Capítulo 12-Dever

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Sangue.

A porra do sangue de Michael, no meu rosto.

-Desculpe pela demora, Dylan.- o homem que acertou Michael como um raio disse, ofegante.

Michael levou uma facada na barriga, e caiu de joelhos.

Não foi tão profundo, certamente isso faria cócegas no Natan. Más agora, ele é um adolescente de 15 anos. Mesmo que seja forte, seu corpo aínda é jovem.

Fiquei horrorizada com o que vi, e levei minhas mãos até minha boca para conter o vômito.

Dylan me soltou aos poucos de seu abraço, porém tremendo muito.

O homem mascarado que acertou Michael, continuou.

-Podem vir.

Alguns policiais que estavam escondidos apareceram, e algemaram Michael.

Más apesar de estar com dor, ele não perdeu a vós.

-ME SOLTA!! FILHO DA PUTA!!

Ele xingava alto.

-Vocês não sabem com quem estão mexendo..- ele dizia, com a raiva visível em todos os cantos de seu rosto.

Ele estava insano, assustador.

-Rochelle, olhe para mim. OLHE PARA MIM!!- ele gritou, se debatendo.

Dylan, que estava ao meu lado, sussurrou:

-Você não precisa fazer isso.

Apenas levantei a cabeça, direcionando meu olhar para ele.

-Você pode ter vencido, por enquanto. Más você também sabe do que eu sou capaz. Eu vou fugir, e quando eu fizer isso, vou te dar uma punição á altura...- ele dizia casa palavra, formando um sorriso impuro.- você vai ser minha, Rochelle, e sabe do que estou falando.

-Vai pro inferno.- digo, com a vós trêmula, limpando o sangue nojento do meu rosto.

Ele sorriu outra vez.

Vendo aquele sorriso, eu poderia jurar que estava diante do ser mais assustador e insano que qualquer um poderia ver.

É o próprio demônio.

Ir ao inferno não incomodaria ele.

-Eu vou, meu amor. E vou te levar comigo.

Ele disse, por fim. E então, levaram ele.

Fiquei completamente... Neutra.

Eu devia me sentir mal? Ou devia me sentir bem?

Eu me livrei de alguém que me faria mal. Por outro lado, se ele realmente fugir, minha vida vai virar um inferno de novo.

E posso transformar a vida de outra pessoa em um inferno também.

Fiquei ali, imóvel.

Enquanto ouvia as sirenes que iam embora junto com Michael, as lágrimas desciam lentamente pela minha bochecha.

Más eu não me sentia exatamente mal.

Quer dizer, eu também sou um monstro.

Eu liguei apenas para os meus sentimentos quando fui saír com Dylan, e eu sempre soube que ele sofreria se se apaixonasse por mim.

Nessa vida, eu deveria ser apenas uma ferramenta, mas me tornei outro obstáculo.

Eu deveria ajudar Dylan á ficar com Anne, eu deveria ser apenas a amiga do protagonista.

No fim, Michael não é o grande problema

Sou eu, com os meus problemas, agora prejudicando outras pessoas.

Eu sou igual Michael.. Natan?

Saio de meus pensamentos, quando escuto a conversa de Dylan com o homem mascarado.

-Esse Michael não é burro, e não está sozinho. Ele deve ter pensado na possibilidade de mandarem a polícia atrás dele, e seus "colegas" deram trabalho para nós. Más não contou com a chance de você mandar alguém da raça dele.

-No caso, outro criminoso treinado?

-Exato. Alguns policiais levaram até mesmo tiros, más os ajudantes dele são assassinos de nível baixo. Más não se convença, ele apenas subestimou você.- ele explica, calmamente.

-Ótimo, obrigado.- Dylan diz, assim pagando o mascarado.- a polícia concordou mesmo em trabalhar com você?

-Sim, com um acordo. Já que pegando Michael ajudaria eles, me deixaram ser livre ao troco disso.

-Entendi. Até qualquer dia.- Dylan diz, finalizando a conversa. Assim, seus olhos focaram em mim.

Tentei disfarçar, pois fiquei invergonhada por ficar ouvindo a conversa dos outros. Ele ri.

Dylan se aproxima de mim, e me sinto tonta. Aínda não botei meus sentimentos em ordem.

-Tudo bem agora?- Dylan pergunta, sorrindo de lado.

-É.. Acho que sim.- Acabamos de ser perseguidos por um maluco, depois protegidos por outro criminoso que esfaqueou ele na nossa frente. Ele age como se fosse algo normal..

-Amanhã irão tirar as câmeras da sua casa.

-Oh, ok.- respondo, tentando parecer calma.

-Quer que eu te acompanhe até em casa? Pelo menos hoje não será observada, haha.

-Obrigada Dylan.. Más não. Você precisa descansar.- Digo com sinceridade. Ele parecia exausto.

-Roch, só de estar com você, é um prazer para mim. Seria como uma recompensa.

-Bem.. Tudo bem.- respondo, sem muita certeza.

Ele parece feliz.

Dylan segura delicadamente minha mão, e caminhamos para minha casa.

Eu deveria continuar com isso..?

Eu gosto de Dylan, e ele gosta de mim.

Por que é tão difícil? Por que tudo é tão difícil?

Eu não quero que Dylan sofra, por nada no mundo. Eu quero que ele seja feliz, por mais que seja doloroso imaginar ele se apaixonando por outra pessoa.

Anne também, ela é uma boa pessoa e merece ser feliz.

Eu sou tão egoísta.

Por que até agora estou relutando?

Eu não tenho que ligar para o que eu quero, e sim para o que é certo. Tenho que colocar a felicidade deles acima da minha.

Esse é o meu dever.

𝐏𝐫í𝐧𝐜𝐢𝐩𝐞 𝐕𝐞𝐫𝐦𝐞𝐥𝐡𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora