Capitulo 38

656 56 5
                                        


Já é o segundo dia, e provavelmente a Luana ainda deve estar neste hospital.

No momento eu estou entrando aqui, e acabo de ver ela sentada na mesma poltrona de ontem, desenhando com um desanimo que eu nunca vi antes. Não deve ter comido nada, por isso já estou com uma comida de um restaurante nas mãos.

- Oi Lu. - Sentei ao seu lado.

- Ah, oi. - Ela deu um sorriso fraco e me olhou.

- Toma, não deve ter comido nada desde ontem. - Lhe entreguei a comida.

- Obrigada, eu nem lembrei disso.

- O que cê tá desenhando?

- Na verdade eu estou... pensando. - Ela disse rabiscando a folha. - Minha vó disse hoje mais cedo que eu tinha que desenhar minha mãe pra ela. Ela disse que a única da familia que eu não desenhei, tirando eu mesma, foi a minha mãe. Ela quer ver logo isso e me dá um pouco de raiva porque ela está achando que vai... - evitou dizer algo. - hoje ou... sei lá. Você entendeu né?

- Nossa, mas isso é muito...

- Depressivo, doloroso... eu odeio a letra D. - Ela disse rabiscando a folha cada vez mais rapido e forte.

- Você sabe que isso não vai acontecer. - Peguei em sua mão que riscava o caderno, segurei e ela parou com os movimentos bruscos naquela folha.

- Não, eu não sei. Há quase 3 anos, eu só pensava que meu pai ia sair rápido, mais nada. Eu não imaginava que ele nunca ia voltar.

A forma que ela fala não demonstra tristeza, mas demonstra raiva. Eu sei que ela acha isso totalmente injusto e só não quer chorar na minha frente, por isso concentra só no que irrita. Eu conheço a Lu (pelo menos eu acho) e tenho uma amiga que sempre me diz sobre a Luana. A Manu no caso.

Eu abracei ela de lado, então ela deitou sua cabeça no meu ombro.

- Você é tão legal comigo.

- Eu gosto de você. - Eu disse sem olhar para ela.

- Você vai estar aqui?

- Como assim?

- Não vai embora como todos que disseram isso. - Ela disse, então eu me afastei para olhar bem em seus olhos.

- Não vou, é pra sempre, ok?

- Eu espero. - Ela sorriu e me abraçou novamente.

Por que tantas coisas ruins justo com ela?

(...)

- Oi gatinha de olhos verdes. - Manu apareceu ali. - Oi moleque que tem a franja caindo no olho. - Ela disse me olhando e eu ajeitei meu cabelo.

- O que cê faz aqui Manu? - Lu questionou.

- Eu sou sua amiga também tá legal. E lembra que quem foi ver se sua vó ainda estava viva ou não todos os dias enquanto vocês estavam fora fui eu.

É incrível como a Manuela inventa de ser sem noção nos piores momentos.

- Obrigada por estarem aqui. - Lu disse e deu um sorriso fraco.

- Sou sua amiga. - Manu disse e lhe abraçou de um lado.

- E eu seu namorado. - Disse e lhe abracei do outro lado.

Sunset - (T3ddy)Onde histórias criam vida. Descubra agora