Capítulo 47-Não Sinto Nada

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{Rochelle}

Eu finalmente percebi.

Nunca tive nada, minha vida nunca foi mais do que um monte de mentiras.

Se eu não tivesse sentimentos, talvez não me importasse. Se eu não sentisse, talvez nada disso teria acontecido.

Acreditar e confiar foi tudo o que eu fiz, e o que foi que eu consegui?

Nada.

O mundo é injusto.

A língua das pessoas são injustas.

Por que eu tenho que passar por tudo Isso? Por que tenho que passar por essa tortura?

Eu já chorei e sofri tanto, que tudo o que eu posso sentir agora, é um grande vazio.

Por isso, por mais que eu acreditasse que fosse Dylan comigo o tempo todo, Michael conseguiu me quebrar ao ponto de não ser mais feliz, nem com mentiras que me fariam feliz.

Eu não consigo me importar com mais nada.

-Nada mais importa, Michael.- disse, o encarando séria.- Você pode me acertar quantos tapas quiser, me torturar, me prender á você.. eu não tenho nada, eu não me importo.

Os olhos dele se arregalaram.

-O que?- ele perguntou, confuso.

-Eu nunca tive nenhum motivo para ao menos levantar da cama. Meu único motivo para viver, era de juntar Dylan e Anne, más nem isso consegui. Eu sou uma inútil, imprestavel. Não faço nada direito. Pra que comer? Pra que fazer amigos? Dylan era o meu único motivo para continuar, e eu lutei por ele até não aguentar mais essa tortura. E agora, eu descobri que estive lutando por uma grande mentira, e você arrancou de mim o meu único motivo para viver. Então, pode fazer o que quiser. Você pode fazer qualquer coisa.- falei tudo o que precisava ser dito, toda a verdade. Fiquei nervosa, e senti medo por um momento, más eu precisava fazer isso.

-Más--

-MÁS, mesmo que me prenda á você para sempre, Michael, eu não sou mais a Lauren que amou o Natan. Meu nome é Rochelle, e eu nunca te amarei. Nunca.

Meu coração se acelerou, e Michael parecia não ter nenhum tipo de reação.

Alguns minutos de silêncio se passaram. Eu me manti firme, por que não haviam mais lágrimas para mim chorar.

Até, que Michael olhou para o relógio, e colocou sua pele falsa de Dylan novamente.

Sem dizer nenhuma palavra, ele se afastou para o outro lado do palco, e começou á ensaiar.

Os outros começaram á chegar, e eu consegui me acalmar. Depois que falei tudo aquilo, me sinto até melhor. Porém, tenho certeza que nunca mais vou sentir a verdadeira felicidade. Não com o nome de Rochelle.

Fiquei relendo minhas falas, até que a hora chegou.

-Á muitos anos atrás, existia uma bela moça. Seu nome, era Lauren. Ela era bondosa, e tinha uma beleza incrível. Era tão doce quanto aparentava.- Mell começou, e proceguiu. Ela dizia tudo impecavelmente, sem nenhum erro ou gaguejo.- Até, que ela conheceu um belo moço. Seu nome era Natan. Porém, ele passou a infância em um orfanato assustador!

Era a hora. Estremessi atrás das cortinas, e Michael segurou minha mão.

Fiquei extremamente desconfortável, más agora não havia escolha.

As cornas subiram, e começamos á dançar uma valsa calmamente, assim como nos ensaios.

Estava um pouco desnorteada com a conversa de alguns minutos atrás, más já havia gravado tudo o que tinha que fazer.

Não consegui nem ao menos prestar atenção no que Mell estava falando, eu só queria que isso acabasse logo.

Michael olhava assustadoramente em meus olhos, e eu retribuia. Estava cansada de me rebaixar e sentir medo dele.

Eu não tenho nenhum motivo para viver, eu sou uma ninguém. Eu não me importo mais. Se ele quiser me matar, será exatamente um presente para mim. Assim como ele costumava dizer.

Quando a dança terminou, fui para trás das cortinas novamente. Agora, Mell estava narrando as mortes de Sara e Jonathan. Eu tinha apenas que esperar, para depois atuar como surpresa.

Se as pessoas soubessem como foi bem pior que isso..

Depois de alguns minutos, as cortinas se abriram para mim novamente.

-Oh, como você pode matar meus amigos, Natan?- eu atuava, com raiva de como distorceram a imagem de Lauren.

Foram mais alguns minutos de atuação, e finalmente o fim estava chegando.

Agora, seria a hora em que Natan mataria Lauren.-- outra mentira que acreditavam, pois não faziam idéia do suicídio.

Caída no chão com o sangue falso, um belo arrepio me percorreu ao ver Michael "enfiando" a faca falsa na minha barriga.

Más ele não sentia o mesmo que eu. Parecia mais um prazer estranho.

E agora, a última frase clichê.

-Se você não pode ser minha, não será de mais ninguém.

𝐏𝐫í𝐧𝐜𝐢𝐩𝐞 𝐕𝐞𝐫𝐦𝐞𝐥𝐡𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora