Capítulo XXXIX

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Ouvimos os rugidos ferozes ecoando no pântano. Lá, o céu aparecia claro com o sol já alto, mostrando corpos de elfos lunares e homens lagartos, todos eles caídos na lama. Os elfos usavam roupas camufladas, em contraste das peles quase transparentes, agora visíveis.

Estávamos juntos de Guily e dos outros.

- Vocês foram descobertos?

- Sim. Dois ataques, duas falhas, 20 mortos. Parece que o xamã deles possui uma espécie de detector contra nós. Não tenho outra explicação senão isso.

Olhei por cima da trincheira, vendo vários daqueles lagartos bípedes sibilando e rugindo. Usando a análise, vi somente machos, guerreiros com armadura de placas como as armaduras humanas e espadas longas. O xamã tinha um vestido longo que ia da cabeça a cintura, preso com um cordão vermelho, olhos roxos e dentes afiados. Seu cajado tinha a cabeça de um javali na ponta junto de um cristal rosa que emitia uma luz própria, talvez a mana da pedra. Abaixei a cabeça enquanto eles ecoavam uma canção que parecia seu hino de guerra.

- Essa é a hora, parceiro. Querem que acabemos com eles?

- E precisar perguntar? Vamos dar cobertura!

Pulei a barreira e os outros fizeram o mesmo.

- LEMBREM-SE!! ISTO É UMA BATALHA DE VERDADE, IREMOS TESTAR NOSSOS PODERES!! NÃO POUPEM SEUS ATAQUES!!

Gostaria de dizer que tivemos uma batalha excitante mas foi decepcionante. Chainsaw pulou no pescoço do primeiro soldado que viu e começou a estraçalhar os outros em volta. Energy ficou cara a cara com o xamã, que tentou diversas magias porém elas simplesmente desapareciam no ar, sumindo como poeira ao vento. Enquanto ela pressionava ele, Sledge avançou como um trem para cima daqueles que estavam indo ajudar seu líder. Esmagando com o martelo e quebrando crânios com as mãos pelo caminho, ele abriu espaço para Asura, que voou na direção dos soldados com estilingue e os derrubou, cortando suas pernas, decepando mãos e sempre com um sorriso no rosto.

Quanto a mim, avancei sem impedimentos na direção do acampamento dos homens lagarto, soltando tudo quanto era magia no caminho para matar os desnecessários. Chegando no local vi o porque do elfos daquele lugar não avançarem: uma catapulta. Sim, eles tinham uma catapulta e eu comecei a pensar como eles tiveram acesso a isso. Talvez os humanos? Ou os demônios? Fiquei com essa pergunta na cabeça enquanto abria caminho pelo acampamento deles, chegando até as munições da catapulta. Ficando invisível, vi que oque eles atiravam nos elfos eram pedregulhos com fogo crepitando dentro deles. Havia 3 catapultas, todas com centenas de munições.

Cortei as cordas de tensão da primeira, para ela nem mesmo acionar quando puxado a alavanca. Coloquei uma pequena bomba que guardei (dos explosivos de Babinar), colocando dentro do colher da máquina. Se eles fossem descuidados, aquilo iria explodir na cara deles. Fui até a terceira e desfiz a roda de engrenagem do puxador, deixando a corda de tensão instável. No fim, prossegui até a maior tenda do local e escutei uma conversa curiosa.

- SSSério? Tem certeza que funcionará contra estes orelhudos invisíveis?

- Com certeza. Eles não saberão oque os atingiu. Além de que Yamate ficará satisfeito.

Essa última voz parecia uma faca raspando em pedra de amolar. Eu olhei por uma fresta e vi um ser com chifres, terno risca de giz branco e chapéu fedora também branco. Suas garras apertaram as mãos palmadas do lagarto, que tinha roupas melhores que os soldados, muito possivelmente o rei deles. O rosto do demônio tinha uma barbicha de vilão, além de se parecer com o Michel Jackson. Oque era aquilo? Musan Jackson demoníaco, por acaso?

Mas logo ele abriu um portal e saiu. Do lado do lagarto havia muitas espadas, machados e balestras, além de mais munição das catapultas.

- Esse maldito do Olorum. Porque ele... Bem não importa, logo essa guerra vai acabar e talvez eu volte a fazer parte dos demônios.

Entrei calmamente pelas laterais e enfiei a foice que eu tinha nas costas dele.

- Á não, você não vai.

Arranquei a lâmina e o rei dos lagartos parecia ainda vivo.

- Como... os inimigos... chegaram... aqui?

- Porque eu sou alguém que não preciso de você vivo.

Ele caiu no chão sem falar mais nada. Seus olhos reviraram e sua cauda ficou caída.

Saí da tenda e queimei tudo com Black Fire. Enquanto o exército não sabia oque fazer, decidi dar um enterro para eles de última hora. O terremoto que provoquei pode ter deixado uma rachadura no pântano, e duvido que os sobreviventes dos homens lagartos vão querer vingar seu rei tão cedo.

Me torno o rei rôbo em outro mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora