Capítulo LXV

6 2 0
                                    

Parecia uma eternidade, mas chegamos. As muralhas da teocracia brilhavam ao longe, como se fossem feitas de metal. Seu portão dourado e grande, era realmente impressionante. Não sei se era resistente mas era imponente. O castelo dos padres sacerdotes ficava no centro, sendo mais parecido com uma masmorra a céu aberto. Quatro grandes esferas azuis ficavam nos cantos da muralha, como joias poderosas elementais de proteção.

Quanto aos humanos, eles pareciam estar preparando tudo para nos enfrentar. Anjos invocados, serafins e outras invocações estava do lado de fora da muralha, para protegê-la. Alguns soldados já estava do lado de fora esperando por nós, armas e cajados em punhos. Paramos no ar, preparando nossas defesas para a próxima batalha.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Padre Scarfus estava muito pensativo em seu quarto. Ele imaginava que aqueles seres apenas durariam até as ruínas do deserto mas não. Eles não somente derrotaram todos os soldados e invocações como concluíram uma invocação com sucesso. Alguns padres dizia que era um rei demônio e outros um deus malicioso. Falar isso talvez era para por os seres como inimigos mas Scarfus não tinha certeza, já que muita das coisas que eram informações nem mesmo eram precisas e muitas informações chegavam a ser somente rumores.

A ideia principal da fundação da teocracia era a união de todos os humanos contra todas as outras raças e monstros do mundo. Porém a primeira nação a cair foi Babinar, depois Normen e Falburgor. Agora era a vez da teocracia, o padre sabia disso. Mas algo não se encaixava. Se a deusa estava entre eles, como o sumo sacerdote havia mostrado para eles, como ela deixaria tal ser como o Rei Negro, o destruidor, nêmesis da raça humana, vivo? Para isso, algo deveria impedir ela de atacar diretamente o Rei. Algo grande, como...

- Um outro deus...

Esse era um pensamento que Scarfus logo deixou sumir no ar. Claro que ele era devoto de Ningena, e não suspeitava do sumo sacerdote. Mas a simples existência de outros deuses explicava muita coisa. Como a teocracia perdeu a guerra contra os elfos. Como a teocracia não conseguiu controlar por completo o herói. E principalmente como a teocracia não teve nenhuma previsão da deusa através da xamã da vinda do Rei.

Apesar de querer pensar um pouco mais, um soldado entrou correndo no recinto.

- Padre, está oucupado.

- Não, estava simplesmente pensado. Aconteceu algo?

- Aqueles seres já estão aqui!

Scarfus fechou seus olhos e respirou fundo. Afastou os pensamentos e focou na mensagem.

- Estou indo conferir agora mesmo. Avise o sumo sacerdote. Diga que o Padre das Chamas já está na frente de combate.

- Sim, senhor.

O soldado saiu correndo até os aposentos do sumo sacerdote. Scarfus seguiu em direção da muralha.

"Talvez esta seja a última batalha que terei." Não era somente Scarfus que sentia isso no ar, mais parecia uma reação coletiva. Muitos soldados estavam ansiosos, respirando pesado e estando mais enérgicos que o normal. A divisão comandada por Scarfus o seguiu até o portão dourado. Subiram as muralhas e chegaram no topo dela. Lá de cima, o padre viu o porque daquela raça ser tão poderosa e temida.

Um castelo voador. Algo improvável até para aquele mundo, indo em direção deles. Vários magos convocavam os anjos e outros seres invocados para ajudar na proteção. Pela primeira vez na vida, Scarfus pegou o pingente com o símbolo da teocracia e beijou o pingente, falando em voz baixa.

- Ningena, tende piedade de nós.

Depois, escutaram um barulho estranho vindo do castelo. Uma luz roxa varreu o lugar, uma luz estranha feita em padrões quadriculares. Não machucou ninguém, alguns debochando o movimento. Scarfus, no entanto, sabia que havia algo a mais.

Uma sensação de gelo percorreu sua espinha e ele viu os seres metálicos descendo do castelo. Todos iguais. Porém apenas 5 deles se destacavam no meio deles e junto deles...  criaturas estranhas, maiores que muitas invocações existentes. Uma delas era um felino branco como a neve, o outro uma ave feita de fogo, outra de gelo, uma cavalo que parecia ter chifres de gelo e por fim descendo do castelo e esticando suas assas grandemente havia um dragão completamente negro, sus olhos vermelhos como sangue.

O dragão urrou e Scarfus entendeu o porque da sensação anterior. Não é que parecia que ele iria morrer. Era porque Scarfus já estava para morrer. 

Me torno o rei rôbo em outro mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora