💫 Capítulo 4: Bem-vindo a Aurora

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Observando mais atentamente, pôde notar que o interior da Shadow-989 era preto. As paredes e o chão metálicos, as portas automáticas e até mesmo o painel de controle do compartimento de pilotagem. A escuridão daquela nave se camuflava perfeitamente com o vácuo; de longe não era notada, nem mesmo por radares. Talvez fosse a intenção, pensou Mazu.

O homem em sua frente pilotava em silêncio. Não trocaram uma palavra desde que partiram da base da L.D.A. Talvez fosse seu modo arrogante de lidar com as coisas, mas Mazu sentia-se profundamente incomodado em depender de Alpha. Podia se defender sozinho, é claro. Mas, a galáxia era grande, e ameaças estavam à espreita pela escuridão. Mazu não conhecia o inimigo que estava à sua procura, nem mesmo seus objetivos.

Ajeitou seu corpo no assento ao lado do piloto, olhando ao redor da cabine, com curiosidade.

— Para onde estamos indo? — Perguntou.

— Para o lugar que nos dará respostas — respondeu, a contragosto.

— Se vamos trabalhar juntos, exijo saber o que vamos fazer daqui para frente.

— Não está mais em seu planeta para exigir alguma coisa, príncipe — arrogante, Alpha continuou com os olhos no visor frontal, observando as estrelas, enquanto pilotava a nave.

Olhou incrédulo para Alpha. Arrogante, ignorante, prepotente. Muitas de suas atitudes o faziam recordar de seu irmão, Dakris. Iria retrucar as palavras ignorantes do mesmo, mas pensou em uma solução melhor:

— Zya, qual nosso destino, por favor?

— Estamos próximos do portal hiperespacial do sistema Coloneus, que nos levará para Forbis, o sistema onde está... — Automática e rápida, a inteligência espacial estava o respondendo, no entanto Alpha a impediu a tempo:

— Zya, não.

Mazu cruzou os braços.

— Exatamente como meu irmão.

— Não sou como ninguém dos seus.

— Acredite, nós estelares não somos tão diferentes quanto você imagina.

— Nisso você está certo — respondeu, com o intuito de atingir Mazu —, podem ser bons e ruins, e agem como se fossem perfeitos.

— Você critica meu povo, mas aqueles que você chama de ''defensores'' quase me sequestraram em nome do culto — retrucou.

— Não eram defensores — Alpha bufou; parecia não querer acreditar no que vira horas atrás.

— Essa é nossa diferença — dessa vez, Mazu o encarou —, eu admito que há aqueles que não são bons entre meu povo. Não fico preso em minha própria ignorância - finalizou, pronunciando de forma irônica —, defensor.

— Quer trabalhar comigo? — Alpha lhe lançou um olhar raivoso. — Não fale.

— De onde eu venho somos ensinados a trabalhar em comunidade — ainda com os braços cruzados, Mazu revirou os olhos e desviou seu olhar do rosto raivoso do ser ao seu lado.

— Então acostume-se, aqui fora tudo é diferente.

— Pela glória de Lux, você é insuportável.

De repente, a voz da inteligência artificial retornou à conversa, e não trazia boas notícias:

— Sugiro que escutem o canal de comunicação de Aurora para se atualizarem das mais novas notícias de emergência — Zya ativou a rede de comunicação da rádio.

O holograma do general Varod diante de um gabinete surgiu acima do painel da cabine; atrás dele, também como hologramas, agentes da L.D.A estavam em pé, em posição de respeito ao general, com as duas mãos para trás.

STARBOY ✩ O Chamado | VOL. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora