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Kate

Chego em casa praticamente congelada de frio, o moletom dele não foi o suficiente para impedir que minhas pernas sofressem. Estou exausta, quero dormir, e só dormir para recuperar as energias dessa semana. Não acredito que tudo começou comigo descobrindo que aquele desgraçado é meu pai, e que desde então, tenho transado para esquecer. Chuto os saltos já na porta de casa, xingando baixinho por não poder ligar o aquecedor no máximo. Meu celular apita, com uma mensagem de Alex, mas só ignoro, não tenho forças para mais nada. Peço um lanche natural no delivery enquanto vou guardar meu presente. Hero é um filho da puta, depois do dia incrível, ele conseguiu melhorar ainda mais no final. Meu sonho sempre foi ter uma sapatilha de marca, e não contente em me dar uma, duas sapatilhas da Gaynor agora fazem parte da minha coleção.

Depois do banho, enrolada no moletom, porque não consegui ficar longe do cheiro, comendo meu lanche, meu celular toca. O nome de Félix aparece na tela, e depois que eu ignorei quinze mensagens de Alex, acho bom atender.

- Onde você está? - Educado como sempre.

- Em casa. - Respondo de boca cheia.

- Te busco em uma hora. - A estupidez na voz dele me faz revirar os olhos.

- Não estou no clima.

- Por mais que eu queira te foder Kate, não é pra isso. - Ele ri do outro lado da linha. - Festa no apartamento novo do seu amiguinho, inauguração.

- Já inauguramos o apartamento Félix querido. - Tirando o quarto de Josephine, realmente inauguramos aquele apartamento.

- Uma hora Kate, esteja pronta. Tenho duas pessoas para te apresentar.

Jogo o celular na cama, xingando Félix de todos os nomes possíveis. Queria descansar, e não bancar a marionete deles por mais uma noite. Não que eu não goste de ter toda a atenção de quatro homens maravilhosos a noite toda, podendo escolher com qual, ou quais, ela vai acabar. Sorrio sozinha lembrando de como foi estar entre Alex e Jack na semana passada, e ainda sim, os dois não me cansaram como hoje. Eu não aguento mais transar, meu corpo está doendo em profundidades inimagináveis. Abro o armário, com preguiça de me arrumar, puxo o primeiro vestido que vejo e visto. Em dias normais eu me arrumaria, mas nem sair eu quero. Quando meu celular apita, pego os saltos que joguei na sala e saio.

O frio me acerta de uma vez, mas prefiro ignorar a sensação, estou acostumada a passar frio. Felix estaciona, e Jack sorri pra mim do banco do carona, aquele sorriso que me faz perder o equilíbrio. Jogo os saltos no seu colo, me preparando para entrar, mas a porta de trás abre e Alex da dois tapinhas na coxa. Duas garotas loiras me encaram, como se eu fosse uma espécie de deusa, sorrio e me sento no colo dele. Sinto os lábios delicados tocando meu pescoço, e o membro enorme crescer em baixo de mim.

- Dorme comigo hoje? - Ele sussurra, e a garota do nosso lado me encara feio.

- Não posso. - Sorrio para a menina curiosa. - Hero acabou comigo.

- Eu mato o desgraçado. - Alex ri. - Daqui a pouco ele vai ter exclusividade.

- Hero? Hero irmão da Mercy? - Os olhos da garota me encaram como se eu fosse de ouro.

- Sim. - Alex sorri pra ela. Eu estou sentada em você, cafajeste.

- Você.. você passou a tarde com ele? - Sua voz falha, e eu entendo aquele olhar, já passei por isso antes.

- Não crie expectativas, ele não vai te ligar. - Digito uma mensagem para Mercy me encontrar lá.

- Mas... Você disse.. que...

- Kate é especial linda. - Alex continua jogando seu charme, mesmo que sua mão esteja perigosamente posicionada em minha coxa.

- Ele te ligou porque? - Aquela voz me aperta o peito, Hero é um safado sem coração.

- Porque eu posso chupa-lo. - Encaro as unhas, não posso negar que me divirto com essas garotas que Hero leva para a cama, sempre tão bobinhas ao ponto de acreditarem na promessa de que ele vai ligar.

- Kate, não faça a garota chorar. - Jack ri do banco da frente.

- Quando você o conheceu? - A garota encara meu corpo, como se conseguisse sentir o cheiro de Hero em mim.

- Um ano atrás, e você?

- Semana passada. Foi o melhor dia da minha vida. - Ela encara Alex, como se o desafiando a ser melhor.

- Se quer uma dica, esquece. - Félix diz, olhando pelo retrovisor. - É uma vez só.

- Se você soubesse o que aquele homem é capaz de fazer com a boca. - Encaro Alex a poucos centímetros. - O mundo seria um lugar melhor se todas soubessem.

- Kate. - Alex me repreende. - Você teve sorte, ele é um safado sem coração.

- Não tive sorte. - Não mesmo. - Vocês não conhecem Hero como eu.

- Até porque ninguém foi pra cama com ele. - Jack me encara pelo retrovisor.

- Eu fui. - A menina ao nosso lado sorri.

- Eu também. - A outra garota completa.

- Grande novidade hein. - Félix xinga.

- Como vocês chamam? – Pergunto enquanto tiro a mão de Alex de dentro do meu vestido. – Para com isso. – Ele ri.

- São Mary e Suzan, irmãs gêmeas. – Felix me responde com aquele sorriso prepotente nos lábios, com certeza ele dormiu com as duas.

- Felix disse que você poderia arrumar uma segunda chance para nós duas, você sabe, com ele. – A irmã que até agora pouco tinha ficado quieta.

- Felix disse isso foi? – Jack o encara. – Antes ou depois de arrastar vocês para os lençóis.

- Chega desse assunto, chegamos. – Digo abrindo a porta do carro. – Jack, você me ajuda com o sapato?

Enquanto observo Jack se ajoelhar na calçada para colocar as sandálias em mim, as duas irmãs continuam me encarando, já fora do caro, como se aquilo que eu pedi fosse uma afronta aquele homem. Eu não sei em que momento da história delas foi ensinado esse tipo de coisa, em qual momento foram deturpadas de tal modo a acreditar que o homem é quem da as ordens, mas naquele momento, eu escolhi tira-las daquela vida. Depois que Jack pacientemente afivelou as tiras da minha sandália, seus olhos subiram quase que queimando minhas pernas, mas ele só ofereceu a mão para me ajudar a descer do carro. No elevador mesmo eu comecei meu plano.

- Quantos anos vocês têm?

- Vinte.

- Ok. Fiquem comigo, se quiserem, mas não ajam como se o mundo fosse acabar só porque estão vendo-o ta? – Sorrio pra elas quando o elevador abre.

Jack abre a porta e o cheiro de sexo que sai de dentro do apartamento faz ele rir, os meninos seguem para a cozinha, seguidos pelas gêmeas, e eu vou direto para o sofá. Hero está jogando, com um cheiro maravilhoso de banho tomado, deixo um selinho no canto da sua boca e ele me encara irritado. Alguma coisa aconteceu nesse meio tempo, grande o suficiente para tirar o sorriso lindo que emoldurava seu rosto quando fui embora. Hero entra no quarto de Jo, batendo os pés, como uma criança mimada.

Mercy entra, acompanhada de várias pessoas que nunca vi na vida. As gêmeas se sentam do meu lado e me entregam uma cerveja. Minha amiga me olha feio ao me ver beber, Mercy ainda não se acostumou com o fato de que agora eu suporto o cheiro de álcool, mais uma coisa que Hero me ajudou. Passo algum temo encarando Jack conversar com uma loira aguada, o que me da uma ideia. Procuro Mercy e Jo pelo apartamento, preciso que Josephine de seu show de ritmo ao som daquelas músicas brasileiras que ela ama.

Hero passa pela sala irritado, seja o que for que rolou aqui, tirou ele do sério. Percebo que seu olhar só se acalma quando Jo sai do quarto. Abraço ele por trás, beijando sus costas, ele não diz nada, só vira um quarto da vodka na boca, como se fosse água. Uma menina ao meu lado engasga com a cena, e preciso concordar, eu também me sentia assim ao vê-lo tomando qualquer coisa. Avisto Jo mexendo no som da sala e saio correndo.

- Precisamos dançar igual a última vez. – Sussurro em seu ouvido ao mesmo tempo que Mercy nos encontra.

- Ótima ideia. – Jo pisca pra mim. – Hero odeia quando a gente faz isso.

- Hero que se foda. – Mercy entrega uma cerveja para Jo.

Empowered Women - A história de KateOnde histórias criam vida. Descubra agora