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Kate

A melhor parte de dormir na casa dos Tiffin é Nate. É estranho pensar que minha pessoa favorita da família não é originalmente da família. Mercy é minha alma gêmea, Hero meu pecado e Nate meu melhor amigo. Mercy tem todo o direito de brigar comigo, de me proibir de fazer as coisas, sabe meus defeitos, pode me dar ordens e afins, Nate é só a pessoa mais fofa que eu conheço. Desde que comecei a frequentar a casa dos Tiffin ele se tornou meu favorito, era o único que tinha paciência para brincar comigo, mesmo sendo mais velho. Eu e Nate criávamos as melhores cabanas com cobertas e cadeiras, passei os melhores momentos da minha infância nessa casa, na companhia de Nate é claro. Mercy mal acabou de abrir a porta e eu já estou sendo girada no ar por ele, suas mãos envolvem minha cintura com uma facilidade absurda.

- Você sumiu garota! - Ele me gira mais algumas vezes antes de me devolver no chão. - Não te vejo a meses.

- Problemas pessoais. - Beijo seu rosto. - Também senti sua falta.

Mercy passa por nós chutando o chão, ela é a definição de ciúmes quando o assunto é a minha amizade com seu irmão mais velho. Mostro a língua para minha amiga enquanto Nate me faz dar uma voltinha. Sei que não está sexualmente interessado porque ele me trata como uma criança, cuida de mim como se eu fosse sua filha, como se isso fosse possível. Seus olhos focam na marca em meu pescoço, transformando seu sorriso em uma cara fechada no mesmo instante. Sorrio e aceno com a cabeça para deixar para depois, não preciso explicar como os roxos apareceram ali com os pais deles por aqui.

Cumprimento Tio George e Tia Martha de longe, seguindo Mercy direto para o quarto. São dez anos de amizade com Mercy, não precisamos mais das formalidades, cresci dentro dessa casa. Três passos antes de conseguir entrar no quarto, esbarro em um corpo, não preciso de mais de um segundo para saber qual Tiffin é. Nate tem ombros largos e quase um e oitenta, Mercy é magra e alta, o corpo que esbarrei se tornou conhecido na noite passada. Antes mesmo que eu possa levantar o olhar, meu queixo é levantado. Hero me estuda de cima a baixo e sorri, beija minha têmpora e continua seu caminho. Entro no quarto e bato a porta.

- Você disse que seu irmão não estaria aqui! - Jogo minha bolsa em cima de uma Mercy seminua.

- Hero está aqui? - Seus olhos saltam em um verde preocupado.

- Sim! Acabei de dar de cara com ele, literalmente! - Me jogo na cama. - Que merda aconteceu?

- Como assim? - Mercy termina de tirar a roupa e caminha em direção ao banheiro.

- Você é a irmã que não me cumprimenta, Nate é o irmão que me enche de beijos e abraços e Hero é o irmão que só sorri. E agora mesmo ele me deu um beijo na testa! - Sigo minha amiga até o banheiro.

- Hero é o irmão que você transou, é normal mudar o tratamento garota. - Ela liga o chuveiro. - Vou terminar meu banho e já te levo embora.

- Não! - Cuspo a palavra. - Seus pais não vão entender nada se eu for embora. A gente se tranca no quarto.

- E ganhamos mais um motivo para minha mãe achar que a gente se pega. - Mercy ri e abre a porta do box. - Vai ficar aí?

Depois do banho Mercy me empresta uma calcinha e uma camiseta de Nate, que em mim bate no meio das coxas. Tudo o que preciso fazer é jantar e voltar para o quarto, sem fazer contato visual com Hero, ou protagonizar outro encontro bizarro como aquele. Saímos do quarto e os quatro já estão na mesa, conversando normalmente.

Eu amo a comida da Tia Martha, definitivamente é a coisa mais gostosa que já comi. Mercy se senta e eu ocupo meu lugar de sempre, de frente com Nate, ou não. Subo o olhar e quem está sentado na minha frente é o outro irmão, o responsável por minhas partes estarem doloridas até agora. Hero sorri de canto e digita alguma coisa no celular, pelo menos está agindo normalmente agora.

Empowered Women - A história de KateOnde histórias criam vida. Descubra agora