27

73 3 1
                                    

Kate

- Um.. Dois.... Três e quatro. Pliê. Lá na frente. Cinco..... Seis... Sete. Fecha oito. - Estava com saudades de dar aula. - Esquerda..... Contando comigo. Um... Dois.. Dentro do tempo Ali. - Mesmo com o pequeno imprevisto na minha antiga sala, consegui trocar e vir hoje. - Não estou escutando vocês contarem. Cinco... Seis... A contagem de tempo é primordial para vocês pegarem o exercício. - Mesmo que a dona da escola não tenha acreditado na minha história, já que fica um pouco difícil destruir uma barra e um espelho, apenas esfregando o chão. - Ana, fecha essa quinta. O rosto acompanha a mão, devagar.

Me despeço das meninas depois da aula, hoje vou voltar a rotina com Mercy, faz tempo que ela não tem aulas, e já me xingou de todos os nomes existentes. Mesmo que Hero não tenha se despedido para sempre, eu duvido que vamos voltar a nos ver toda semana, e que eu precise cancelar nossas aulas por isso. Escuto a porta da frente abrindo, e me preparo para o discurso da Tiffin chata e mau humorada que é minha amiga.

A sala nova é maior que a antiga, o que quer dizer que o aluguel provavelmente é mais caro, o que também significa que meu salário caiu mais um pouco. Mesmo que Hero tenha me mandado mais do que a quantia necessária para pagar pela nossa bagunça, o que eu reclamei e recebi um "fica com o dinheiro baixinha e para de reclamar" como resposta, as coisas vão ficar apertadas por um bom tempo. Não vai sobrar um centavo para guardar, e quase nada pra mim. Avalio melhor se minha roupa cobre tudo o que poderia soar alarmante para Mercy, no tempo exato da porta abrir.

- Então você escorregou enquanto limpava o chão, que por sinal, não precisa ser molhado, e nem pode, e quebrou a sala toda? – Mercy sorri e joga a bolsa no chão. – Com cinquenta quilos?

- Eu estava distraída. – Coloco meu melhor sorriso no rosto, que diz "você sabe o que aconteceu, não faça mais perguntas".

- Eu imagino que a distração esteja bem longe agora. Eu diria que de mudança. – Ela me encara melhor. – Morgan, por que você ainda tenta?

- O que? – Fico de costas, alongando o corpo já aquecido do dia todo.

- Vou resumir o que aconteceu e se eu errar eu deixo você me torturar com musculação por ter comido até as paredes de casa na semana passada. – Seus olhos encontram os meus pelo espelho. – Meu irmão quis te ver dançar.

- Sim.

- Você realmente dançou? – O olhar de espanto em seu rosto é quase cômico.

- Hero sabe de tudo, não vi problema em mostrar mais isso para ele. Não é como se ele nunca tivesse me visto sem as barreiras levantadas.

- Ok. – Mercy se ajeita ao meu lado e começa a se alongar. – Então depois de dançar, eu imagino que a falta de roupa cobrindo seu corpo, tenha dado inicio a tentativa de quebrar a escola inteira.

- Na verdade eu estava de moletom.

- Então meu irmão não se controlou e te sentou na barra? – Admiro a tentativa dela de entender o que aconteceu.

- Não sou estúpida Mercy, a barra não aguenta mais de trinta quilos em um único apoio.

- Me conta o que aconteceu. – Mercy joga a perna na barra, se alongando, mas na tentativa de me assustar.

- Um dia, quando você entender como sexo funciona, eu te explico o que acontece entre nós dois. – Jogo a perna em cima da dela. – Mas você é inocente demais para entender.

- Eu sei como sexo funciona, sou virgem, não uma criança. – Ela empurra minha perna com a ponta da sapatilha.

- Amiga, nem eu entendo. – Sorrio e ela revira os olhos. – É além do que eu consigo te explicar, é intenso demais. Agora você vai perder esses quilinhos amais. No centro da sala, abdominais.

- Quantos?

- Eu decido. – Sorrio. – E depois vai fazer elevés e relevés até não aguentar mais.

- Não sou suas crianças. – Mercy bufa, mas puxa um colchonete para o centro da sala.

- Trinta e cinco, e depois prancha. – Volto a me alongar. – Eu aviso quando parar.

Visto as pontas enquanto torturo Mercy mais uma pouquinho, ela está precisando aprender que para ficar em cima das pontas como antes, seu peso tem que ser comparável a força que seus músculos conseguem fazer. Depois de um tempo, me junto a ela para fazer os elevés, estou desacostumada da rotina, preciso fortalecer a minha meia ponta também, usar salto já está ficando um pouco dolorido. 

Empowered Women - A história de KateOnde histórias criam vida. Descubra agora