom, aí sim eu ficaria surpreso. Se isso acontecesse, eu liberaria você e daria uma localização falsa para eles. E ficaria com o filhote, é claro. Daria Sarah para Patrick, afinal ele foi o grande responsável por tudo." Ele disse com orgulho.
"Me liberaria?"
"Sim, querida. Sua missão ainda seria a mesma. Você faria o que eu pedi e ficaria com sua família. Eu tenho honra."
"Mas você confiaria em mim?" Ela o olhou.
"É claro! O que você poderia fazer? Contar que eu sou o dono da ilha? Como provariam isso? Poderiam vir e me matar? Sim, mas se fizessem isso, todos os Novas Espécies, inclusive o precioso Honor morreriam"
Bronzy se levantou. O soro estava fazendo efeito, seus olhos estavam mudando de cor.
"Que lindos olhos amarelos!" Ele bateu palmas. Ela assentiu.
"E por que eu tenho que ir em missão de novo? Eu quase morri da última vez."
"Se Sarah não demorar a dar com a língua nos dentes, você logo não terá que fazer mais nada. O helicóptero está a sua espera."
Ele disse e saiu.
Bronzy pensou em Candid. Ele a beijou e isso acabou com toda a rebeldia dela. Por que ela queria aquilo de novo, queria sentir o corpo de outra pessoa próximo do dela. E ele era tão bonito! Forte, alto e aqueles cabelos! Cabelos de fogo, cheios de mechas mais claras e mais escuras, vermelhas, flamejantes.
Ela pegou o telefone e foi apressar Sarah. Aquela trouxa tinha de ser levada no limite.
"Alô? Bronzy?" Ela atendeu.
"Quantas pessoas te ligam de números irrastreáveis? É claro que sou eu." Bronzy respondeu.
"O que você quer?" Ela perguntou.
"Saber do andamento das coisas. Você e o grandão já estão transando?" O corpo dela se aqueceu ao dizer isso. O veneno a deixava muito excitada.
"Não. Bronzy, por favor, venha para a Reserva! Podemos resgatar você!" Ela disse. Era exatamente o que o pai dela queria. Logo, Bronzy iria para um outro local e a 'encontrariam'.
"Não. Você sabe que eu não vou. você é muito..." Alguém pegou o telefone.
"Bronzy? Filha?" Bronzy desligou o telefone, o jogou na cama e começou a vomitar. Ela vomitou tudo o que tinha no estômago e sentiu que ia desmaiar.
Emoções eram uma merda. Foi o que ela pensou antes de tudo ficar escuro.
Quando acordou estava num tipo de cabana improvisada, um grande toldo com muitos esquipamentos e caixas de madeira ao redor dela. Ela teria sido levada desacordada? Essa missão era tão importante assim?
"Já não era sem tempo." Ela se deparou com os olhos azuis brilhantes e frios e chiou. Ele se afastou.
"Calma! Estou no controle. Não se preocupe." Ele disse com um sorriso. Bronzy não entendia o que aquilo significava, mas seu pai não a colocaria perto dele se houvesse risco para ela.
Ela se levantou, seu corpo cheio de adrenalina e excitação.
"Será que eu morreria se eu provasse a buceta dela? O cheiro é muito bom!" Uns dos soldados disse, ela sorriu.
Se levantou e foi até ele.
"Talvez eu pudesse controlar, mas você teria de ser muito bom." Ele sorriu mostrando suas presas amareladas. Os aprimorados nunca tinham as presas branquinhas como os... Como Candid. Ele tinha as presas branquinhas como pérolas.
"Mas eu duvido que você seja bom." Ela sorriu maldosa. Ele rosnou, outro, o que devia ser o chefe rosnou mais alto, ele recuou.
"Você está pronta?" O outro clone perguntou. Esse tinha um ar malévolo, Bronzy sentiu um pouquinho de medo dele. Ela assentiu e eles correram.
Bronzy não era tão rápida, ela nem mesmo gostava de correr, então foi a última a chegar.
Era uma fazenda, havia cheiro de ovelhas, de carne e pão assando no ar. Eles pararam numa colina que dava para avistar a casa. Bronzy usou seu binóculo, mas não precisava. O veneno aumentava suas capacidades.
Um enorme Nova Espécie construía uma cerca com grandes toras de árvore, outro um pouco menor que ele o ajudava. Mais distante, numa casa menor, uma fêmea humana grávida estendia roupas ajudada por um Nova Espécie bebê. Bronzy segurou uma onda de ternura ao olhar para as perninhas curtas e gorduchas do bebê, ele pegava as roupas no cesto e entregava para a fêmea.
"Tocante, não é? Pena que caíram no nosso radar." O clone que causou calafrios em Bronzy disse.
Eles desceram andando calmamente. Ali era muito longe da próxima cidade, eles não tinham chance, seriam capturados. Bronzy respirou fundo. Eles foram burros. Deviam estar na Reserva.
Antes de chegarem próximo da casa um tiro acertou um aprimorado, ele recebeu o tiro, caiu sentado, mas se levantou e rosnou. Vários tiros foram deflagados, um dos clones a protegeu de um tiro entrando em sua frente. Ele recebeu o projétil, e só rosnou baixinho, nem mesmo saiu do lugar.
Ele a guiou para atrás de uma árvore e a pressionou com o corpo quente, Bronzy se excitou.
"Pare com isso. Esse aqui gosta de sexo, se ele morrer te fodendo, eu acabo com você, puta venenosa."
"É o veneno, eu não controlo." Ele não respondeu e olhou pelo lado da árvore. Havia barulho de luta.
Bronzy esperou e logo ele se afastou.
"Que porra! Meus braços estão coçando." Ele a olhou. Bronzy ficou um pouco hipnotizada com os olhos dele, pareciam diamantes azuis, eram tão brilhantes, tão claros...
"Tire a blusa. Não se pode tocar nela por muito tempo nem com roupas." Alguém disse, Bronzy piscou. Ele tirou o colete, a blusa de mangas que usava por baixo e voltou a vestir o colete.
"Ainda está..." Ele começou a se coçar, alguém veio com água e jogou nele. Ele tirou o colete, depois toda a roupa, Bronzy abriu a boca.
"Nunca viu um homem nu?" O outro perguntou com um sorriso lascivo.
"Não. Não perto de mim, pelo menos." Ela disse. Ele era impressionante, o corpo bronzeado, forte, musculoso, e o pau dele! Bronzy não conseguia tirar os olhos. Era grande, grosso e estava duro, em pé.
Alguém apareceu com mais água e despejou no corpo dele, ele respirou fundo, aliviado. Onde ele coçou ficou muito vermelho. Ele baixou os braços, o pau dele foi baixando, meio de lado, ela ficou olhando os pêlos em sua virilha. Ele se aproximou, ela se forçou a olhar nos olhos dele.
"Gosta do que está vendo?" Ele perguntou, seu rabo de cavalo tinha se desfeito, os cabelos negros emolduravam o rosto perfeito dele, fazendo um contraste com o brilho dos olhos azuis. Ela nem viu a mão dele, só sentiu a dor explodir em seu rosto com a bofetada e depois seu corpo caiu a uma grande distância batendo no chão duro.
"Puta!" Ele disse. Alguém trouxe uma calça para ele, ele vestiu e eles continuaram andando. Bronzy viu que o outro fez menção de ir ajudá-la a se levantar, mas desistiu.
Os barulhos de tiros tinham parado, só se ouvia um choro de bebê, alto estridente.
Ela e os clones deram a volta na casa grande e num jardim que ficava ao fundo, Bronzy viu duas mulheres humanas, uma delas era a grávida, um Nova Espécie gigante, três mais jovens, grandes e fortes e mais duas crianças. Uma devia ter uns seis anos e o bebê que ajudava a humana grávida, ele chorava abraçado ao mais jovem. Todos os outros estavam de joelhos. O maior, o chefe da família estava com a cara no chão detido por dois aprimorados. Cada um dos outros que estavam de joelhos tinha uma arma apontada para sua cabeça. Uma família de duas gerações. O coração dela apertou.
O clone que ela queimou sorriu e se dirigiu ao Nova Espécie maior.
"Número?" Ele perguntou.
"Vá se foder!" Ele disse.
O clone riu.
"Acha que essa atitude ajuda sua família?"
"Me mate e deixe eles em paz." O Nova Espécie disse. Ele estava sangrando tinha tomado alguns tiros. Se estava falando era por que não usaram a munição especial.
"Não viemos aqui matar. Eu pelo menos, não." Ele olhou para Bronzy e sorriu. Um calafrio passou pelo corpo dela.
"Querida?" A voz de seu pai foi ouvida no ponto do ouvido dela. O bebê chorava gritando pela mãe, a grávida chorava baixinho.
"Pai, eles tem crianças aqui. Um bebezinho. Você queria um bebezinho. Vamos levá-lo?" Seria triste para o bebezinho, mas a família continuaria viva.
"Eles são caninos, meu tesouro. Eu não preciso de caninos, pelo menos não de tantos. E já são velhos demais para se dobrarem. Samantha quer o bebê. Essa missão é dela esqueceu? Você está aí para provar que é leal, apenas isso. Vou ficar com um dos mais jovens como brinde, mas você deve eliminar o resto da família."
"Pai, por favor!"
"Você não é capaz? Tudo bem, os clones resolvem. Que decepção, Bronzy!" Ele desligou.
O clone se aproximou da mulher mais velha e ergueu o rosto dela. O Nova Espécie rosnou.
"Qual é o seu nome?" Ela correu os olhos por toda a sua volta e disse:
"Kim." Ele sorriu.
"Viu? Não é difícil." O Nova Espécie maior se sacudia tentando se soltar do agarre dos dois aprimorados que o subjulgavam com a cara no chão.
"Qual é a sua história, Kim?" Ele segurava o queixo dela forçando sua cabeça para trás.
"Eu era uma técnica numa instalação. Me apaixonei por 263 e nós fugimos. Viemos pra cá e estamos aqui desde então." Ela disse olhando nos olhos do clone. A beleza dos olhos dele não fez efeito nenhum nela, ela o via como o lixo que ele era.
"Antes de Mercille ser invadida?" Ela assentiu com a cabeça.
"Há quantos anos exatamente?" O segundo clone perguntou. Ela o olhou com desdém.
"Traidores da própria espécie, vocês me dão nojo!" Ela tentou cuspir, mas o clone estava com o queixo dela bem preso.
"Responda." Ele apertou o rosto dela.
"Há trinta e cinco anos." Ela o encarou.
"E quantos anos você tinha Kim, quando veio pra cá?" Ela fechou a boca com força. O outro clone atirou num dos Novas Espécies mais novos. A mulher grávida gritou. O bebê estava vermelho de tanto chorar.
"Me deixa acalmá-lo, por favor!" Ela pediu.
"Não. Pra onde vamos levá-lo, ele ainda vai chorar muito." O clone apertou ainda mais o rosto de Kim.
"Eu tinha trinta e... Dois." Ela disse, ele soltou o rosto dela, sua cabeça bateu no chão. O Nova Espécie mais velho rosnou.
"Viram? O que eu disse? Esses desgraçados podem viver por muito tempo! E vocês também vão poder. E suas mulheres. " Ele sorriu.
Ele voltou a pegar a cabeça de Kim e erguer.
"Vejam! Sessenta e sete anos! Quem não foderia uma velhota dessas nheim?" Ele a levantou e rasgou a blusa dela. Bronzy queria fechar os olhos.
"Olhem essas tetas! Está melhor que muita atriz pornô!" Eles riram.
"Estão mais durinhas que as da minha namorada e ela tem vinte e três aninhos!" Um deles disse, outra rodada de gargalhadas foi ouvida.
"Se ela está com você é por que já cansou de dar para todos que ela conhece." Outro disse, novamente eles riram.
Bronzy sentiu nojo quando ele puxou um dos mamilos de Kim com força e todos riram.
Ele a soltou, ela cambaleou, mas não caiu. Kim ergueu o queixo e não arrumou a blusa.
"Eu gostei de você. Pena que não temos tempo." Ela ia retrucar, mas ele torceu o pescoço dela com um movimento rápido. O corpo sem vida dela caiu no chão com um baque, o Nova Espécie companheiro dela uivou e lançou os soldados que estavam sobre ele longe e voou no clone. Os soldados foram intervir, o outro clone ergueu a mão os impedindo.
"Deixe que ele se divirta um pouco."
Os outros Novas Espécies uivavam, o bebê tinha parado de chorar, ele olhava muito assustado por entre os braços do outro.
Bronzy estava enjoada, ela não queria estar ali, mas não conseguia tirar os olhos da luta. O Nova espécie era maior que o clone, mas os dois eram muito fortes, era uma luta justa. Eles se jogavam, se unhavam e se mordiam. Até que o clone conseguiu arranhar o lado do corpo do outro profundamente, ele caiu de lado e o clone se jogou sobre ele lhe mordendo o pescoço. Foi uma grande mordida, o clone cuspiu uma grande quantidade de pele quando se levantou de sobre o corpo de 263 que caiu jorrando muito sangue para todos os lados.
Os Novas Espécies mais jovens, se retorceram tentando se libertar do agarre dos soldados, Bronzy sentiu o olhar do clone sobre ela. Ele estava com a boca suja de sangue.
"É a vez dela." Ele sorriu.
Bronzy olhou em volta. Ela se aproximou de um soldado que prendia o filhote mais velho que provavelmente era o pai do bebê e marido da esposa grávida e mandou que ele o levantasse.
O soldado aprimorado sorriu e ergueu o Nova Espécie. Ele tentava se soltar, tanto que outro soldado veio ajudar o primeiro. Ela olhou nos olhos dele, castanhos, bonitos, puros e piscou. Ele ergueu uma sobrancelha e Bronzy cravou suas unhas nos rostos dos dois soldados, eles o soltaram gritando, ela cuspiu seu veneno em mais dois que estavam mais perto.
O Nova Espécie pulou no soldado que prendia um dos outros, mas seu corpo foi crivado de balas. Ela olhou e chiou.
Foi o outro clone. Bronzy correu para ele com as unhas estendidas, mas alguém a acertou por trás na cabeça.
A segunda vez que Bronzy abriu os olhos naquele dia, foram os olhos verdes escuros de Patrick que a receberam.
"Papai está muito bravo?" Ele sorriu.
"Ele já imaginava, eu já imaginava, todo mundo imaginava que você não daria conta." Ele alisou o rosto dela. Com luvas, claro.
"Eu não pude. Eram pessoas inocentes." Ele balançou a cabeça.
"Eu sei, maninha. Você é boa. Só faz carinha de malvada, mas você é boa." Ele se levantou.
"Papai riu muito quando soube que você matou quatro aprimorados, dois cuspindo seu veneno. E que o clone teve que ficar nu só porque ele a segurou por um tempo. Você tem idéia do que é isso?" Ele disse admirado.
É claro que ela tinha idéia. Ela não podia tocar em ninguém. Ela morreria sem conhecer carinho, sem conhecer o amor.
"Então, eu falhei." Ela não teve tempo de pensar nisso. Agora, porém ela sentia um alívio. Ela não era como eles, ela não mataria um inocente.
Patrick sorriu daquele jeito doce.
"Não, você passou. Papai não mandaria você para a Reserva se você fosse mesmo má a ponto de matar inocentes. Você foi corajosa e altruísta. Eles poderiam matar você, mas você não pensou nisso, você os ajudou mesmo sabendo que não adiantaria muito. Você confirmou o que sempre pensamos de você."
"A mulher grávida, ela está morta?" Ela só conseguia se lembrar do sorriso da mulher para seu bebezinho enquanto ele a ajudava.
"Eu não sei. A missão era de Samantha." Patrick deu de ombros.
"Ele ainda vai me mandar para lá?"
"Sim, ele vai. Você vai fazer o que ele quer e vai ficar com sua família."
"E se eu mudar de idéia?"
"Papai adora correr riscos. Mas ele acha que vai conseguir o que quer e ele sempre consegue." Patrick sorriu.
"Os clones. Eles estavam diferentes." Ela disse.
"Eles foram implantados e os dois humanos que os controlam aprenderam como evitar que eles retomem o controle. Eles são incríveis, não são? Eu conheci o Peter, ele é o primogênito de Vengeance. Dizem que ele é ainda mais letal que eles sabia?" Ele sorriu.
Mais letal que aquilo que ela viu? Impossível.
"Está ficando com os olhos amarelos, querida, o que está animando você?" Ela sorriu sem graça.
"Um deles, o que tem o número um no colete. Ele ficou nu na minha frente, eu acho que nunca vou esquecer isso." Ela não tinha segredos com Patrick. Ele riu.
"Cara! Ainda bem que somos irmãos. Eu com certeza nunca ficaria nu na sua frente depois disso. Os desgraçados tem uma certa fama, você sabe." Ela balançou a cabeça.
"Mas Sarah escolheu você." Ele se levantou.
"Sarah é uma medrosa. Ela teve medo da intensidade e da possessividade de Noble. E, como eu sou um banana, ela me quis."
"Você não é um banana!" Patrick era poderoso, não fisicamente, é claro, mas ele tinha a sua presença e inteligência.
"Ela precisava de um banana, então eu fui um banana. Ela se assustaria se eu fosse eu mesmo com ela." Ele sorriu.
"Você gosta dela?" Bronzy o encarou. Patrick nunca conseguiu mentir para ela.
"Sim, de certa forma, mas não a ponto de prejudicar o papai."
"Por que papai me mandou nessa missão? Foi horrível!" Ela teria pesadelos com o choro do bebê.
"Para que você veja o que pode acontecer com sua Espécie se Samantha conseguir o controle deles."
"Ele está contra Samantha então?" Patrick se sentou e encostou a ponta de sua luva de látex na mão dela.
"O projeto dele é paralelo. Agora é interessante uma união, mas em algum momento ele vai destruí-la."
Bronzy acenou. O que ela viu não poderia acontecer nunca mais. Eles eram inocentes.
"Eu só tenho uma pergunta, querida. Por que na última missão de três anos atrás você não se importou em matar Candid, mas dessa vez, você matou os aprimorados, protegendo aquela família?" Ela se ajeitou contra a cabeceira da cama. Estava em seu quarto.
Porque ela quis matar Candid? Por que ela estava cheia de veneno e sentiu ciúmes. Ela tinha só onze anos, ela estava se tornando mulher, os sentimentos estavam a flor da pele. E ele se exibiu para ela dançando com aquelas mulheres, uma delas o beijou, ela se lembrava de quase se afogar em veneno. Ela o beijou sem se lembrar do veneno, essa foi a verdade. Ela o odiou, mas os lábios dele foram os únicos lábios que a tocaram em toda a sua vida.
"Eu não sei." Ela disse e Patrick sorriu.
"Querida! Você é uma boa mentirosa, mas eu te conheço. Não pode sucumbir ao charme barato dele. Ele é um sedutor." Ele disse.
"Por que queriam matá-lo?"
"Por que Honest sempre foi insignificante e Simple pode ser aproveitado. Ele, não. Ele não tem valor algum. Não é um grande médico, não tem o faro como o de Simple. Ele só se importa em foder garotas. Se formos acabar com eles, é o primeiro a ser eliminado, por que todos o amam. Seria um golpe muito grande para a Reserva. " Ela acenou.
"Muito cuidado com ele, tá bom?" Ele disse com um sorriso. Ela indicou o balde, ele pegou com cuidado. Ela cuspiu todo o veneno que conseguiu, muito veneno, até que sua garganta parecia estar vazia. Patrick abriu a porta, um dos funcionários entrou e levou o balde embora.
"Meus olhos." Ela piscou.
"Lindos. Amarelos ainda." Ela acenou e ia se deitar quando ele disse:
"Só mais uma coisinha, mana. Tem alguém aqui que quer te conhecer."
Ela olhou para a porta e uma figura impressionante passou por ela, Bronzy arregalou os olhos.
"É um prazer conhecer você, Bronzy."

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