Capítulo 53

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~Luana

- Vinicius, eu necessito de ir para a minha casa. - Disse vendo ele dirigir no caminho contrário de onde eu moro.

- O que você vai fazer lá?

- Tomar banho, ligar o arcondicionado do meu quarto, desligar a luz, deitar na minha cama e assistir série enquanto tomo o açaí que vou pedir online.

- Hoje a gente pode fazer isso na minha casa. É seu aniversario, não pode passar o dia sozinha.

- Eu tô com você agora, não tô?

- Sim, mas faz só 10 minutos depois de ter passado 8 horas no escritório desde que acordou.

- Ninguém merece trabalhar no sábado. E eu não fiquei sozinha, eu divido a sala com a Carla. - Falei lembrando do dia em que ela jogou café no meu computador, o que eu tive que pagar porque pensaram que tinha sido eu.

- A que mentiu dizendo para o seu chefe que você tinha um caso com o cara que serve café?

- Foi só uma brincadeira dela. - Tentei amenizar a situação. - E por que você tem que dirigir no meu carro?!

- Porque você vai dirigir até a sua casa.

- Você disse que a gente ia para a sua casa, por que está indo a caminho da casa dos meus irmãos? - Mudei o assunto.

- Porque eu... eu quero falar com a sua irmã antes.

- Sobre o que e por que? - Perguntei achando estranho.

- Porque... porque... porque eu estou tendo um caso com ela. - Ele disse rápido.

- Com a minha irmã?! - Gritei. - Me leva pra casa Vinicius.

- É rapidinho!

Eu abri a janela do carro e coloquei minha cabeça para fora da janela.

- Socorro! Alguém me salva! Socorro! - Gritei.

- Cala a boca. Sua doida! - Ela me puxou para o banco do carro novamente.

- Se você não me levar para casa, eu te tranco num banheiro com uma das suas ex.

- Uma delas? Eu só tenho uma!

- Pois é, ninguém mandou ser cu doce. Te tranco no quarto da Manuela junto com ela.

- Se você não fechar a matraca, eu realmente vou ter um caso com a sua irmã.

- Tá bom. - Disse por fim, e fiquei em silêncio o caminho inteiro.

Eu contei para o Vini tudo o que aconteceu desde que vi o Lucas depois de tanto tempo. Ele não falou com os dois, mas parecia bem pensativo sobre o assunto. Eu sei que ele sente falta da Manuela. O Vinícius realmente é um chato que não quer ninguém, mas a Manu foi a única garota em que ele me fez passar a noite acordada por chamada de vídeo, só para pegar informações sobre ela comigo.

(...)

- Fica ai bem rápido. Já já eu volto. - Disse o Vini saindo do carro.

- Você não está realmente tendo um caso com a minha irmã, não é? - Gritei vendo ele abrindo a porta da casa dela. Ele iguinorou a pergunta.

Tenho vontade de esganar esse garoto desde os meus 10 anos de idade, quando tinha acabado de entrar na minha primeira escola brasileira e ele ficou me jogando bolinha de papel.

"A menina riquinha e mimada que veio da França!" Ele dizia rindo. Se soubesse que eu trabalhei com o meu pai dia, noite e madrugada sem reclamar e por conta própria, não diria isso. Pelo menos foi mais rápido para voltar para o Brasil.

No mesmo dia eu joguei meu suco de uva nele e xinguei ele em francês, e foi assim que viramos quase inseparáveis.

- Não demora Vinícius! - Gritei.

- Cala a boca, pelo amor de Deus! - Ele gritou de volta, mas já estava dentro da casa dos meus irmãos.

- Seu machista. Pessoas que moram nessa rua, o Vinicius assiste Barbie, e o favorito dele é Barbie Escola de Princesas. - Gritei novamente.

- É mentira. - Ouvi ele gritar, e logo depois uma risada escandalosa. Parecia ser da Manuela. Ela mora aqui ao lado, mas a risada parecia ser aqui na frente, na casa da minha irmã.

Iguinorei isso, devia ser da casa da própria Manuela mesmo.

- Eu tô indo ai. - Gritei saindo do carro.

O vizinho da casa do outro lado (um senhor) saiu de sua casa, e seu olhar me deu até medo. Era como se ele pudesse me atacar com uma faca na mão a qualquer momento.

- desculpe. - Pedi sem graça, e sem gritar dessas vez. Ele deve estar irritado por isso, pelos gritos. Deu meia volta e entrou em sua casa novamente. Dei um suspiro e voltei a caminhar até a casa de meus irmãos.

Assim subi no primeiro degrau da varanda, o Vini saiu da casa com uma faixa de pano na mão.

- Que isso?

- Eu vou te vendar e te assasinar agora. - Ele disse vindo por trás de mim.

- QUE?!

- Você sabe que é mentira. - Ele disse rindo e colocando a faixa em meus olhos. Senti amarrar a ponta do tecido.

Quando já estava preso em meu rosto, o Vini só pediu para andar devagar, enquanto ele me guiava provavelmente até a porta da casa.

Sunset - (T3ddy)Onde histórias criam vida. Descubra agora