Capitulo 62

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~Luana

Se passaram algumas semanas.

- Oi Lu! - Minha irmã disse assim que abriu a porta da sua casa para mim.

- Oi Fer! Cadê o Edu?

- No quarto dele. - Ela respondeu me dando espaço para entrar.

- Mas então? Como foi o seu dia? - Perguntei.

- Ué? Que incrível esse bom humor! - Sentamos no sofá. - não duvido que o amor impossível tenha se tornado possível.

- Talvez sim, talvez não...

- Com certeza é sim! Você tá dando a opção. Não faz sentido dar a opção do "sim" do nada.

- ou eu estou dizendo "talvez sim, talvez não" porque sei que você vai pensar que é com certeza sim, mas na verdade é não.

- Voltamos a estaca zero. - Ela disse me fazendo rir.

- Bom. Eu ia no meu lugar favorito agora. Vai ser legal para colocar meus pensamentos no lugar. Só passei aqui pra dar um oi. - Disse caminhando até a porta.

- Tá bom. Até depois maninha!

- Até! - Disse saindo pela porta.

Entrei no meu carro e voltei a dirigir.

Desde o acidente do meu pai, tudo virou de ponta cabeça. Meus irmãos sairam de casa, comecei a namorar alguem que realmente não era bom, precisei arrumar um emprego que me pagasse mais e estudar ao mesmo tempo. Não vou dizer que tinha uma responsabilidade com a minha vó, por ela ser alguem de idade. Ela era mais esperta que eu. Eu tinha 18 anos. O Vini e outros amigos me ajudaram com tudo, mas acabei me afastando deles por conta do Arthur, até mesmo do Vini, apesar de não ter me afastado de vez como os outros. Eu lembro que até brigamos na época, basicamente por eu ser uma burra que fui super bem manipulada, e o Vini ficava bravo com isso. Depois veio o Lucas, a Manu... Lembro que fiquei meio indecisa entre deixar pra lá ou tentar ser amiga dos dois.

Ainda bem que eu tentei.

A Manuela foi a garota que me ajudou com o "empodeiramento feminino" ela vivia falando disso. Ela me fez ter meus proprios direitos. O Lucas me ajudou me afastando do Arthur. Depois a Manuela me passou literalmente um manual com o titulo "como ficar com o meu ex", o que digamos que deu uma forcinha pra que eu e o Lucas ficassemos juntos. Ele foi quem me fez descobrir o meu proprio valor, e o jeito que me tratava (e ainda trata) era como o meu pai. Talvez tenha sido uma das coisas que mais me chamou atenção nele. é obvio que tinham coisas diferentes, tipo elogios e quando começamos a namorar, mas tem alguma coisa nele que me lembra muito o meu pai. O Lucas também me ajudou a superar a morte do meu pai, da minha avó...

Eu comecei a ver as coisas de outra forma depois de que dois retardados entraram na minha vida. Apesar de ter tido desentendimentos com eles, agora está tudo bem e eu voltei a ser quem eu era antes. Sem a minha avó, e com os meus irmãos, mas eu voltei. Eu amo muito o Lucas e a Manuela.

Talvez alguem diga que sou uma melosa por isso mas... eu tenho motivos. Eles mudaram a minha vida de forma positiva. Eu sei que não demonstro tanto, mas sei que no fundo eles sabem o quanto gosto dos dois. A Manu como melhor amiga (talvez) , e o Lucas como namorado (talvez também). O que importa é que estamos bem agora.

Isso é tão maluco. Há 2 meses e meio eu estava dependendo de remédios e me sentindo a pessoa mais solitária do mundo.

...

Agora estou subindo no terraço daquele prédio. É final de tarde e eu amo ver o pôr do sol aqui. Faz bastante tempo que não venho.

- Lucas? - Vi ele sentado no chão.

- Lu?

- O que você faz aqui? - perguntei sentando ao seu lado.

- Eu tava passando aqui por perto e tive vontade, e que nostalgia hein!

- é... faz dois anos que não venho aqui também. - Disse num suspiro.

- Por quê?

- é... digamos que eu não tive mais coragem.

- Quer falar sobre isso? - Ele perguntou.

- Acho que não. - recusei.

- Tudo bem.

Ficamos em silencio por alguns minutos. Vendo o sol se pôr. Já pintei tantas vezes essa vista que agora consigo repinta-la de olhos fechados.

- Você consegue assoviar? - Perguntei quebrando o silencio.

- Quê? - Ele riu.

- Só me veio na cabeça. Deixa quieto. - Disse com vontade de rir.

- Você sabia que existe uma "maldição", que se duas pessoas de vermelho e preto. - Ele disse e eu prestei atenção nas nossas roupas. Estou com uma regata vermelha e ele com uma camiseta preta. - Verem o pôr do sol juntas, são condenadas a namorar até o dia que um dos dois fazerem um pedido de casamento?

- Sério?!

- Não. Eu acabei de inventar. - Ele disse se aproximando de mim. - Mas o que você acha? Aceita namorar com a pessoa mais idiota do mundo?

- Não! Que ser humano vai querer namorar o alguém mais idiota do mundo?! - Perguntei fazendo uma pausa, e ele riu. - Deixa eu pensar... tá bom. Aceito. - Disse fingindo estar entediada.

- Graças a Deus! - Ele continuou com a brincadeira e logo depois me beijou.

- Que tal fazer várias coisas diferentes no restinho desse dia? - Ele perguntou.

- Otima ideia! - disse e ele levantou. Me chamou e desceu a escada para dentro do restaurante.

Puta merda! Isso é tão legal! Dá até vontade de levantar, pular e cantar. E é isso que eu vou fazer agora.

Levantei do chão e comecei a pular, fechei uma das minhas mãos e coloquei na direção da minha boca, como um microfone imaginário.

- "but when he loves me, i feel like i'm floating. When he calls me pretty i feel liks somebody"

- Ei, sua maluca! - Ouvi a voz dele atrás de mim.

- Ah. Vamos. - Disse rindo.

- Você parecia estar fazendo um show. - Ele disse rindo também.

Sunset - (T3ddy)Onde histórias criam vida. Descubra agora