Capítulo 34

2K 123 23
                                    

Oioi, apareci com capítulo novo!!
Boa leitura ❤️
_________________________

Olívia Anderson:

Trabalho há dois anos nessa empresa e é a primeira vez que eu venho parar na enfermaria, que aliás é muito bem equipada. Já fiquei doente algumas vezes, mas eu só avisava à Margot, minha chefe da época e ficava em casa mesmo. Não acordei muito bem hoje, achei que tinha sido pela briga com o Will no sábado, mas depois do almoço com o Henry acabei passando mal quando voltamos pra empresa e ele me trouxe pra cá. 

Agora estou aqui sentada na maca olhando minhas meias rosas enquanto balanço meus pés até a médica voltar com os resultados dos exames. Algo bem desnecessário porque até eu sei que é uma virose ou intoxicação alimentar.  

- Se você começar... – digo assim que escuto o barulho da porta. – A rir das minhas meias... – a frase morre na minha boca assim que vejo quem passou pela porta, fecho a cara na hora. 

Will vem a passos largos até mim, coloca as mãos no meu pescoço e começa a me examinar, fixo meu olhar em um dos quadros decorativos da sala, bem atrás dele. 

- Traidor! – digo sem olhar para Henry.
- Eu surtei, tá legal? – Henry se defende apressado. – Não gosto de hospitais! Sua irmã está de atestado em casa, a outra na Evans e você precisa de um acompanhante! – argumenta.

- Você era o meu acompanhante, Maxmilian! – fuzilo Henry.

Passei todo o almoço falando o quanto estava com raiva do Will e das suas atitudes e o Henry o avisa que estou aqui, para a pessoa que evitei o máximo possível pela manhã.

- Decisão horrorosa – Henry fala levemente irritando por eu ter usado seu segundo nome.

- E estamos na enfermaria da empresa! – argumento. – Foi apenas um desmaio – o fito e como resposta Henry dar de ombros.    

- Você desmaiou? – Will fala pela primeira vez alarmado e eu o olho rapidamente.

- Sim, mas já estou bem – digo olhando para um dos botões pretos da sua camisa.

- Já recebeu o resultado dos exames? – Henry pergunta confuso e eu o olho com ódio.

Eu o mataria agora se fosse o super homem.

- Henry, pode nos deixar a sós? Eu cuido dela – olho para Henry que sussurra um "desculpe" e saí. 

Quando a porta se fecha Will senta ao meu lado na maca, não ouso dizer nada – apenas volto a balançar os meus pés. Depois de uns minutos Will respira fundo e olha para baixo. 

- Eu adorei suas meias. – Não o respondo, ele respira fundo novamente. – Eu sei que ainda está irritada... – bufo. O – Mas eu estou preocupado, então vamos esquecer isso por dois minutos que seja e me conte o que houve – Sua mão vai para minha coxa, não a tiro. 

- Não acordei muito bem... mas achei que era apenas um mal estar e não queria alarmar minhas irmãs, só que piorou após o almoço com o traidor do seu irmão, acabei tendo uma pequena vertigem na volta e ele me trouxe pra cá.   

Will concorda com a cabeça e fica em silêncio, depois ele bufa e abre um sorriso.

- Começou pela manhã? – concordo e seu sorriso aumenta ainda mais, ele se levanta e para na minha frente coloca as mãos no meu rosto, me fazendo olhá-lo – Você já parou para pensar que pode estar grávida? – seu sorriso aumenta e eu bufo.

- Não estou grávida, William – ele tira o sorriso do rosto assim que escuta seu nome.

- Como você pode ter tanta certeza? 

- Porque nós nos cuidamos? E eu tomo remédio – argumento sem paciência.

- Não no meu aniversário – diz sorrindo novamente.

O que está começando a me irritar.
- Eu não veria problema em você engravidar agora – diz.

- Claro que não vê – perco a paciência. – Você deixou bem claro ontem que eu nem sequer preciso trabalhar – digo irritada e ele respira fundo antes de coçar a testa.

- Rosa bebê... – se aproxima de mim colocando as mãos apoiadas na maca ao lado dos meus quadris. – Porque não deixamos essa briga pra lá? – diz antes de tentar beijar meu pescoço, mas eu o afasto.

- Porque você continua com o mesmo pensamento! – rebato me levantando. – Eu não estou grávida porque tomei a pílula no dia seguinte – ele pisca algumas vezes, parecendo decepcionado. – Você tem que entender que as coisas nem sempre vão ser como você quer – falo pegando minha bolsa e me volto para ele. – Eu não quero me casar agora, não pretendo ser mãe agora, eu não acabei de me formar na pós para ser sustentada por você, Will – digo abrindo os braços. – Espero que você consiga entender isso logo, porque eu não vou ficar com alguém que não acredita no meu potencial quando eu nunca duvidei do dele – e saiu da sala.

Não pretendo ser a sua assistente pra sempre, muito menos ser sustentada por ele. Quero conquistar as minhas coisas, ser chefe do setor de Pesquisa e Desenvolvimento, como sempre foi meu objetivo desde que consegui a vaga de estágio na Foster. Nunca duvidei do Will, do seu talento, ele nasceu pra ser o presidente da Foster, como seu pai. Só queria que ele tivesse a mesma confiança em mim que tenho nele. 

Depois que saí da enfermaria voltei a trabalhar, um tempo depois Will pareceu e foi para sua sala – ele parecia bem chateado. Pensei em ir falar com ele novamente, tentar resolver tudo de uma vez, mas eu estava com raiva, da sua atitude egoísta, dele agindo como se  pudesse decidir as coisas por mim. Tentar resolver tudo hoje não adiantaria nada, precisava pensar. Amanhã quando chegasse na empresa o chamaria para conversar, era o melhor. 

No meio da tarde recebi os resultados dos exames por e-mail, a vertigem foi causada por má alimentação e desidratação. A última vez que comi foi no café, ontem à tarde, que fui com a Ravena. Will estava numa reunião por vídeo chamada em sua sala, não precisaria mais de mim pelo resto do expediente e queria passar um tempo com a Ravena então decidi ir embora mais cedo. 

Quando fui avisar que estava indo para não atrapalhar dei apenas um tchau e ele levantou o celular rapidamente e eu assenti. Fico na porta por alguns segundos o observando e sinto uma sensação ruim que faz continuar o admirando por mais tempo, Will está com a camisa social dobrada até os cotovelos, tem um copo de whisky vazio em cima da sua mesa e ele estava exausto – me olhou novamente e pisca mim o que faz meu desconforto sumir na hora e eu sorrio antes de sair. 

Sei que vamos passar por isso, só precisamos esfriar a cabeça.

Vejo um copo de café do starbucks com um pois it grudado escrito "desculpa" com um rostinho feliz, pego meu celular da bolsa para mandar uma mensagem para Will e vejo que tem uma de Henry, o emoji do rostinho feliz.
Meu celular vibra novamente. 

"Posso ir na sua casa quando sair da reunião. Não quero dormir brigado com você mais uma vez" – sorrio de imediato.

"Nem eu. Vou te esperar" – digito antes de tomar mais um gole do meu café

"Jantar?" – Will pergunta.

"Eu pago! Vou comprar no restaurante do final da rua" – digo sabendo que Will adora a massa de lá.

"Perfeito pra mim" – sorrio para sua mensagem e guardo o celular.

Antes de sair da Foster mando uma foto do meu café para Henry com a legenda "Tá desculpado".

LírioOnde histórias criam vida. Descubra agora