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Kate

3 anos depois

Vou abrir um buraco no chão da sala se Camila não chegar logo, já são três horas da manhã, onde essa menina se meteu? Eu sei que foi sair com o namorado, eu sei onde ela está, eu provavelmente sei porque ela não está atendendo o celular. Merda! Jogo uma almofada contra a parede, para não fazer barulho demais e acordar a casa inteira. Eu jurei que ia me comportar quando o dia chegasse, mas quero minha menina em casa agora.

Eu não quero ser aquelas mães que aparecem fazendo cena, mas ela ainda é uma criança, quer dizer, ela saiu de casa como uma, e essa hora já completou seus dezoito anos. Como eu convenci meu marido a deixá-la sair assim, sem mais nem menos? Espero de verdade não me arrepender dessa decisão, ela é tão novinha pra fazer essas coisas. Escuto a porta da cozinha destrancar e saio correndo. E se ela sofreu um acidente? Se aquele garoto machucou minha menina eu juro que mato ele! Camila entra, com os sapatos na mão e o cabelo molhado, seus olhos encontram os meus e ela começa a rir.

- Você está bêbada? - Cruzo os braços.

- Xiiiiu! - Mila solta os saltos no chão. - Espera o carro ir embora mãe.

- Seu pai vai matar esse menino, você sabe né? - Procuro por qualquer coisa diferente na sua pele, nas roupas, mas tirando o cabelo e a falta de maquiagem, ela está inteira.

- Eu sei. - Ela cora e me abraça. - Porque você não me disse que era tão bom?

- Você perdeu a virgindade bêbada Camila? - Me solto. - Isso não é consentimento.

- Pode ter certeza que foi beeeeem consentido. - Ela ri e tropeça. - Vários e vários consentimentos.

- Me poupe dos detalhes. - Seguro seu pulso, arrastando ela até nosso quarto. - Vou secar seu cabelo antes que seu pai te encontre assim.

- Cadê ele? - Mila sussurra, tropeçando nas coisas pelo caminho.

- Acudindo Isla, ela acordou. - Sento Camila na cama. - Se comporte pelo amor de Deus.

- Agora eu sei porque vocês e os tios fazem isso o tempo todo. - Ela se joga na cama. - É tão bom.

Ela está sorrindo como nunca vi, seus olhos brilham com a felicidade contida em seu corpo. Eu sabia que esse dia ia chegar, mas não me preparei o suficiente. Minha menina cresceu tão rápido, ficou tão parecida comigo que chega a doer. Temos as mesmas manias, principalmente bêbadas de rir e se jogar nas coisas, fazendo o máximo de barulho permitido.

- Sim é bom, mas você ainda é uma criança. Não deveria ter feito isso bêbada. - Jogo uma toalha em seu rosto. - O que eu te falei Mila?

- Eu fiquei bêbada na terceira vez.. - Sua risada preenche o quarto. - Ou foi na segunda? - Ela continua com a toalha no rosto. - Você precisa me ensinar a chupar pau mãe, sou um desastre fazendo isso.

- Tenho certeza que ela vai fazer isso. - A voz de Nate passa por mim. - Vai aprender com a melhor Camila.

Nathaniel está com os braços cruzados, apoiado no batente da porta. Pelo visto está escutando isso a tempo o suficiente, pela forma que seu peito sobe e desce com raiva. Nós dois sabiamos o que aconteceria hoje, Mila sempre foi aberta com a gente, mesmo assim dói. Ele entra no quarto, beija meu cabelo e vai até o guarda roupa. Tira uma caixa de camisinhas, que eu não faço ideia porque está ali.

- Carregue isso com você. - Nate joga a caixa na cama. - E tente não estar bêbada da próxima vez.

- Paieee.. - Mila rola na cama para ficar de barriga para baixo. - Não sou idiota, já carrego camisinha na bolsa. - Ela pega a caixa, balançando as pernas no ar. - Meu Deus isso é enorme. Não vai... Mãe?

Empowered Women - A história de KateOnde histórias criam vida. Descubra agora