Capítulo 04

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No sábado de manhã, estaciono a caminhonete em frente à minha casa, sentindo a nostalgia apertar meu peito

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No sábado de manhã, estaciono a caminhonete em frente à minha casa, sentindo a nostalgia apertar meu peito. Apesar de meu pai ter dinheiro, ele nunca foi um cara que ostentou riqueza, sempre optou pelo mais simples e foi em um jogo de futebol que conheceu minha mãe; uma escritora de romances.

Recosto no banco, deixando minhas mãos repousarem sobre o colo enquanto encaro a casa de dois andares na cor branca com um jardim tão lindo que dá inveja em qualquer vizinho.

Minha mãe, Jane Lynch, era a esposa, mãe e mulher perfeita, de um coração tão grande que não cabia no peito. Amava tudo que era bonito: jardins, pintura, decoração, livros e animes... tudo o que você imaginar, ela gostava.

Herdei esse lado nerd dela, porque a parte de garanhão e pegador do meu pai nunca esteve no meu sangue.

— Estou de volta, mamãe — sussurro com um nó na garganta.

A dor da perda nunca fica mais fácil, a gente aprende a lidar com ela, e mesmo tendo se passado cinco anos desde o último dia em que a vi, é como se tudo tivesse acontecido há poucos dias.

Meu pai nunca quis se mudar daqui, onde está presente as lembranças dos seus melhores momentos; o lugar onde construíram uma família dos sonhos. O jardim se manteve intacto, mais lindo que quando mamãe estava viva.

O primeiro ano foi o mais difícil, mas decidimos seguir em frente, ela ficaria feliz que fizéssemos isso. Dois anos atrás meu pai arrumou uma namorada seis anos mais velha que eu e estão felizes, hoje, morando juntos.

Abro a porta da caminhonete e desço, determinado a não ficar melancólico como todas as vezes em que volto para casa. Pego a bolsa no banco do passageiro, já ouvindo o Pingo — cachorrinho da minha madrasta — latir em desespero.

A história do nome dele é bem engraçadinha e meio sem sentido. Lauren soube que a cadela da sua amiga estava parindo, então me carregou para que eu ajudasse a escolher um bichinho para lhe fazer companhia enquanto meu pai trabalhava.

Fui com ela, chegando lá, havia três filhotinhos de Pinscher na cor preta, na verdade, pareciam manchas de tinta de tão pequeninos que eram. Quando peguei um em específico na palma da mão, Lauren percebeu uma pinta no seu pescoço, como se tivesse caído um pingo de tinta marrom, então foi aí que ela decidiu que o chamaria de "Pingo".

Meio sem graça, né? Mas no dia foi bem divertido.

Envolvo a maçaneta, rodo-a e abro a porta, inspirando o cheiro de menta ao adentrar em casa, um cheiro tão familiar que me envolve como se ela estivesse dizendo: "bem-vindo de volta, Rhavi!"

Fecho a porta e quando viro para frente, um estalo alto me faz sobressaltar e uma lufada de fumaça de pó da cor vermelha me cobre por inteiro.

Fico paralisado, meu coração batendo acelerado por causa do susto, ouço risadas e quando a fumaça abaixa, outro estalo soa alto.

CONQUISTANDO MINHA VIZINHAOnde histórias criam vida. Descubra agora