Capítulo XL

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Começamos a nos reorganizar. Shadow havia capturado alguns inimigos e levou eles para os elfos. Esses, por sua vez, olhavam para nós com olhares rápidos e desviados, com um medo enorme de nós. Afinal, uma guerra que durou um monte de tempo para eles, foi resolvida por estranhos em poucas horas (deveria ser somente meia hora, mas cada um decidiu brincar um pouco mais). Nos reunimos em torno do carvalho e o velho saiu de lá.

- Parece que trouxeram aqueles que tanto causaram morte para nós.

Olhei diretamente para ele.

- O rei deles estava falando com oque parecia ser um demônio e ele inclusive falou algo sobre voltar a ser parte dos demônios.

O velho voltou-se para mim.

- Então, ele citou nomes?

- Sim. Um tal de... Olorum.

- Olorum... huuuuum...

Ele começou a coçar a barba, olhando para os homem lagartos que capturamos. Pegou o rosto de um e ficou encarando seus olhos.

- Por... favor... não... mate.

- É claro que não, mas não posso conter a fúria de meu povo.

Ele andou até Guily e falou no ouvido dele. Depois disso ele correu junto de alguns soldados, voltando pouco tempo depois com o cadáver do rei lagarto. Não cheguei a reparar em seus olhos, já que ele estava de costas para mim, eles eram completamente negros.

O ancião pegou e assoprou oque parecia ser um pó, vindo diretamente de suas mangas, e os olhos ficaram avermelhados. Uma marca surgiu no peito dele: uma marca estranha.

Energy correu até o corpo dele e franziu o rosto metálico.

- Essa marca, é de uma possessão demoníaca. Estudei sobre isso durante a criação dos círculos.

- Sim minha cara. Parece que os demônios queriam algo usando os lagartos e vocês os pararam antes de algo pior acontecesse. Bom, aparentemente...

Ele tocou no peito do lagarto, tirando algo de sua veste, que parecia ser uma pele reptiliana ainda intacta.

- Parece que magia de possessão demoníaca não funciona bem em semi-humanos. Sua pele sai junto com a carne, sangue e tecidos internos. Isso não é bom.

- Ele estava virando um zumbi?

- Não exatamente. Parece que alguém estava nesse corpo o usando de marionete a distância. Esse ser pode ser alguém que perdeu seu posto na corte demoníaca e agora estava atrás de algo pertencente a nós.

Olhei para os prisioneiros e apontei a foice para eles.

- Se sabem de algo, podem ir falando.

- Eu!!

Uma fêmea que estava com a cauda balançando sem parar olhou diretamente para mim.

- Eu... ouvi o rei falando sozinho com alguém chamado... Kars' Abdul.

- Kars' Abdul?

O ancião olhou para o corpo denovo.

- Em fala humana fica algo como: 'aquele que semeia caos'.

- Sei...

- Entretanto você conseguiu minha atenção, fêmea. Oque mais sabe?

- Ele falou algo sobre as trevas derrubar a luz heroica.

Fintei ela por tempo suficiente pra ela ficar tremendo. Encarei de novo o ancião.

- Eles provavelmente estavam atrás de sua sombra para derrubar o herói. Acho que já sei aonde ir depois de chacoalhar o mundo mais uma vez.

- Concordo. Bem, já que você ajudou na queda deles, vou passar os conhecimentos das sombras mais profundas para o... Shadow. Sério, você não tem um nome mais criativo para ele?

Apertei as mãos dele.

- Achei melhor simplificar o nome dele. Não se preocupe. E muito obrigado por me ajudar.

O ancião pela primeira vez que chegas esboçou um sorriso.

- Eu simplesmente gostei de você. Agora fiquem mais um pouco para se acostumarem. Parece que seus soldados atraíram alguns curiosos.

Olhei para trás e vi Chainsaw brincando de algo que parecia ser esconde-esconde com as crianças e Sledge servindo de escorregador.

"Isso é oque eu quero. Acho que está na hora de acabar com essa matança".

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- Ufaa.

O trabalho de Kars' Abdul tinha ido pelo ralo. Por sorte ele escapou antes de sua alma de comando ficar trancada no já morto rei lagarto. Parece que seres metálicos interviram.

"Como é que vou explicar isso para ele?"

Antes um grande demônio da corte, ele foi afastado de pois do herói conseguir escapar de uma armadilha feita por ele e alguns outros generais. Como a ideia e execução vieram dele e os generais simplesmente enviaram tropas, ele ficou com a culpa. Porém ninguém, nem mesmo ele, poderia pensar no que iria ocorrer naquele dia.

Ele ouviu passos afobados no corredor e um soldado demoníaco abriu a porta no solavanco.

- Grande Abdul! O demônio celestial deseja vê-lo.

- Muito bem. Está na hora.

Tremendo de medo de seu destino, Ele segui o guarda até as portas do grande salão dos antigos. No caminho viu o derivante, um dragônico com poderes do vazio, segurando um adaga de assassinato.

- E aí, velho. Como tá os chifres?

- Melhores que a sua educação, eu suponho. Oque quer de mim, traidor?

Ele levantou as mãos.

- Calma lá, meu véio. Você sabe que eu não quero te fazer mal, sabe.

- Vai procurar oque fazer. Não tenho tempo para um criança mimada.

- Nooooooossa. Como tu é mal.

E o derivante saiu com um sorriso torto no rosto, jogando para o alto a adaga e pegando no ar.

- Estou abrindo a porta.

Quando isso aconteceu, Um tremor percorreu a espinha de Kars. Sua visão daquele salão ainda se conservava: o trono feito de ossos de wyverns, o tapete roxo com detalhes em prata, a bandeira dos demônios com as dez asas de cada cor nas laterais, os nomes de cada tribo que originou os descendentes escrita em cada uma. Um punho de demônio no meio puxando os céus, o mesmo em vermelho sangue na bandeira branca.

O demônio celestial, a rainha Cintilida, comumente chamada de 'rei demônio', estava sentada no trono esperando por ele , juntamente dos fundadores da nação.

- Aproxime-se, honorável Kars' Abdul. Quero saber mais do Rei Negro que você pesquisou.

- Sim, Minha rainha.

Me torno o rei rôbo em outro mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora