Capítulo 57

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Eu fui atrás dela, chamei por ela mas fui iguinorando. A segui até chegarmos em um.... cemitério?!

Ela entrou lá dentro, e como estou fazendo, entrei também. Lhe vi sentada a frente de um túmulo, de cabeça baixa.

- Lu?...

- Por que você me seguiu? - Ela perguntou depois de alguns segundos.

- Desculpa. - Sentei ao seu lado. - E eu não queria te deixar confusa. Me desculpa. - Pedi novamente.

- Tá tudo bem. A culpa não é sua, eu já estive no seu lugar.

Comigo, há dois anos.

Eu olhei para os túmulos. Era um de sua avó, outro de sua mãe e o que ela estava sentada diretamente a frente era o do seu pai. Deve ser tão ruim para ela.

- Quer conversar?

Silêncio de longos segundos.

- Eu ainda sinto muito a falta deles. A minha mãe não tanto, eu não me lembro muito dela. Mas a minha vó e o meu pai...

Não soube o que dizer na hora.

- Lembrar que as minhas duas pessoas favoritas no mundo não estão e nem vão estar mais comigo me mata todos os dias. E pensar que as coisas poderiam ter sido diferentes pra minha mãe é totalmente horrível. Ela poderia ainda estar aqui.

Um longo silêncio ficou entre nós.

- Por que as coisas não podem ser diferentes?!

- Olha Lu... ninguém sabe, mas você tem que seguir em frente. - Disse me aproximando dela.

- É dificil!

- Eu imagino que seja, mas o que você acha que seu pai gostaria de te ver fazer?

- Viver, fazer amigos, ser feliz... pintar... - Ela disse a ultima frase com a voz trêmula.

- E a sua avó, e a sua mãe?

- A mesma coisa. - Disse ainda olhando para frente.

- Você pode tentar.

- Eu tô tentando, faz muito tempo. - Ela abaixou a cabeça.

- E eu te ajudo, a Manuela, o Vini, seus irmãos. A gente te ajuda, ok? Você não pode guardar tudo e soltar só quando está te sufocando.

- Eu sei disso.

- Você vai conseguir, tá legal? Eu sei que vai. - Disse e lhe abracei de lado.

Ela assentiu com a cabeça e me abraçou também. Ouvi sei choro baixinho, o que me fez suspirar e sentir um aperto gigante.

(...)

Depois voltamos até a sua casa. Ela está cansada então lhe acompanhei até aqui.

- Toma. - Lhe entreguei um copo d'água.

- Obrigada. - Ela bebeu da água

Estava sentada no sofá, e eu sentei ao seu lado, mas meio inclinado em uma das pontas do sofá, quase deitado, então ela se aproximou de mim e deitou sua cabeça em meu peito. Lhe abracei levemente. As cortinas das janelas laterais estavam abertas, então conseguia ver algumas casas ao lado. A Luz da sala estava desligada, mas havia um abajur numa pequena mesa ao lado do sofá, o que iluminava um pouco a sala. Eu liguei a tv, mas nada de tão bom passava. É noite, há um imenso silêncio. Desliguei a tv novamente e dei um suspiro, pensando sobre hoje.

Eu entendo que lhe deixei confusa, mas não era o que eu queria. Preciso me resolver antes de ficar tão proximo dela. Eu não sei se gosto dela. Há dois anos, eu sabia que não ficavamos logo juntos por conta do seu medo. Talvez eu sinta isso agora apesar de que acho que não precisava sentir.

Sei que ela não está tão mal por minha conta, mas sim por causa de seus pais, sua avó, mas eu posso fazer o que for preciso para ajuda-la.

~~

Depois de alguns longos minutos, percebi que estava dormindo. Olhei meu celular, era quase meia noite. Com cuidado, levantei do sofá e lhe ajeitei. Coloquei uma almofada em baixo de sua cabeça. Dessa vez já estava completamente deitada. Fui até o seu quarto e peguei um edredom da cama, peguei também uma folha e uma caneta de cima da mesa. Voltei na sala e lhe embrulhei. Ela dormia calmamente.

Com a folha e a caneta que tinha pegado, deixei um bilhete na mesa. Ela vai ver quando acordar.

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Você estava muito casada, por isso não te acordei. Precisei voltar pra casa, já estava tarde シ︎

fica bem Lu


ᵉ ᵈᵉˢᵇˡᵒᵠᵘᵉⁱᵃ ᵉᵘ ᵉ ᵃ ᵐᵃⁿᵘ ⁿᵒ ᶻᵃᵖ
ᶠᵃᶻ ᵈᵒⁱˢ ᵃⁿᵒˢ ,ʳˢ



Sunset - (T3ddy)Onde histórias criam vida. Descubra agora