Sunset - (T3ddy)

Capítulo 52

~Lucas

Alguns dias se passaram, e hoje, agora mesmo, neste sábado: descobri que é aniversário da Luana.

- Lucas, para de ser doido. Ela nunca vai gostar disso. - Manu disse tirando o colar das minhas mãos e devolvendo ao seu devido lugar na prateleira da loja.

- Por que a gente precisa rodar o shopping inteiro só para comprar algo que ela nem vai gostar? - Questionei. Não aguentava mais andar.

Fazem 3 horas que estamos passando de loja em loja, e se a Manuela disser "ela não vai gostar disso", mais uma vez, eu vou embora sem ao menos avisar. Fazem 3 horas!

- Ela está um amorzinho com a gente, merece algo legal.

- Sim. Agora que tal a gente comprar algo que ela realmente goste e sair dessa loja que vai me deixar pobre?

- E se... - Manu disse pensativa. - A gente tem que fazer uma festa surpresa?!

- Depende. Como?

- Ué. Com comidas, bebidas, decoração e presentes. A gente chama os vizinhos, aquela mulher doida que insiste em dizer que a Ivete Sangalo é a mesma pessoa que a Cláudia Leite. Ela é estranha mas tem que estar incluida. Todo mundo tem.

- Definitivamente não. - Disse negando com a cabeça.

- Por quê? - Ela perguntou séria e parou na minha frente.

- Porque a Luana é tímida ao ponto de se esconder embaixo da mesa do bolo.

- Tem razão né. - Manu disse, pensando, mais uma vez.

A Luana realmente é tímida, odeia ser o centro das atenções. Ela prefere estar com quem já tem uma certa intimidade do que fazer amigos por ai. Se alguém quiser se aproximar dela, tem que vir primeiro e puxar um papo interessante demais, ou besta demais ao ponto de faze-la rir. Eu conheço a Lu.
No meu caso, conversamos sobre coisas bestas demais ao ponto de faze-la rir, porque foi dificil descobrir coisas sobre ela no começo.

- Mas a gente precisa fazer algo! - Ela disse.

- A gente pode fazer algo pequeno e legal.

- Vocês gostam de simplicidade né?

- Desculpa ai, moça da casa rosa-choque. - Disse.

- Quem era que gravava vídeo com um urso gigante?

- Você é muito desumilde, Manuela.

- Para de ser sem graça. Eu só tô implicando!

- Eu sei. Eu também estou. - Disse olhando a hora no celular. - E se a gente continuar perdendo tempo aqui, é capaz de não dar tempo nem de ver a Luana hoje.

- Ah! Tá! O que você quer fazer? - Ela perguntou irritada.

- Eu quero sair dessa loja que cada colar desse custa o meu rim, e comprar algo que ela realmente vá gostar muito.

- Tipo? - Questionou olhando novamente os colares na prateleira.

- Quando você pensa nela, o que te lembra?

- Pinturas, uma senhora de 60 anos tirando foto do céu, um campo de tulipas...

- Um campo de tulipas? - Estranhei.

- Sim, uma vez ela viu na tv e ficou doida, disse que se estivesse lá, já teria vencido a vida.

- Você já pensou um flores? - Questionei como uma sugestão de presente.

- É tão comum. Tem que ser algo que ela goste mesmo sabe? Algo que ela vá usar talvez.

- Ela disse que faz tempo que não pinta. Disse até sobre as suas tintas que já nem servem mais. A gente pode dar tintas, e talvez ela volte a pintar.

- Se você diz. - Ela deu de ombros.

- E a gente pode comprar algum acessório. Mas não o que custa uma mansão em Paris.