Sunset - (T3ddy)

Capítulo 47

Mais um dia no evento. Mesmo no meio de tanta gente, senti uma mão no meu ombro. Virei para a pessoa e eu não a conhecia.

- Você é o Olioti, não é? - ela perguntou.

Ninguém me chama de Olioti.

- Sim. - Respondi tentando lembrar dela, lembrar se já a conhecia, mas não.

Tinha o cabelo longo e escuro, maquiagem, vestido que já vi umas 30 meninas usando por aqui, meia calça preta e bota.

- Eu ouvi algumas pessoas falarem de você por aqui e fiquei curiosa. Ah, nem me apresentei. Meu nome é Victória. - Ela disse num sorriso malicioso, olhando bem dentro dos meus olhos.

Que abordagem mais... tentativa de sedução talvez?

- Ah, ta... Você já deve saber mas... eu sou o Lucas, mas costumam a me chamar de T3ddy.

- Mas eai, faz muito tempo que você está por aqui?

- Faz umas horas. E você?

- Também. - Ela pensou um pouco. - Você é bem conhecido, né?

- Digamos que... um pouco. - Respondi.

- E você tem namorada? - Ela perguntou se aproximando.

- Não. - Respondi olhando bem em seus olhos.

Ela passou seus braços em volta do meu pescoço, se aproximando cada vez mais.

Ué, mas aqui? No meio de todo mundo?

Meu cabelo... - Ela disse com um tom de raiva se afastando de mim.

- Me desculpa. - A Luana pediu com um copo vazio na mão.

O cabelo da Victória estava todo sujo por trás, sujo da bebida do copo da Luana.

Por que ela fez isso?!

[Victoria] - O que. Você. Fez?

[Luana] - Me desculpa, é sério. - ela pediu, mas parecia querer rir.

[Victoria] - Você fez de propósito não foi? - perguntou se aproximando da Luana.

[Luana] - Não, foi sem querer. Eu esbarrei em você. - ela respondeu.

[Victoria] - Você tem noção do quanto custa o... - Ela foi interrompida.

[Luana] - O seu cabelo falso que comprou com o dinheiro que você roubou? Não faço ideia.

Que isso gente?!

[Victoria] - Como é que é?! - Ela perguntou sem acreditar.

[Luana] - Cê vai devolver o que pegou ou se fazer de desentendida?

[Victoria] - Devolve o que menina?

[Luana] - Me dá isso aqui. - Ela puxou algo da mão da Victória.

Era uma corrente. A minha corrente!

Passei as mãos pelo meu pescoço e não senti a correntinha. A garota realmente tentou me roubar. Ele deve ter tirado a corrente quando passou as mãos pelo meu pescoço.

Agora eu me pergunto: eu que sou lerdo demais ou ela que é esperta demais?

- Toma cuidado.

Eu olhei para o lado e não vi a tal Victoria.

- Caraca, obrigado! - Agradeci meio constrangido.

- Não precisa agradecer. - Ela respondeu sem me olhar.

- Lu! Eu tava te procurando! - Sua irmã chegou e lhe puxou pelo braço, mas parou ao me ver ali. - A-ah. Oi Lucas! - Ela disse e eu acenei com um sorriso fraco.

- Fer? Tô bem aqui! - Luana disse.

- Não era nada irmã. Continua ai com o Lucas que eu... eu vou lá com o Eduardo... Tchau! - Ela disse e rápido saiu de nossas vistas.

- Ah, você... eu vou pra outro canto. - Eu disse, mas a Lu me puxou pelo braço.

- Essa música é legal!

- Sim! eu também gosto. - Respondi.

Enquanto todos pulavam ao nosso redor, nos olhavamos ali no meio, nos mexendo de acordo com a batida da música, mas de uma forma em que nossos olhos não se desconectavam.

Ah merda! Eu não queria me aproximar mas...

Eu nunca a vi com esse olhar. Tão chamativo, mas ao mesmo tempo, discreto. Só consigo perceber o tanto que seu olhar me chama quando me concentro, quando olho no fundo de seus olhos.

A forma como ela se aproximava a cada segundo fazia meu corpo reagir.

Chegamos tão proximos um do outro, nossos lábios tinham apenas alguns poucos centímetros de distância. Foi como se tudo e todos ao nosso redor não existissem mais, apenas a música que fazia tudo ter um clima melhor.

Mas é melhor parar por aqui.

- Não, você está meio bêbada... não dá. - Disse me afastando.

- Mas eu não tô fazendo nada. - Ela disse me puxando pra perto novamente.

- Luana... - A repreendi.

- Que foi?

- É sério. Para. - Disse lhe afastando.

- Eu não tô fazendo nada demais. - Ela deu de ombros mexeu no cabelo.

- Bem melhor assim. - me referi a nossa distância.

Que saudades de quando eu só precisava resistir a não meter um tapa na cara do moleque que ficava me jogando bolinha de papel na sala de aula.