Capítulo XXXVI

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Uma grande forma surgiu diante de Asura. Era uma humana com uma capa na cabeça, um véu de renda preto, assim como as roupas. Outrora bonitas, pareciam desgastadas pelo tempo e com muitas manchas.

- Merlin... Merlin... Como pode me trair? Volte a si, deixe de ser dominado por tal criatura.

Ela estendeu os braços e tocou no rosto metálico de Asura. Por um instante, ele voltou a ser Merlin, com as mãos enrugadas, veias saltadas e com unhas ainda a cortar. Ele começou a tremê-las, pois não era como ele. Algo como uma luz o cercou, Porém ele agarrou forte a mão dela. Era fria como um gelo.

- Saia da minha cabeça, maldita. Eu nem mesmo a conheço.

A imagem começou a desaparecer após isso e a mulher estava com a voz trêmula e enraivecida.

- Não... não, não não!! VOCÊ SIMPLESMENTE NÃO PODE FAZER ISSO MERLIN!! EU LHE ENTREGUI TUDO OQUE QUERIA!!

As mãos de Asura voltaram a ser metálicas e ele se acalmou. A imagem se dissipou e a luz cegou ele. Depois ele se lembrou de onde estava: cuidando de Energy e analisando o comportamento dos nanos. Ele criou aquilo depois de inspecionar algumas formas possíveis de criar robôs menores e menos perceptíveis. Mas teve uma surpresa após descobrir que talvez elas pudessem ser utilizadas para melhor e curar mais eficientemente o exército.

Depois de se levantar, viu que Energy estava se revirando na cama. Ele chegou mais perto para escutá-la.

- Rei... Negro... Venha...

Aquilo deu uma visão muito perturbadora dos dois para Asura, então ele simplesmente a acordou.

- Oque? O... oque houve?

- Você adormeceu depois de usar muita mana. Isso não seria possível pra nós mas você estava usando círculos e invocou todos os tipos de espíritos possíveis. Na próxima vez, não exagere. Não sabemos quando teremos que te trazer para cá.

- Eu sei. Mas estou me sentindo diferente. Como se algo tivesse mudado dento de mim.

- Se sente muito estranha? Ou talvez algo dentro de ti?

Ela sorriu.

- Não. Estou bem. Irei até o rei, se não se importa.

- Eu estou aqui.

O Rei Negro apareceu diante deles. Asura se ajoelhou automaticamente e Energy pulou da cama de ferro.

- Meu Rei!! Que susto.

Ele acenou para Asura se levantar. Depois virou-se para ela.

- Vim ver como estava. Atualizando: o herói está em Falburgor, então Normen está desprotegida. Tomem nota disso e venham. Vamos nos preparar para descer.

- SIM, SENHOR!

- SIM, SENHOR!

Depois da saída dele. Asura voltou a pensar na mulher que apareceu. Com certeza era alguém muito poderoso. Nem mesmo demônios teriam aquela capacidade de comunicação através de pensamentos, fora que ele nunca mais sentiu sono depois de virar um robô. Energy desmaiou por consumo de mana excessiva, então essa situação não se incluía. "Alguém com poderes hipnóticos e capaz de materializar-se em meio a um sonho? Realmente essa pessoa existe?" pensou  "Mas isso não importa. Eu agora tenho algo que sempre busquei: imortalidade. Ninguém pode mais me parar." o fechar das mãos foi forte a ponte de balançar as armas das costas.

- Vamos ver que vai ser vitorioso: eu ou você, mulher.

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Após todos os cansaços, Haliber estava pronto para descansar em Normen. Sua viagem para inspecionar a Teocracia, a Federação e outros estados livres tinha a fachada de venda de importações únicas e especiarias. Mal sabia da crueldade que veria.

Perto da estrada principal, há cerca de um quilômetro de Normen, existe um local de parada para caravanas, uma política adotada para não ter a péssima surpresa de receber doenças e pessoas ilegais como criminosos. De lá, já era possível enxergar o fosso principal da cidade e a luxuosa fortaleza de 1000 anos.

Um dos guardas do local, que tinha afinidade com Haliber se aproximou calmamente.

- Segundo tradições familiares, aquela fortaleza pode aguentar o impacto de um olympus e sair vivo.

- Já escutei essa estória antes mas ainda estou cético. Aliás, quanto mais me contam sobre, menos acredito.

Olympus... um categoria exclusiva de dragões que se especializam em um único elemento, não podendo manipular outro. Existem doze de cada, sendo o Olympus ThunderDragon o mais forte deles, capaz de convocar relâmpagos que apagam pequenas vilas rapidamente ou destroem por completo muralhas inteiras. Haliber já tinha visto um antes, por isso se sentia privilegiado de sair vivo de uma incursão daquela criatura.

O sol começa a perder o foca, o crepúsculo a tomar conta de tudo, as luzas se acendendo. Apenas mais um dia comum na cidade. 

Até o aparecimento do castelo voador.

A noite um dos guardas gritou a todos os pulmões.

- UM CASTELO! UM CASTELO VOANDO NA DIREÇÃO DE NORMEN!!

Haliber levantou-se rapidamente e correu para a porta. Os soldados se reuniam para ver um enorme castelo feito de ferro para um cima da fortaleza. E então pequenas coisas saíram de lá. Pareciam... golens. E começou uma gritaria, explosões ecoavam, pessoas voavam pelos ares, soldados eram jogados como pedaços de pano velho. Ouviram-se uivos de lobisomens e gritos de guerra. Nenhum soldado dali se moveu para ir até lá.

E a enorme fortaleza, que tanto se dizia aguentar um olympus, sucumbiu...

Após isso, o sol nasceu. Um amanhecer belo, em contraste com as coisas no chão. Depois de o castelo simplesmente sair sem fazer mais nada, os soldados e Haliber foram até a cidade, sem acreditarem que ela estava lá, na noite anterior. Uma cena de massacre. e uma mensagem grava em uma placa de metal:

"Desistam de viver ou eu os farei desistir de sonhar."

Me torno o rei rôbo em outro mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora