Capítulo 29

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A Lu me chamou pra jantar na casa dela. Eu gosto disso porque a vó dela é muito simpática e bem engraçada.

- Oi Lucas! - Ela chegou mais perto e me beijou.

- Tudo bem? - Perguntei sorrindo e me afastei.

- Sim! - Ela sorriu sem mostrar os dentes. - O que é isso? - Percebeu que eu tinha algo atrás de mim.

- É pra...

- Oi meu filho! Tudo bem?

- Oi dona Elisa! Tudo, e a senhora?

- Tudo graças á Deus, e o que é isso ai?

- São flores! - As segurei em minha frente.

- Devem ser pra mim né? Obrigada! - Dona Elisa sorriu.

- Na verdade eram para a...

- Gosto quando as mais velhas não são esquecidas. - Ela pegou as flores e caminhou até a mesinha de centro, e as colocou dentro de um vaso ali.

- Desculpa por isso. - Lu riu fraco.

- Tudo bem. - Disse sorrindo.

Nós jantamos e como o esperado, eu e a Lu rimos bastante por conta da sua vó.

Ela entrou para o quarto.

- As vezes eu me pergunto se sou mesmo neta dela. - Luana disse.

- Vocês são muito diferentes.

- Pois é. Ela diz tudo o que pensa, vive saindo... As vezes eu acho que eu sou a ve... a com mais idade por aqui. - Ela disse e eu ri.

Lembrei do que aconteceu ontem, no bar.

- Você lembra de ontem á noite? - Perguntei.

- Sim, por quê?

- Lembra do que disse pra mim antes de se despedir?

- Faz a pergunta que fez a vinte segundos atras de novo.

- Tá bom. - Estranhei. - Você lembra de ontem á noite?

- Não. - Ela disse me fazendo rir.

- Tá legal, já entendi.

- Mas agora te respondendo sério, por que a pergunta?

- Sei lá. Você tava bêbada... Ah, esquece esse assunto.

Ela ia dizer algo, até que as luzes se apagaram.

- Vixe... - Levantei e fui até a janela. - Não foi só aqui não. - Disse observando.

- Eu vou pegar umas velas aqui. - Ela levantou e ligou a lanterna do celular, então foi até a cozinha e sem demoras voltou.

- Quer ajuda?

- Quero. - Ela respondeu e me deu uma das velas que segurava.

Colocamos duas emcima da mesa, uma na mesinha de centro e a outra num criado mudo que tinha no corredor.

- Pelo menos a caixinha de som já está carregada. - Ela disse e outra música começou a tocar.

- Essa música me lembra você.

- Sabe essa?

- Já ouvi umas duas vezes.

- Você que é um velho Lucas!

- Eu? Um velho? Essa música que é de velho.

- Você prefere ser convidado a se retirar da minha humilde casa ou ser convidado á uma humilde dança?

- Humilde dança.

- Ótimo! - Ela estendeu sua mão para mim.

- Espera. A gente vai dançar mesmo?

- Sim ué. - Ela riu fraco.

- Eu não vou dançar Lu.

- Vai sim! Tá chegando a minha parte favorita ó. - Ela me puxou pro meio da sala e me fez dançar como se estivessemos num baile de um dos filmes de princesa que ela me fez assistir.

Ela cantava a música baixinho, e eu só conseguia prestar atenção na letra, apesar de ser melosa, ela cantava olhando pra mim.

Me esforcei pra não perder a postura.

- Música de gente apaixonada. - Disse sentando no sofá.

- Então é a sua música. - Ela riu.

- A sua não?

- Talvez. Tem um cara me pertubando ai, ele traz flores pra minha vó, janta na minha casa a luz das velas porque eu moro em bairro de pobre...

- Mas ele deve ser um gato e gostoso não deve?

- Ele é meio burrinho, mas sim.

- Nossa, coitado.

- Mentira, ele é perfeito. Eu amo ele igual disse quando tava bêbada.  - Ela sentou no sofá ao meu lado.

- Por quê?

- Muitas coisas, mas a principal é porque ele assistiu o meu filme favorito comigo, a princesa e o sapo. E ele não tirou sarro quando eu chorei no final do filme.

- Mas eu não fiz nada demais. - Disse rindo.

- Então eu que nunca recebi esse nada demais. Pra mim é a primeira vez que sou tratada dessa forma por um cara.

Eu levantei do sofá e me aproximei, até lhe beijar.

As luzes voltaram, e eu me afastei.

- Graças a Deus! - Ela disse como a vó dela.

- Você é muito pobre. - Disse brincando.

- Verdade.

- Mentira, você não é pobre.

- Você moraria no meu bairro de pobre, comendo miojo todos os dias - Ela se afastou e fez uma pose. - Por mim?

- Você fala as coisas mais aleatórias que eu já ouvi. - Eu disse rindo.

- Sim ou não?

- Sim. - Disse ainda rindo.

- Que bom. - Ela se aproximou e me beijou novamente.

- Eu tô de olho em vocês dois viu! - Ouvi a voz da dona Elisa e me afastei.

- Vó, a novela tá passando né? Se concentra ai por dois minutinhos. - Lu disse.

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Sunset - (T3ddy)Onde histórias criam vida. Descubra agora