Capítulo 27-Deus

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{Rochelle}

O silêncio constrangedor reinava dentro daquele carro.

Normalmente eu me sentiria nervosa, com raiva e ansiosa em uma situação assim. Más eu me sinto entediada.

Quer dizer, tudo está apenas se repetindo novamente.

Limpo a garganta, e resolvo começar um diálogo, mesmo sabendo que não iria dar tão certo.

-Ei.- começo.

-Hm?- ele responde, em um tom inocente.

-Você quer a minha confiança?

Ele desvia o olhar da estrada por um momento, más depois volta sua concentração, com uma expressão confusa.

-Eu adoraria, más não é tão fácil, infelizmente.- ele diz, parecendo tomar cuidado com as palavras.

-Então por que não tenta conquista-la sendo verdadeiro? Além de fingir que estava enganado como eu planejei, você não me conta sobre a porra daquele álbum, muito menos onde o Dylan está.

Ao saír o nome de Dylan da minha boca, vejo ele apertar o volante, e parecia tenso.

-É melhor você calar a boca.

-Michael, eu não sou a Lauren, não sou mais a marionete que faz o que você diz!!

-Foda-se.- ele responde, aínda apertando o volante.-Você é minha, confiando em mim ou não, sendo a Lauren ou não! Eu não me importo com quem você é, e nem com seus sentimentos.- ele murmura cada palavra, com sinceridade.

-Viu? Você quer que as coisas sejam fáceis pra você, más nunca fez a coisa certa para que eu facilite. Você pode ser inteligente, mas esse seu senso de superioridade te torna um idiota.

De repente, ele para o carro, e eu pulo de susto. Lentamente, ele olhou para mim, e me mostrou seus monstruosos olhos, que drenavam uma raiva inexplicável.

Fechei os olhos, esperando o pior.

Eu levaria um tapa? Um chute? Ele me torturaria, ou me mataria ali mesmo!?

Más foi pior que o seu tapa sujo.

Suas mãos grandes agarraram meu pescoço como um raio, batendo minha cabeça na janela.

Parece que minhas palavras anteriores haviam sido estranguladas com apenas o seu olhar furioso e tenso sobre mim.

Ele parecia um monstro, um demônio.

-Eu não me importo com o que você pensa, garota irritante. Não importa o quanto me desafie, você nunca vai chegar aos meus pés.

Suas mãos apertaram meu pescoço, a cada palavra que ele dizia.

-Eu sou o seu Deus, eu sou o seu Salvador, o único com quem você pode se importar. Se for para pronunciar o nome de qualquer outro homem, é melhor ficar calada.

A dificuldade para respirar estava me consumindo, e meu coração se acelerou.

Em silêncio, ele começou á soltar o meu pescoço, aos poucos. Más continuou segurando ele.

-Eu penso tanto em como você ficaria linda toda manchada de sangue.- ele dizia, parecendo hipnotizado. Seus olhos foram de uma raiva incontrolável, para um desejo insaciável.

Ele sorriu.

-Más prefiro esperar.- ele então soltou meu pescoço, e passou suas mãos pelos meus cabelos.

Estava extremamente desconfortável com suas mãos sujas passando pelos meus cabelos, más á medida que ele fazia isso, parecia se acalmar.

-Eu amo você. Por favor, fique em silêncio.- ele disse, por fim, e deu a partida novamente no carro.

Me alivei por me livrar de suas mãos e seus olhos, más aínda estava assustada.

Por mais que ele já tivesse me soltado, ficar naquele carro na presença dele era sufocante.

{Michael}

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{Michael}

Se passaram algumas horas de viagem, e Rochelle não disse absolutamente nada dês do ocorrido.

Posso até ter me descontrolado pela raiva, más até meu lado racional detesta até meu último fio de cabelo, ter que ouvir o nome de outro homem vindo de seus lábios.

É óbvio que não me sinto superior á ela, como me sinto com qualquer outro ser humano. Más isso me dá nos nervos.

Assim como o Natan, eu me sinto superior perto das outras pessoas, não importa quem seja. A única excessão dele foi a Lauren, assim como a minha está sendo a Rochelle.

E bem, tanto faz quem ela é agora, quem foi ou quem deixou de ser. Eu preciso dessa garota mais que tudo, assim como precisei nas nossas vidas passadas.

Eu odeio o fato dela ter medo de mim novamente, más se é necessário, eu não tenho pena, assim como não teria com nenhum outro ser humano.

Quando a raiva está no comando, não me importo com literalmente nada. Meu lado irracional é um burro egoísta, e óbvio que ela percebeu isso.

Porém, aínda é o pior de mim. O lado que quer ver ela humilhada, sangrando, implorando por sua vida aos meus pés.

Más se um Deus não tem sua súdita preferida, por que seria um Deus?

𝐏𝐫í𝐧𝐜𝐢𝐩𝐞 𝐕𝐞𝐫𝐦𝐞𝐥𝐡𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora