Capítulo XLVII

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A espada estava fincada no chão. A luz da lua prata e da lua amarela iluminava as planícies junto das tochas posicionadas ao longo do caminho. Muitos soldados ainda carregavam suprimentos para fora da cidade e preparavam acampamento para os feridos.

A notícia de que o castelo do Rei Negro vinha em direção de Falburgor assustou até mesmo o rei. Nunca houve uma união tão grande da nobreza com a realeza para deter um inimigo em comum antes. Vários soldados sobre bandeiras de ducados e outras partes reais se juntavam compondo um exército gigantesco em torno de meio milhão de soldados. Ainda assim, Mike estava com as mão tremendo um pouco. Ele não sabia como iria rolar a batalha, mas sabia qual era o futuro de todos se eles perdessem.

Até mesmo seu grupo parece ter sentido o baque. O mago, o escudeiro e a lanceira estavam se metendo menos em confusões e estavam mais focados em treinar. Cloeh não falava com ele a dois dias, apenas o cumprimentando com acenos. E o rei já havia dito para ele usar oque tivesse que usar para vencer essa luta. "Uma luta pela humanidade" pensou "como isso ira acontecer?"

Seus pensamentos foram interrompidos pela trombeta vibrante do castelo, anunciando a vinda de mais um batalhão de soldados para o centro do reino. Desta vez, eram A Inquisição, pronta para derrotar os robôs com magias sagradas, liderados pelo Papa Franco, o grande maior padre da igreja da Teocracia. O mesmo passou com sua comitiva pela cidade, atravessando os portões e montando acampamento junto das muralhas.

- Ora, ora. O grande herói da humanidade. A quanto tempo.

- Fico lisonjeado, papa.

- Não precisa ser assim. Mas então, como você acha que se desenrolará esta batalha?

- Não sei. Porém porque pergunta a minha opinião se nem sou da teocracia?

- Bem, foi você que expôs aquela vez em que a teocracia estava mergulhada na ruindade, mostrando a podridão do clero anterior. Sempre vou pedir sua opinião quando estiver do meu lado.

Aquela vez em que Mike mostrou para a teocracia que os problemas sempre envolvem dinheiro parece ter mudado por dentro a mesma. Por isso ele queria destruir aqueles seres de metal que somente pensam em matar para mudar. Mas ele sabia que existiam os seres ruins por seres ruins. Simplesmente não se podia relativizar o mal com poucas palavras.

- Mas você trouxe aquilo?

- A, a luneta? Sim está comigo. Inclusive, ótima coisa para se usar.

O padre puxou a luneta de um dos guardiões perto dele e entregou a Mike. Ele apontou a luneta para a direção de onde possivelmente viria o castelo voador. Ele somente viu um escuro se movendo em meio a noite. Até que a luz da lua iluminou o metal.

Todos olhavam aquela construção avançando em meio as nuvens, flutuando enquanto se aproximava do império. O sol estava nascendo do outro lado, iluminando o metal negro do castelo. Algumas coisas menores saíram de dentro do castelo, acompanhados de outros do mesmo tamanho.

Ao pousarem, Mike percebeu que aquilo era um verdadeiro batalhão. Enormes quantidades de soldados metálicos, lobos e quatro grandes robôs possuindo armas diferentes e formas variadas. Dois outros vieram logo depois, um com uma espada que parecia uma katana e o outro com várias correntes saindo das costas.

Todos se ajoelharam em uníssono. O silêncio tomou conta da planície. Passos pesados foram ouvidos caminhando em direção deles, tirando uma foice das costas e fincando no chão. Lá estava ele, aquele que destruía nações da noite para o dia. Aquele que pode acabar com a a raça humana num piscar de olhos.

O Rei Negro havia chegado a Falburgor, pelo portão principal, com seu exército de quase bilhões de metal na frente de todos, herói e soldados humanos.

- Podemos... vencer esta luta.

O papa parecia estar com muita tremedeira.

- Bem... se não vencermos...

Me torno o rei rôbo em outro mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora