Capítulo 28

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Meu coração salta como uma bola de ping-pong em um torneio emocionante onde desesperadamente almejo vencer para não ser eliminado da competição. Não consigo discernir qual das duas situações é pior: o fato de ter me aprisionado em um mundo onde apenas Alana e eu existimos, ou a realidade pedindo um pouquinho de açúcar.

Ei, qual é a realidade e qual é o sonho aqui?

Estou me sentindo como se estivesse dentro daquela série "De Férias com Meu Ex" que ninguém admite que gosta, mas que todo mundo acaba maratonando no sofá.

Claro, eu não tenho nenhuma ex aqui, mas, caramba, a sensação é a mesma daqueles caras que entram em situações complicadas e inesperadas com a garota do passado. Só que no meu caso, parece que estou vivendo meu próprio episódio desse programa maluco.

Porra!

O que faço?

Leanne permanece diante de mim, tantas vezes esperei por isso que perdi as contas. Sonhei com ela batendo à minha porta, adentrando minha casa, não apenas como minha vizinha, mas como algo a mais.

Aqui está ela, seu sorriso lindo fazendo meu chão desaparecer, e eu, imóvel e caótico demais para articular uma resposta, tentando me reajustar.

— Oi — sua voz invade minha mente.

Minhas mãos começam a suar, e abro e fecho a boca sem conseguir formular as palavras.

Reage. Reage. Reage, cara!

Com um esforço hercúleo, consigo formular apenas uma palavra para responder:

— Oi!

— Surpreso, né? — Ela se aproxima, afastando a distância entre nós.

Meu coração martela como um tambor em um ritual ancestral, mas pelo menos começo a soltar algumas palavras coerentes.

— É... hm... um pouco.

Leanne sorri, os olhos azuis cintilando.

— Espero que eu seja uma surpresa agradável. — Seu tom de voz é calmo, e sinto meu pulso acelerar ainda mais.

Ela está tão perto que posso sentir seu perfume adocicado.

— Claro, uma... uma supressa muito agradável — gaguejo, lutando para não parecer um bobo.

Só que estou agindo como um bobo!

Leanne ergue uma sobrancelha, divertida com meu nervosismo.

— Ótimo. Então, sobre o açúcar... — Ela abre o pote de vidro que está segurando e me entrega, seus dedos roçando levemente os meus.

O toque é eletrizante, e uma corrente percorre meu corpo.

— Ah, sim, sim, eu posso te emprestar açúcar ou sal.

Percorro a outra mão pelos cabelos úmidos, indeciso entre convidá-la a entrar ou simplesmente pegar o açúcar, mas então a voz de Alana corta o silêncio e gela meu sangue.

— Rhavi, olha esse twitter sem noção...

Ela ergue o rosto do celular e seus olhos se arregalam, deparando-se com Leanne parada à porta. O sorriso que estava em seu rosto desaparece à medida que a compreensão a invade.

Meu coração aperta.

— Ah, oi, Leanne! — Alana tenta disfarçar o desconforto em sua voz.

Volto meu olhar para Leanne, e seus olhos percorrem a camisa que Alana está vestindo, na verdade, a minha camisa, antes de voltar a me encarar. Há algo em seu olhar que não consigo decifrar, algo estranho.

CONQUISTANDO MINHA VIZINHAOnde histórias criam vida. Descubra agora