Capítulo L

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Nossas lâminas se chocaram. O ar estremeceu, ondas de choque se espalhando pelo campo de batalha, levantando as pedras no chão, espadas e corpos espalhados por todo o local. O sol estava alto no céu, sendo fácil meio-dia naquele mundo.

A cidade queimava atrás de nós. Ninguém gritava por ajuda ou pedia por reparos. Os barulhos ao me redor era quase silenciosos, tirando um golpe ou outro que estremecia a terra, foi muito mais simples assim me concentrar em meu inimigo. Ele corria, pulava, atacava, tentava me perfurar e recuava usando magias, que eram somente para bloquear minha visão. Parecia mais um cachorro encurralado do que um predador de demônios que eu pensava  que ele era. Sua espada brilhava com uma pedra perto do punho.

Comecei a me cansar daquela brincadeira e usei algumas magias contra ele: primeiro distorted vision para ficar invisível e depois hell flame para queimar a terra antes dele fazer algum movimento. Acabei errando a mira e ele quase me acertou com a lâmina, não prestando atenção no fogo que chegava perto dele. Em um salto, ele se afastou, queimando parte da capa que ele usava. Ele a arrancou com uma puxada.

- Você. Realmente, você é um demônio.

Desativei minha invisibilidade e me posicionei com a foice.

- Acredite, sou muito mais humano do que aparento.

- Acha mesmo que um humano faria oque fez?

- E você?  Acha que a humanidade não é capaz de explodir quilômetros e quilômetros de terra apenas para encontrar um metal brilhante? A não, você é americano. Será que não seria milhas e milhas?

Ele ficou ainda mais raivoso. Prova disso foi seu avanço repentino.

- Pare de falar como se soubesse de onde eu vim!!

Desvie do golpe e o acertei com meu ombro. O herói caiu no chão mas sem ficar desacordado, a espada caindo como um pedaço de metal descartável.

- Eu posso falar porque sim, eu vim da mesma terra que você.

Ele se levantou rapidamente e pegou a espada. Ficou cara a cara comigo, sem nenhuma hostilidade.

- Então, me fale. Como...

- Fui atropelado por algum veículo. Não sei porque, ou quando, mas consegui vir para este mundo, afinal sou filho de uma deusa. E penso que você também seja.

Ele parou e me olhou mais atentamente. Começamos a andar em giro, um em cada ponta, formando um círculo enquanto continuávamos de frente um para o outro.

- Cara de lagarto. Olhos reptilianos. Esse é o cara que disse ser meu pai. Ele falou que até a destruição tem seu lugar na balança ou algo parecido.

- Katron. O senhor da destruição. Agora entendo seu poder. Mas é uma pena que até a destruição tenha que servir a humanidade, enquanto todos estão se matando.

- Isso não importa! Quem é seu pai? Ou mãe?

- Mugen. A deusa do infinito.

Ele ficou com o rosto um pouco vermelho demais.

- Só pode estar brincando comigo.

Sua espada começou  a baixar até tocar o chão. Ela escorregou da mão dele.

- Brincar eu fazia quando era somente uma criança, uma pessoa ingênua. Agora eu não brinco mais. Ok, talvez um pouco. Por que acha que eu estou brincando com você?.

Ele agarrou a espada de novo e pôs em posse de batalha.

- Mugen é a que abençoou a espada do herói, para que sempre tenha poder contra os demônios. Mas quer saber: você é meu inimigo. É inimigo de toda a humanidade. E eu. Vou. Derrotar. VOCÊ!!

Ele avançou mais uma vez, a lâmina cortando as pedras como tofu e estremecendo o ar. Da minha parte, fiz ele recuar e pus uma magia no chão com um selo para que ativasse no meu comando. Quando ele pisou na área marcada, ativei a magia. Um terremoto localizado para fazer ele perder o equilíbrio e uma investida com a foice. Quase atingi ele com meu golpe, tirando a ponta do nariz dele.

Ele recuperou o controle e pôs a mão na cara.

- Seu...

- Opa. Parece que tirei o nariz da Esfinge, não é mesmo?

Ele urrou e correu para cima de mim, se esquecendo das minhas pernas que acabei usando para derrubá-lo. Depois de levantar, sem a espada, ele tentou me derrotar em combate corpo a corpo. Simplesmente terminei aquela aquilo com um tiro do meu repulsor na minha mão esquerda.

Ele ficou de joelhos. Sua armadura estava danificada a ponto de perder completamente a utilidade, seu rosto, marcado de poeira e sangue seco, os cabelos  antes bem cortados estavam enlameados na sujeira da batalha.

- Você não sabe que um herói sempre vence no final?

- É porque nenhum vilão estava na altura deles.

Levantei minha mão e fiz o sinal de vir. Aparecendo da poeira que abaixava meu meus principais comandados, cada um carregando uma pessoa do grupo do herói. Sendo que apenas a arqueira estava viva.

- Podemos aqui ter algo para lhe salvar.

Me torno o rei rôbo em outro mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora