Capítulo 33

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O som distante de batidas na porta e vozes animadas penetra meu sono. Murmúrios ecoam em meu subconsciente, mas eu resisto, afundando-me ainda mais no conforto do travesseiro.

Está tão gostoso aqui... macio, quentinho... ouço meu celular vibrar várias vezes, resisto também. Meu sono é mais importante agora, preciso revigorar minhas energias...

Sobressalto de susto quando sou arrancado do meu sono com o toque da campainha. Choramingo, debatendo as pernas, mas me arrependo de imediato quando meus músculos gritam, como se estivessem sendo rasgados.

— Fala sério! — Com um gemido, esfrego os olhos e alcanço meus óculos na cabeceira, minha visão embaçada logo clareia enquanto me esforço para me sentar na beira da cama

Ouço meu nome ser chamada do lado de fora, me levanto com a mente ainda em névoa do sono e saio do quarto. Ao passar pela sala, escuto as vozes crescerem em intensidade. Resmungo baixinho, sentindo cada músculo reclamar da movimentação. Chego à porta e a abro, deparando-me com Aidan, Liza e Alana, todos carregando sacolas.

— Ei, dorminhoco! — exclama Alana, rindo. — Estávamos quase chamando a polícia.

— Que horas são? — pergunto, franzindo a testa.

— Tarde demais para um preguiçoso como você! — rebate Aidan, empurrando-me para sair do caminho

Percorro a mãos pelos cabelos desgrenhados, confuso.

— O que está acontecendo? — inquiro, ajeitando os óculos.

— Dia de cinema! — anuncia Liza, exibindo um sorriso contagiante.

Ao olhar melhor para eles reunidos em volta da mesa, noto que trouxeram petiscos, bebidas e até mesmo algumas guloseimas.

— Não fiquei sabendo disso — digo, minha voz saindo grogue.

— Agora está! — Liza responde, dando um sorriso meigo.

Meus amigos decidiram comemorar o quê? Minha derrota?

— Que horas são, hein? — pergunto, bocejando e fechando a porta.

— Meio-dia! — Liza responde.

— O quê? — olho no relógio de parede.

Porra, eu entrei em coma?

— Vocês nem avisaram que vinham — murmuro, sonolento, coçando a barriga nua. — Acordei agora, nem tomei café e acho que não tem nada de comer na geladeira. Não fui ao mercado.

— Senhor Sullivan vai vir aqui hoje? — Liza pergunta, seus olhos brilhando.

— Aham!

— Vou ficar aqui até ele chegar — diz, animada.

Aidan concorda com um murmuro.

Encontro com os olhos de Alana, me encarando. Ela está com um copo na mão e, de repente, seus olhos descem pelo meu corpo, fazendo-me sentir um arrepio na nuca.

Pigarreio, ela dá apenas um sorrisinho e desvia o olhar.

— Acho que a gente deveria arrumar as coisas — Alana diz para Aidan.

— Aqui está os hamburgueres de picanha.

Pego a travessa com os hamburgueres, caminho até a cozinha, passando pela Alana, e a coloco dentro da geladeira, aproveitando para encher um copo com água. Bebo em um gole só, encarando-a sobre a borda e coço a barriga.

Ah, é mesmo, estou só de short de dormir... ah, foda-se!

— Bom, ajeitem as coisas aí que vou tomar um banho — digo, largando o copo na pia.

CONQUISTANDO MINHA VIZINHAOnde histórias criam vida. Descubra agora