STARBOY ✩ O Chamado | VOL. 1

💫 Penúltimo Capítulo

No dia anterior, uma batalha havia sido encerrada, no entanto, a guerra estava apenas começando.

Mazu caminhou pela plataforma mais alta do enorme galpão de naves até a Shadow-989. Haviam várias outras naves, mas nenhuma delas se comparava a nave de elite de Alpha. Qui-va, acompanhada de cinco norinianos trajados em vestes militares pretas (assim como ela), estavam parados em cima dos degraus da rampa da Shadow.

— Onde seu namorado se meteu? — Qui-va cruzou os braços.

— Ele não é meu namorado, Qui-va — o estelar revirou os olhos. — Achei que ele estava na nave.

— E eu achei que ele estava com você.

— Estou aqui - uma voz ecoou.

Seguindo os passos de Mazu até a nave, Alpha surgiu caminhando pela plataforma. Não vestia mais sua típica calça militar e a camisa preta com o símbolo da L.D.A; agora estava trajado no uniforme que um dia pertencera ao seu pai quando ele ainda agia ao lado de Thargar. Uma armadura preta com o símbolo estelar estampado no peito. Alpha jogara no fogo suas vestes de agente, com exceção da jaqueta preta.

— Visual novo? — Mazu falou do topo da rampa.

— Era hora de algumas mudanças.

— Preparados, garotos? — Qui-va indagou.

Todos assentiram com as cabeças e entraram na Shadow-989.

Zya, a inteligência artificial, pilotava a nave enquanto Mazu, Qui-va, Alpha e os cinco soldados do círculo da revolução estavam em pé em volta da transmissão do mapa da instalação secreta dos trompoxianos no planeta Shan.

— Vocês três — Alpha apontou para os norinianos - irão invadir a instalação de armas principal de Shain disfarçados de agentes da L.D.A junto comigo. Lá acontecerá o primeiro teste da Armageddon, terá muita segurança, devemos estar preparados para tudo.

— E nós? — Qui-va se referiu a ela e a Mazu.

— Qui-va irá desativar o sistema de comunicação do planeta Shain com a L.D.A e outros planetas, assim teremos tempo de atacá-los e impedir o que eles estão planejando — Alpha explicou enquanto apontava para o mapa. — Mazu ficará na Shadow até terminarmos de agir.

— Não mesmo.

— É o único jeito. Você chama muita atenção.

— Eu posso me virar, não sou tão indefeso quanto pensa — Mazu o contrariou.

— Não se esqueça que o culto de Tenebris está te caçando. Apenas estou garantindo que continue seguro.

— Minha segurança não é sua missão, Alpha.

— Você é a minha missão.

Fitou Alpha profundamente, quase como se pudesse enxergar através do disfarce de homem carrancudo e sistemático. Mazu conseguiu notar os pontos fracos do agente, e um deles brilhava como uma estrela.

— Tudo bem — Mazu se deu por vencido naquela pequena discussão.

— Quando tomarmos controle da situação, irei enviar a você um sinal — agora Alpha direcionou sua atenção para todos do grupo. — Todos vocês têm acesso ao mapa, será fácil se localizar na base. Lembrem-se, temos apenas uma chance. Não devemos desperdiçar.

Todos menearam as cabeças, certos de estarem preparados para mais uma batalha.

Mazu concordou, mas não abandonou seu instinto. Seguir ordens não era seu forte. Por dentro, seu coração se aquecia ao ter certeza de que, depois de tantas desavenças e trocas de ódio, Alpha amansou seus sentimentos em relação a ele. Mas, apesar desta mudança, não sabia o que viria a seguir. O que tudo aquilo significava? Sentimentos novos o assustavam tanto quanto se perder em uma galáxia de perigos. Ele sentia o fervor da justiça percorrer por suas veias, e também sentia amor. Amor pela galáxia. Amor pelo universo. Amor por...

Ele chacoalhou a cabeça. Certas questões eram melhor serem deixadas para depois.

A Shadow-989 partiu até o planeta Shan. Da plataforma de naves, Gahro observou em silêncio a nave cortar o céu do amanhecer e desaparecer na imensidão azul. Ele oferecera uma equipe tática maior, porém sua filha tomou as rédeas da situação, como ela sempre fazia.

Gahro se despediu pela última vez de Qui-va.