Capitulo 48

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Agora fazem alguns dias desde que voltei para casa. Ouvindo o interfone do meu apartamento tocar, atendi.

O porteiro disse "Uma moça loirinha quer subir, disse que se chama Luana."

Um sorriso se abriu em meu rosto ao ouvir a frase, mas mudei minha expressão facial rapidamente ao perceber. Não deveria estar tão feliz por isso!

Eu disse ao porteiro que ela poderia subir. Vi algumas roupas jogadas no sofá e rápido as peguei, guardei na minha gaveta do quarto. Depois percebi a bagunça na mesa. Desde quando sou tão bagunceiro?!

Mauro e Christian estavam aqui hoje mais cedo, posso dizer que a culpa não é só minha agora!

Amassei a caixa de pizza até caber no lixeiro da cozinha. Como consegui transformar uma caixa gigante em uma bola pequena? Nem eu sei. Peguei os copos de cima da mesa e coloquei na pia.

Vendo a sala de um ângulo em que enxergava tudo, dei um surpiro ao ver que estava tudo em ordem. São esses os momentos em que agradeço por não ter um apartamento tão grande.

Assim que me sentei no sofá, ouvi a campainha tocar. Levantei do móvel e abri a porta, revelando quem eu esperava ali.

- O-oi Lucas! - Ela deu um sorriso fraco.

- Oi Lu... - Pensei um pouco. - Luana. - Corriji. - Pode entrar. - Sai da frente da porta, lhe dando espaço para entrar.

Tranquei a porta novamente e sentamos no sofá, enquanto eu esperava ela dizer o porquê de sua visita repentina. Faz mais de uma semana que não vi ela, não troquei mensagens ou algo do tipo.

- Está tudo bem? - Ela questionou.

- Sim. E você?

- Também. - Ela respondeu olhando para baixo.

Estava sentada no sofá um pouco afastada de mim. De frente para a tv, com a postura reta, pernas juntas e mãos nos joelhos. Não parece estar muito a vontade.

- Quer beber alguma coisa, ou comer? Sei lá. - Ofereci.

- Não, eu estou bem. -

Seu desconforto é visível e compreensivel. Nós estamos há um minuto parados, no sofá da sala, sem ao menos nos olhar enqunto não há assunto algum entre nós.

- Ah, ok.

Ficamos mais alguns segundos ali, sem trocar uma palavra. Totalmente incomodado com o silêncio, resolvi falar a primeira coisa que pensei.

- Você sabia que... - Dissemos ao mesmo tempo, e ela finalmente olhou para mim quando falou.

- Desculpa, pode falar primeiro. - Ela disse voltando a olhar para suas mãos.

- Não, pode falar.

- Não, você pode, a casa é sua. - Ela disse, o que não vi muito sentido em sua frase.

- Mas você é a visita. Pode falar.

- Ah tá. É... - Ela pensou. - A gente pode fazer algo legal não é?

- Ah, sim, claro! - Concordei.

Ela veio até aqui só para fazer algo legal comigo? Que bonitinho.

- Você ainda tem aqueles jogos? - Ela questionou, e no mesmo momento uma memória foi desbloqueada em minha cabeça.

Foi depois que voltamos da viajem na casa de seus pais, ou sua avó. Enfim, eu entrei no lago com ela, mas só se ela aceitasse jogar video game comigo, lembram? Então ela jogou comigo e gostou, principalmente depois de ter ganhado de mim (eu que deixei ela ganhar, mas isso é apenas um detalhe).

Começamos a jogar, e ficamos mais a vontade, conversando. Talvez ela só entivesse entediada e resolveu vir aqui. Sua visita não teve algum motivo específico.

- Lembra da ultima noite que a gente se viu? - Ela questionou enquanto jogava.

No momento, senti que o clima legal por ali seria estragado. Aquela noite foi muito legal, mas eu dei meio que um fora nela (apesar de que lá no fundo, eu não queria isso).

- Lembro. - Respondi.

- Que bom, porque eu não. - Ela disse me trazendo, talvez, um alívio.

- Não mesmo? - Sorri.

- Não. Quantas merdas eu fiz?

- Ah... você tentou beijar um famoso. - Não menti, só omiti.

- COMO? - Ela gritou. - Eu não deveria ter feito isso! Que famoso?

- Brincadeira. Você só... só ficou bêbada mas não fez nada demais. Nem arrumou uma briga com a Manuela - pensei um pouco. - Na verdade... você quase arrumou uma briga com uma menina, mas porque ela tentou me roubar. Você só evitou isso.

Ela me olhou boquiaberta.

- Me senti até importante.

Sim, dessa vez eu menti, mas talvez seja melhor assim. Bem melhor assim. Sei que um clima desconfortável vai estar entre nós se eu dizer que ela realmente tentou beijar um famoso, e que o nome dele é Lucas Olioti.

- Eu desisto de tentar ganhar de você. - Ela disse largando o controle.

- Não! Vamos mais uma partida. Juro que pego leve dessa vez. - Disse e ela pegou o controle novamente, mas com um sorriso fraco no rosto.

Sunset - (T3ddy)Onde histórias criam vida. Descubra agora