40

44 2 63
                                    

Kate

- Pera aí? Você fez o que? - Josephine engasga com um pedaço de pizza.

Esses dias aqui estão sendo incríveis, não imaginei que teria realmente uma amizade com Jo. Mas os últimos dias nos aproximaram absurdamente, até esqueço que estou morando junto com o casal que me deixava tão mal antes. A presença de Josephine deixa mais fácil minha convivência com Hero, só tivemos pouco tempo sozinhos, já que Mercy não confia na gente. Não que eu confie cegamente, mas não acho que ele seria capaz de trair. Mesmo assim, sempre que pode, Mercy vem aqui ficar de olho em nós dois, me sinto na infância outra vez. Não deixe duas crianças sozinhas, pode não acontecer nada demais, mas as chances da casa pegar fogo é grande.

Hero só me tocou uma vez, sem querer ainda, mas foi o suficiente pra gente evitar qualquer contato físico depois disso. O simples choque dos seus dedos na minha orelha, só para tirar meus fones, me fez corar automaticamente. Desde então, ele mantém uma distância segura de pelo menos meio metro. Eu imagino como deve ser difícil pra ele ainda sentir aquela energia fluindo entre nossos corpos, mesmo negando com todo da força. Então estou evitando qualquer roupa que mostre demais, e procuro não encara-lo por muito tempo. É difícil, porque o ímã ainda está aqui, mesmo que amarrado.

Mercy chegou a conclusão que não era seguro deixar a gente sozinho depois que ele ligou para ela, implorando por ajuda. Eu ri pra caralho quando apareceu, depois de deixar Josephine no trabalho, e me encontrou me alongando na sala. Não foi de propósito, eu estava sozinha. Só percebi sua presença quando ele ligou pra irmã. Escutamos meia hora de sermão sobre o quanto isso era errado, que a gente não deveria sentir ainda, que era traição e mais um monte de coisa. Traição seria de Hero se deixasse levar por isso, mas seu autocontrole é invejável. E nos dois não queremos mais sentir isso, da pra ver. Ele está finalmente feliz com o amor da sua vida, e eu não quero alimentar meu ciclo com ele, se eu neguei Nate. Não é justo.

- Foi só uma vez. - Provo mais um pouco dessa bebida que Josephine fez, é incrível. - Esquece isso.

- Não. É impossível esquecer. - Josephine está extremamente interessada no meu ménage da semana passada. - Os três?

- Vocês podem parar? - Mercy está roxa como um pimentão.

- Seria bom né. - Hero não demonstra nada na voz.

- Viu. Não posso ficar falando essas coisas na frente de uma virgem. - Eu e minha boca grande.

- Mercy é maior de idade e somos todos amigos. - Jo se senta na minha frente no chão. - Me explica isso direito.

- Aí Deus. - Bebo mais um pouco para ter coragem. - Foi naquele dia que a gente foi no estádio. Mercy te deixou aqui e me levou até a república dos meninos.

- Aí você olhou e decidiu que os três ao mesmo tempo seria uma boa ideia? - Da pra ver que ela está bêbada só pela vermelhidão em seu rosto.

- Não! - Jogo uma almofada em seu rosto. - Eles me convidaram antes.

- Eles te chamaram pra isso? - Hero finalmente parece surpreso.

- Já transei com dois ao mesmo tempo, algumas vezes, qual a diferença de mais um? - Não gostei de seu tom.

- Tipo literalmente? - Mercy está uma mistura de curiosidade e vergonha.

- Você não faz perguntas. - Ele repreende a irmã.

- Deixa de ser chato. - Jo beija seus lábios. - Você já disse que fez isso.

- Já dormi com duas garotas sim, mas três é exagero. - Não é ciúmes, por que isso ele nunca sentiu de mim. Acho que está só surpreso. - Três homens não faz sentido. Não tem nem onde colocar isso tudo.

Empowered Women - A história de KateOnde histórias criam vida. Descubra agora