CAPÍTULO 12

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Sarah acordou tarde no dia seguinte, pois não conseguiu dormir direito na noite anterior. Ela abriu a janela do quarto enquanto alguém batia em sua porta.
"Sarah?" Sua mãe disse baixinho, Sarah estendeu a mão, Sophia a abraçou por trás e ficaram olhando para o céu.
"Já é bem tarde." Sarah disse só por dizer.
"Nós vamos na casa do Bells. Você vem?" Ela disse apoiando seu queixo no topo da cabeça de Sarah.
"Acho que é uma das poucas coisas boas nessa história." Sarah estava desanimada, se sentindo vazia, estranha. Ainda havia a chantagem do pai de Patrick. Sarah decidiu contar para seu tio V., ele saberia o que fazer.
"É muito bom ter um irmão. Ainda mais Bells, eu sempre gostei dele, mas saber que eu tenho uma filha é uma notícia maravilhosa! É um milagre!"
"Não graças a mim. Eu ainda não acredito que eu deixei ela lá. Eu não sei, foi como se eu não entendesse que ali havia uma vida. Eu sei que eu era nova, mamãe, mas..."
"Você quis evitar que eu sofresse. Depois, com o tempo passando, tudo foi ficando para trás, tudo foi sendo esquecido." Sarah se virou e encostou a cabeça no ombro de sua mãe." Ela alisou o cabelo de Sarah como sempre fazia.
"Quer ver? Quando foi a última vez que você teve fome? Fome mesmo de olhar para os lados e não ver nada para comer?" Sua mãe perguntou. Sarah se esforçou, mas não lembrou.
"Viu? Lembra que a gente ficava dois, três dias trancadas no porão com fome, quando eu era malcriada? Eu implorava para não te castigarem também, mas eles sabiam que eu aguentaria se você não estivesse comigo. Você lembra disso?" A voz de sua mãe, pra sempre baixa, era apenas um sussurro.
"Eu não me lembro, eu lembro da televisão velha do porão. Monstros S.A., lembra?" Sarah sorriu.
"Viu? Você lembra das coisas boas. Não da fome ou dos xingamentos. Rose te chamava de cria de prostituta. Eu me lembro de dar uma bofetada nela! Acho que foi meu ponto alto morando com eles." Ela riu.
Sarah riu também.
"Você ficou com mágoa de seu pai ter te roubado?" Sarah perguntou.
"Ele já morreu, querida. Ele não era mal, só era muito vigarista. E já imaginou se eu crescesse nas instalações? Eu sou fértil. Acho que no fim tudo deu certo." Sophia disse.
Nesse momento o telefone tocou:
"Alô? Bronzy?" Sarah atendeu, sua mãe torcia as mãos ao seu lado.
"Quantas pessoas te ligam de números irrastreáveis? É claro que sou eu." Bronzy respondeu, parecendo estar mau humorada.
"O que você quer?" Sarah perguntou olhando para sua mãe que acenou com a cabeça.
"Saber do andamento das coisas. Você e o grandão já estão transando?" Sarah ficou na dúvida se sua mãe ouviu, então não entrou em detalhes e disse o que sabia que sua mãe queria dizer:
"Não. Bronzy, por favor, venha para a Reserva! Podemos resgatar você!" Ela implorou olhando para sua mãe, uma lágrima já brilhava no cantinho de um dos olhos dela.
"Não. Você sabe que eu não vou. você é muito..." Sophia tomou o telefone das mãos de Sarah.
"Bronzy? Filha?" Bronzy deve ter desligado, pois Sophia entregou o aparelho a Sara.
"Nós vamos encontrá-la, mamãe." Sarah disse abraçando sua mãe. Sophia a afastou e Sarah viu que a hora de contar a segunda parte tinha chegado.
"Sarah. Você disse que Bronzy a encontrou em seu apartamento, na faculdade depois de ter voltado da casa de Patrick. Disse que conversaram brevemente e ela saiu correndo e como é muito mais rápida, que ela fugiu." Sarah se sentou na cama.
"Tem uma coisa, mamãe..." Sarah tinha medo, muito medo de Eustace fazer mal a Honor.
"É, tem sim, e você vai me contar." Sarah respirou fundo.
"Eu queria pensar primeiro, eu, bom... Não envolve só a mim, ou a nossa família." Sophia acenou, seu rosto impassível.
"Eu contaria para você, mamãe, é claro que eu con..."
"Seu pai?" Sua mãe vocalizou. Sarah acenou.
"Vamos ver o Bells, vamos dar a boa notícia." Ela sorriu travessa.
Talvez essa fosse uma coisa para as duas resolverem.
Na casa de Bells, depois de muito choro e risadas, Brass e o dono da casa organizaram um churrasco improvisado no lago como só eles podiam organizar. Em pouco tempo havia futebol na margem, um grupinho em volta de um violão e os machos confabulando uma maneira de fazerem uma luta de filhotes sem as mães saberem. Tudo muito Nova Espécie, Sarah amava aquilo. Ela tirou as sandálias e molhou os pés até que uma sombra alta apareceu atrás dela. Sarah sorriu, o dia acabava de ficar perfeito. Ela se virou e foi fechando os lábios devagar.
"Eu me acho mais bonito que ele!" Simple disse meio sorrindo, meio reclamando.
"Ainda não foi embora?" Ele olhou para onde John, Flora, Jewel, Treasure e Missy cantavam, John estava ao violão.
"Eu já estou em meu terceiro curso, vou a faculdade quando eu quero." Ele disse sem tirar os olhos de Flora.
"Seu irmão pode voar? Por que é só isso que falta!" Ele disse irônico se sentando na prainha. Ele tirou sua camisa vermelha e soltou o cabelo de olhos fechados, jogando os volumosos cabelos de fogo para trás. Era um espetáculo aqueles cabelos refletindo o brilho do sol da tarde. Ele saberia disso?
"Cam odeia prender os cabelos, as vezes eu entendo." Ele disse ainda de olhos fechados deixando seu rosto ao sol.
"Sabe, sobre voar, bom, John é piloto agora. Ele já tem brevê e tudo." Sarah disse.
"É, claro que ele tem." Ele disse suspirando.
"Eu posso ficar quase um dia todo prendendo a respiração, acha que ele fica quanto tempo?" Sarah riu. Esse era Simple, ele era engraçado. Não como Candid que tinha um humor mais ácido e meio lascivo.
"Honest tem senso de humor?" Ela se apoiou nos braços e o imitou expondo o rosto ao sol.
"Digamos que se ele ficasse amarrado na fábrica, numa prancha rolante com a serra entre as pernas e tudo que ele pudesse fazer para parar a serra antes que esta serrasse suas bolas fosse uma piada... Vocês nunca confundiriam a gente mais." Sarah imaginou a cena e começou a rir.
"Simple, deixe seu lençol desse jeito, já está esticado o suficiente! Candid, se eu tiver que ir atrás de mais alguma fêmea para dar a ela uma pílula do dia seguinte..." Ele imitou Honest falando com uma vozinha fininha e Sarah gargalhou.
"Pensei que o rei das imitações de nossa família fosse Pride." Uma voz foi ouvida atrás deles.
"E eu já falei para você parar de me imitar, a sua cara já é igual a minha, filhote!" Simple imitou Valiant dessa vez, Sarah não conseguia parar de rir.
"Eu não imito o papai!" Ele se sentou ao lado de Sarah e sorriu.
"John faz imitações?" Simple perguntou erguendo uma sobrancelha. Sarah sorriu e balançou a cabeça dizendo que não. Ele se levantou e foi até onde John estava.
Noble ia se levantando, Sarah o segurou pelo braço.
"Sabe, talvez ele precise que John quebre a cara dele, já pensou nisso?"
"E você já pensou que ele pode quebrar a cara de John?" Noble contra atacou. Sarah riu.
"Dez pratas em John." Ele piscou. Noble era sério demais, como ela não percebeu isso?
"Se eles lutarem..."
"Só estarão fazendo o que o meu pai faz, o que o seu pai faz. Relaxe e aposte no fracote do seu irmão. E nada de ir separar." Ela sorriu e disse.
"Dez pratas, só? É assim que acredita no seu irmão? Eu cubro suas dez e coloco cinquenta na mesa." Ele a encarou
Sarah ficou um momento se maravilhando com os olhos dourados dele, era puro ouro derretido, as pupilas estavam verticais, ele era impressionante.
"Eu cubro suas cinquenta e coloco cem na mesa." Ela disse, ele sorriu.
"Eu aceito. Embora devíamos ter apostado outra coisa." Ele olhou para a boca dela.
Sarah ergueu uma sobrancelha.
Ele não sorriu.
"Eu peço desculpas. Eu falei demais, eu pensei alto, só isso." Ela assentiu. Havia muita coisa ainda para ela lidar, se envolver com ele não estava no script.
Eles ficaram em silêncio observando a turminha a frente. Simple se aproximou, John entregou o violão a ele numa clara afronta.
Simple sorriu e entregou o violão a Treasure, Sarah ficou surpresa quando o filhote mostrou que sabia tocar. Simple cochichou com ele e Treasure começou a introdução da música "You are so beautifull" e Simple cantou com os olhos em Flora. John aguentou bem, na verdade ele estava mais perto de Flora, então alisou o rosto dela. Flora olhava para o chão, toda sem jeito. Muitas pessoas já previam que aquilo não terminaria bem e por mais que ainda se ouvissem conversas e risadas todos prestavam atenção no grupinho deles. Sarah viu Harley fazer o sinal de cem pratas para Slade. Até Valiant apostou com Brass, uma coisa que ela nunca imaginaria.
Quando a música terminou, John pegou o violão de volta e iniciou a introdução de "My girl". Ele tocou e cantou de firma incrível, todos começaram a bater palmas e um ou outro casal se beijou. John tinha os olhos fixos em Flora, ela batia palmas também e sorria, suas bochechas estavam um pouquinho vermelhas demais, Sarah achou engraçado ela ser tão popular entre os filhotes e ainda assim ficar embaraçada com a atenção. No fim da música, John deu o violão para Simple e beijou o dorso da mão dela. Simple ficou com o violão na mão e sorriu.
"Merda." Noble disse.
Ele fincou um joelho no chão e começou a dedilhar "Right here waiting for You" de olhos fechados sem cantar. Bem a frente de Flora que o encarou. Ela começou a cantar alguns versos, Simple tocava quase tão bem quanto Noble e todos ficaram em silêncio. A voz de Flora era meio hipnotizante e alguns casais sumiram. Sarah começou a se aquecer, havia algo invisível tomando todos ali, Flora cantava e a voz dela era tão baixa que confundia os ouvidos como se as notas e a voz dela fossem a mesma coisa:
"Wherever You Go, whatever You do
I Will be right waiting here for you
Whatever it takes, or how my heart breacks
I Will be Right here waiting for You"
Uma onda de ternura invadiu a todos e Sarah ficou pensando se Flora estava dizendo aquilo do coração e se estava, para quem. John estava sempre em missão e Simple sempre estava fora.
Mas a mão quente de Noble tomou a dela, ele a encarou, eles se levantaram e ela se viu andando para algum lugar, sem olhar para onde ia. As notas ainda ecoavam na mente dela, seu corpo estava quente, seu coração disparado. Ela mal sentiu a árvore em suas costas, só a boca de Noble tomando a sua.
Não era algo normal, ela diria depois, pois ela nunca sentiu algo igual. Nunca em toda sua vida Sarah foi escaldada por um calor daqueles, por um desejo tão intenso e insano.
Noble a beijou com tanta volúpia, que ela estava trêmula quando ele afastou suas bocas. Os olhos estavam escuros, castanhos, brilhantes.
"Sarah. Se você não me pedir para parar agora, vou te fazer minha aqui, a poucos passos das pessoas. Por que eu não consigo fazer meu corpo se soltar do seu." Ele disse bem próximo do ouvido dela naquela voz grave, rouca. Sarah puxou a boca dele para mais um beijo, só mais um e ela pararia com aquela loucura.
Um beijo, um só. Só um beijo cheio de mordidas e lambidas. Só mais uma vez que ela receberia a língua dele em sua boca, só mais um pouco de suas pélvis se esfregando, só mais um pouco. Ela dizia isso a si mesma quando sentiu um dedo dele dentro dela. Calcinha? O que seria isso?
Sarah gemeu na boca dele.
"Tão apertada!" Ele rosnou e circulou o clitóris dela. Sarah fechou os olhos com força o clímax estava vindo rápido e esmagador, ele tomou a boca dela a impedindo de gritar e logo ela estava convulsionando contra o dedo dele dentro dela, as bocas unidas.
Ele ainda a beijou mais uma vez e se afastou.
Sarah estava presa contra o corpo forte e a árvore, quando ele se afastou ela deslizou para baixo e ficou sobre suas pernas bambas.
Um rugido alto soou do lago, Noble acenou para ela e correu para lá. Sarah olhou em volta, sua calcinha rasgada estava no chão, ela a pegou.
Eles realmente estavam muito próximos do lago, ela andou alguns metros e a luta mais sanguinária que ela jamais viu acontecia na prainha do lago. John e Simple se enfrentavam pra valer um lado do corpo de Simple estava sangrando, o rosto de John estava torto e coberto de sangue.
Felinos arranhavam, caninos socavam, mas o que se via ali era pura selvageria, John conseguiu ficar sobre o corpo de Simple e lhe aplicou uma sucessão de socos na cara, até que Simple puxou o cabelo dele e usando-o como trampolim conseguiu inverter as posições e foi a vez dele castigar o rosto bonito de John.
Com essa, Valiant e Brass assentiram um para o outro e os separaram.
John, nos braços de seu pai, cuspiu e disse:
"Fique. Longe. Dela!"
Simple sorriu com a boca escorrendo sangue respondeu:
"Então diga para ela não me procurar. Eu só a beijei, mas..." John voou nele, Valiant caiu e eles continuaram se socando em cima dele. Slade olhou para Moon e fez sinal de 'mais cem pratas', Vengeance uivou e os separou com a ajuda de Peter e Leo.
Valiant se levantou e estava com os dois olhos roxos, alguém riu dele e logo todos estavam rindo. Sarah olhou para sua mãe ela fez um sinal e elas correram até a área dos jipes e pegaram um.
"A luta de John e Simple interrompeu vocês?" Sophia perguntou olhando para a estrada.
"Eu não sei o que me deu, mamãe." Sua mãe sorriu.
"Dessa vez pode colocar a culpa em Flora. Ela está cada vez mais reclusa sabia?" Sarah olhou sua mãe.
"É mesmo?" Sua mãe assentiu.
"Sim, Pint está muito preocupada. Por que ela não só externa sentimentos e sensações, mas ela também as absorve. É assustador. Um dia, ela ficou tomando conta de Leonel, ele é muito levado, você sabe. Ela sem querer o paralisou, eu não sei como, ele ficou quietinho, parado olhando para o nada. A doutora Trisha foi chamada, foi meio traumático."
"Então, a onda de..." Sarah falava tudo com sua mãe, mas ela ficou sem jeito.
"Luxúria? Desejo? Tesão?" Sua mãe sorriu, ela sorriu também, mas não era nada legal saber que aquele desejo todo de Noble era apenas uma manipulação por parte de Flora.
"Isso. Era só isso? Flora se excitando?" Ela perguntou, sua mãe não respondeu, tinham chegado.
Elas entraram em casa e subiram para o quarto de Sarah.
"Eles ainda vão demorar, até resolverem quem ganhou." Sarah balançou a cabeça.
"Eu nunca pensei em Simple como violento." Sarah disse. Ela ainda se lembrava dele imitando um Honest sem bolas.
"Ele é Nova Espécie, querida, eles são assim e ponto. É a natureza deles."
"A sua natureza." Sarah disse, sua mãe deu de ombros e se sentou na cama dela.
"Você tem de trocar essa cama." Ela disse se ajeitando. Sarah riu.
"É. Eu sou a única nessa casa que cabe nela."
Sophia respirou fundo.
"Então, querida, diga. Conte tudo."
"Eu encontrei Bronzy na casa de Eustace, o pai de Patrick." Sarah disse, sua mãe esperou. Ela queria que Sarah falasse, depois faria as perguntas. Sarah tomou fôlego.
"Eustace a comprou no orfanato onde Gabriel a colocou, ele não disse como soube que ela estava lá, mas Gabriel foi lá uma vez, depois que fugiu daqui, Eustace poderia muito bem estar seguindo ele. Eustace a comprou e a criou. Ele injeta veneno nela periodicamente, eu não sei por que, mas ela não pode tocar ninguém.
Ela disse que está bem com ele, que... Graças a mim, ela não está aqui e..."
Sophia a abraçou.
"Ela está enganada. Ela está lá por causa de Gabriel. Por causa da maldade no coração dele, você não tem culpa." Sua mãe a encarou e não tirou os olhos dos de Sarah até Sarah concordar.
"Ainda vai demorar pra eu acreditar nisso, mamãe." Ela disse.
"Eu sei e não me importo de dizer isso quantas vezes for necessário, milhares de vezes. Não foi sua culpa."
Ela abraçou sua mãe. Sarah sentia que não a merecia. Sophia era boa demais.
"E qual o problema de nos contar isso, querida? Você rompeu mesmo com Patrick, não é?" Agora vinha a parte mais difícil, Sarah pensou.
"Eustace pode ajudar a encontrar Honor. Ele está numa ilha, um lugar onde realizam caçadas a Novas Espécies e Honor está lá para ser caçado. Eles usam humanos pagos para matarem os Novas Espécies e fazem apostas. Eustace disse que Honor matou o jogador dele."
"Honor? Tem certeza?" Sarah suspirou triste e confirmou com a cabeça.
"Eu ainda não entendo por que você não contou nada."
"Ele quer um filhote. Um filhote de Noble. Se eu der a ele, ele me dá a localização das ilhas. Ele disse que ficam se mudando." Sophia sorriu. Ela era muito boa, mas tinha uma veia malvada também.
"Então, o desgraçado quer um filhote?" Ela perguntou, Sarah balançou a cabeça.
"Mas eu me recusei. Ele disse que eu tenho até estar ovulando. Eu disse não. É por isso que Bronzy fica me ligando. Ela não entende que eu nunca vou fazer isso." Sophia franziu a boca.
"Ele deve saber que você não faria isso. Você e Patrick estão juntos a três anos, Patrick te conhece." Ela se levantou e começou a andar de um lado a outro.
"Seu quarto sempre foi tão pequeno assim?" Ela perguntou, Sarah riu. Ela amava conversar com sua mãe.
"Se Bronzy quiser vir pra cá, ele deixaria?" Sophia perguntou.
"Eu não sei. Ela só diz que não quer vir. Que Eustace e Patrick são a família dela." Sophia ficou em silêncio.
"Ela sai de casa? Ela tem vida social, amigos?" Sarah negou.
"Não tem, ou você não sabe?" Sarah respondeu:
"Eu não sei. Mas ela me tocou e a pele do meu rosto queimou. Eu passei o resto do dia esfregando gelo no rosto."
"Pobrezinha!" Sua mãe disse.
"É, foi horrível."
"Não você, monstrinha! Pobre Bronzy! Ela não deve poder tocar em ninguém. Talvez é por isso que ela não quer vir. Já imaginou vocês quatro embolados no sofá enquanto assistem TV e ela a distância?"
"Você vive xingando quando a gente se embola no sofá!" Sarah disse, Sophia sorriu triste.
"Eu sei o que é viver a parte, querida. No orfanato as vezes, ninguém lavava meu cabelo e ele ficava com um cheiro estranho. Você sabe, eu tenho muito cabelo. E todo mundo fugia de mim, me chamavam de cabeluda fedorenta. Eu não deixava dizerem duas vezes, é claro, mas doía." Sarah ficou triste pela garotinha sofrida que sua mãe foi.
"Bom, isso é estranho. Eustace se expôs. Você é filha de um Nova Espécie que trabalhou durante muito tempo na força tarefa e irmã de um integrante da força tarefa atual. Ele quer que você conte." Sua mãe segurou o queixo pensando.
"Ele tem Bronzy e sabe onde Honor está. Bronzy não quer vir pra cá, ele contou pra você que sabe onde Honor está. Ele te pediu algo que sabe que você não vai fazer..." Sua mãe ia falando, Sarah ia acompanhando-a.
Ela ficou um grande tempo em silêncio.
"Ele espera que você conte. Ele quer que a força tarefa vá até a casa dele. Eu não sei por que, mas ele quer. E não vamos fazer o que ele quer."
"E vamos fazer o quê?" Sarah perguntou.
"Vamos enganá-lo. Patrick conhece seu ciclo, não é?" Ela perguntou, Sarah acenou.
"Então daqui a alguns dias você vai dizer a ele que está grávida. Vamos jogar o jogo dele." Sarah olhou para sua mãe.
"Mas eu não vou engravidar, né?" Sophia sorriu.
"É claro que não. Mas ele pode ter um espião aqui, então, você e Noble tem que parecer apaixonados, e você tem de cheirar como se fosse dele." Sua mãe disse com um sorriso.
"Mãe... Como vou cheirar como se eu fosse dele?" Sarah perguntou. Sophia abriu um lindo sorriso.
"Dormindo com ele, oras!"


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