~Lucas- Ela tá vindo. - Fernanda disse.
- Cala a boca todo mundo, se não quiser levar uma dedada. - Manuela disse e o Eduardo começou a rir, mas se engasgou por estar comendo biscoito na hora.
- Não! - Fernanda disse dando tapas em sua costa, para ajudar.
Vendo o caos, eu corri até a cozinha e peguei um copo d'água. Entreguei para o Eduardo e quando ele finalmente parou de tossir, a Luana entrou pela porta com o Vini.
- É impressão minha ou um gato se engasgou com alguma bola de pelo oor aqui? - Ela perguntou. Estava com uma venda nos olhos.
A Manuela tapou a minha boca com uma mão. Agradeço pois eu realmente ia rir. Com a outra mão tapou a própria boca.
- Vini? Fernanda? Eduardo? Eu tô sozinha aqui? - Ela perguntou.
O Vinicius voltou a lhe guiar até o sofá, de frente ao bolo que estava na mesinha de centro.
- Vem cá. - Disse no ouvido da Manu, então sem fazer barulho, caminhamos até atrás do sofá onde a Lu estava sentada.
O Eduardo desligou as luzes, assim apenas a luz das velas do bolo iluminavam a sala.
- Eu tô achando que você realmente vai me assassinar, Vinicius. Me responde! - Ela disse. - Se você não me responder, eu tiro essa venda e te dou um chute nos ovos. - Ela disse e eu tapei minha boca com as mãos mais uma vez.
- Posso tirar essa faixa?
- Pode. - O Vinícius disse.
Eu coloquei devagar a caixa de presente em seu colo.
- O que é isso? - Questionou baixinho a si mesma enquanto desamarrava a faixa.
Vimos a Fernanda contando até três em seus dedos, e quando chegou no três, na mesma hora que a Lu tirou a faixa por completo, gritamos "surpresa!"
- Meu Deus! - Ela disse rindo.
- Feliz aniversário, Lu! - Eu e Manuela dissemos abraçando ela de lado, no sofá.
- Eu não te matei, viu. - Disse o Vini.
- Agradeço. - Ela riu.
Acabo de parar para pensar, e a Manuela consegue ficar confortável aqui. Ela está na mesma sala onde um cara que ela teve um encontro há menos de um mês, e também na mesma sala onde o seu ex está (até eu, mas minha validade do cargo "ex" já passou).
- Gostou? - Eduardo perguntou sentando em frente a mesinha de centro, assim como a Fernanda.
- Muito! - Ela disse animada.
- Abre o presente! - Manu. - Eu e o Lucas que compramos, mas sendo honesta, quem teve a ideia foi o Lucas.
Ela abriu o presente. Cada um deu um pouco aqui. O Vinícius trouxe a Luana e distraiu ela por um tempo, a Manu teve a ideia assim como comprou o presente comigo, o Eduardo e a Fernanda fizeram as comidas.
- Eu amei! - Ela disse assim que abriu a caixa.
- Agora você não tem mais desculpas para não voltar a pintar. - Disse olhando para ela.
- Pois é. E eu parei para pensar que você já desenhou todo mundo, menos eu. - Manuela disse.
Assim que a Manu disse, cada pessoa naquela sala disse a mesma coisa. Eu não pude dizer pois não era verdade.
- Nem eu.
- Nem eu.
- Nem eu.
- Parece que a gente já sabe quem é o favorito né. - Eduardo disse me olhando.
- Faz tempo, não conta mais. - Eu disse.
- Tá. Eu desenho cada um de vocês, e o Lucas mais uma vez. - Lu disse.
(...)
Ficamos bastante tempo conversando, comendo e bebendo. Foi tipo uma noite de jogos. Descobrimos que o Eduardo é obcecado por jogos de tabuleiro.- Vem cá. - Luana disse, então aproveitamos que os seus irmãos, Manuela e Vini estavam conc7entrados demais no jogo para perceber a nossa ausência. Fomos até a cozinha.
- Obrigada, de novo. - Ela disse.
- Não precisa agradecer, Lu. Todo mundo aqui gosta de você.
- É... eu acho que sei disso. - Ela riu fraco. - E eu não acredito que tenha sido a Manuela e que escolheu isso. - Ela olhou para a pulseira em seu braço.
- Não, não foi. - disse rindo.
Ficamos nos olhando durante alguns segundos.
- Ah... eu já te disse que você fica muito lindo de óculos?
- Já, mas faz dois anos. - Ri fraco. - E eu já te disse que você fica muito linda nessa cor?
- Já, mas faz dois anos. - Ela sorriu.
O sorriso!
Nos aproximamos, mas antes que nos beijassemos, desviei de seu rosto, então apenas nos abraçamos. Conseguia sentir o seu perfume, e sentia também a sua respiração no meu pescoço. Enquanto eu sentia o abraço mais quente e apertado a cada segundo, a sua respiração, seu perfume, a música que vinha da sala. Estamos sozinhos aqui, mas alguém pode chegar a qualquer momento. Eu não quero beijar ela. Quer dizer, quero, mas... é melhor não.
Eu me afastei, soltei meus braços de sua volta e ela soltou os seus.
- Bom, não é sempre que você passa a noite jogando jogos de tabuleiro no dia dos seus 22 anos. Vamos voltar. - Ela sorriu fraco e caminhou até o corredor da cozinha.
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Sunset - (T3ddy)
FanfictionMe apaixonar pela amiga da minha ex foi umas das melhores coisas que já me aconteceram. (17/10/2022)