Capítulo 54

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~Lucas

- Ela tá vindo. - Fernanda disse.

- Cala a boca todo mundo, se não quiser levar uma dedada. - Manuela disse e o Eduardo começou a rir, mas se engasgou por estar comendo biscoito na hora.

- Não! - Fernanda disse dando tapas em sua costa, para ajudar.

Vendo o caos, eu corri até a cozinha e peguei um copo d'água. Entreguei para o Eduardo e quando ele finalmente parou de tossir, a Luana entrou pela porta com o Vini.

- É impressão minha ou um gato se engasgou com alguma bola de pelo oor aqui? - Ela perguntou. Estava com uma venda nos olhos.

A Manuela tapou a minha boca com uma mão. Agradeço pois eu realmente ia rir. Com a outra mão tapou a própria boca.

- Vini? Fernanda? Eduardo? Eu tô sozinha aqui? - Ela perguntou.

O Vinicius voltou a lhe guiar até o sofá, de frente ao bolo que estava na mesinha de centro.

- Vem cá. - Disse no ouvido da Manu, então sem fazer barulho, caminhamos até atrás do sofá onde a Lu estava sentada.

O Eduardo desligou as luzes, assim apenas a luz das velas do bolo iluminavam a sala.

- Eu tô achando que você realmente vai me assassinar, Vinicius. Me responde! - Ela disse. - Se você não me responder, eu tiro essa venda e te dou um chute nos ovos. - Ela disse e eu tapei minha boca com as mãos mais uma vez.

- Posso tirar essa faixa?

- Pode. - O Vinícius disse.

Eu coloquei devagar a caixa de presente em seu colo.

- O que é isso? - Questionou baixinho a si mesma enquanto desamarrava a faixa.

Vimos a Fernanda contando até três em seus dedos, e quando chegou no três, na mesma hora que a Lu tirou a faixa por completo, gritamos "surpresa!"

- Meu Deus! - Ela disse rindo.

- Feliz aniversário, Lu! - Eu e Manuela dissemos abraçando ela de lado, no sofá.

- Eu não te matei, viu. - Disse o Vini.

- Agradeço. - Ela riu.

Acabo de parar para pensar, e a Manuela consegue ficar confortável aqui. Ela está na mesma sala onde um cara que ela teve um encontro há menos de um mês, e também na mesma sala onde o seu ex está (até eu, mas minha validade do cargo "ex" já passou).

- Gostou? - Eduardo perguntou sentando em frente a mesinha de centro, assim como a Fernanda.

- Muito! - Ela disse animada.

- Abre o presente! - Manu. - Eu e o Lucas que compramos, mas sendo honesta, quem teve a ideia foi o Lucas.

Ela abriu o presente. Cada um deu um pouco aqui. O Vinícius trouxe a Luana e distraiu ela por um tempo, a Manu teve a ideia assim como comprou o presente comigo, o Eduardo e a Fernanda fizeram as comidas.

- Eu amei! - Ela disse assim que abriu a caixa.

- Agora você não tem mais desculpas para não voltar a pintar. - Disse olhando para ela.

- Pois é. E eu parei para pensar que você já desenhou todo mundo, menos eu. - Manuela disse.

Assim que a Manu disse, cada pessoa naquela sala disse a mesma coisa. Eu não pude dizer pois não era verdade.

- Nem eu.

- Nem eu.

- Nem eu.

- Parece que a gente já sabe quem é o favorito né. - Eduardo disse me olhando.

- Faz tempo, não conta mais. - Eu disse.

- Tá. Eu desenho cada um de vocês, e o Lucas mais uma vez. - Lu disse.

(...)


Ficamos bastante tempo conversando, comendo e bebendo. Foi tipo uma noite de jogos. Descobrimos que o Eduardo é obcecado por jogos de tabuleiro.

- Vem cá. - Luana disse, então aproveitamos que os seus irmãos, Manuela e Vini estavam conc7entrados demais no jogo para perceber a nossa ausência. Fomos até a cozinha.

- Obrigada, de novo. - Ela disse.

- Não precisa agradecer, Lu. Todo mundo aqui gosta de você.

- É... eu acho que sei disso. - Ela riu fraco. - E eu não acredito que tenha sido a Manuela e que escolheu isso. - Ela olhou para a pulseira em seu braço.

- Não, não foi. - disse rindo.

Ficamos nos olhando durante alguns segundos.

- Ah... eu já te disse que você fica muito lindo de óculos?

- Já, mas faz dois anos. - Ri fraco. - E eu já te disse que você fica muito linda nessa cor?

- Já, mas faz dois anos. - Ela sorriu.

O sorriso!

Nos aproximamos, mas antes que nos beijassemos, desviei de seu rosto, então apenas nos abraçamos. Conseguia sentir o seu perfume, e sentia também a sua respiração no meu pescoço. Enquanto eu sentia o abraço mais quente e apertado a cada segundo, a sua respiração, seu perfume, a música que vinha da sala. Estamos sozinhos aqui, mas alguém pode chegar a qualquer momento. Eu não quero beijar ela. Quer dizer, quero, mas... é melhor não.

Eu me afastei, soltei meus braços de sua volta e ela soltou os seus.

- Bom, não é sempre que você passa a noite jogando jogos de tabuleiro no dia dos seus 22 anos. Vamos voltar. - Ela sorriu fraco e caminhou até o corredor da cozinha.

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Sunset - (T3ddy)Onde histórias criam vida. Descubra agora