Capítulo 38

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Você... você quebrou o coração da Alana, Clark!

Foi você, só você!

Agradeço ao atendente da farmácia ao receber os remédios que sei que Alana vai precisar ao acordar com ressaca. Dou um gole no meu café, feliz por ele estar bem quente nessa manhã congelante.

Bom, eu sei que fui meio lerdo o tempo todo, perdendo oportunidades preciosas para falar sobre meus sentimentos, mas é complicado colocar tudo para fora da maneira certa. É confuso.

Por isso não fique com raiva de mim, por favor, só que... caramba, me apaixonei pela minha melhor amiga e o que mais temia era que nossa amizade fosse abalada, o que obviamente acabou acontecendo.

Só me dá um desconto, tá?

Dou outro gole, resmungando por ter queimado a língua, e encaro meu prédio. Quando sai, uns vinte minutos atrás, Alana ainda estava dormindo, então há uma grande chance de pegá-la acordada e finalmente esclarecer tudo; até tenho um discurso pronto.

Meu celular apita, tiro-o do bolso ao entrar no prédio. Congelo quando vejo que é uma mensagem da Alana, meu coração agita como um passarinho dentro da gaiola.

Pet: Precisamos conversar.

Inspiro fundo, ajeitando o celular na mão para digitar, só que outra mensagem chega.

Pet: Não podemos deixar as coisas ficarem assim, Pet. Não somos desse jeito, tão infantis. Prometemos que nada nos afastaria e que tudo se resolveria com conversa.

Eu: Concordo.

Pet: Espero você no meu apartamento.

Aperto o botão do elevador, tentando me acalmar, bebo meu café e leio a outra mensagem que chega.

Pet: Ah, e estou sem roupa, se não chegar aqui em três minutos, pode esquecer...

Cuspo todo o café, engasgando-me.

Esquecer o quê, pelo amor de Deus?

Olho para o elevador e sem pensar, corro para as escadas.

Foda-se, tenho três minutos!

Ela está sem roupa cara... sem roupa! Como assim?

Meu coração dispara enquanto corro pelas escadas do prédio, segurando firme o copo do meu café em uma mão e uma sacola de remédios na outra. Meus passos apressados ecoam nos degraus. Ao chegar no andar, paro bruscamente em frente ao apartamento de Alana, arfando pela corrida.

Será que levou três minutos? Acho que foi menos, porque sou mais rápido que o Barry Allen, o Flash.

Bato na porta com um toque apressado. Alana a abre com uma expressão fechada, ou pelo menos tentando. Não consigo conter o ar de urgência e, entre respirações ofegantes, solto:

— Você disse sem roupa? — Meus olhos descem pelo seu corpo, mas... — Você está com roupa — aponto, decepcionado, voltando a encontrar com seus olhos.

Segundos se arrastam, e permanecemos em silêncio, cada um encarando o outro.

— Precisamos conversar — ela diz.

— Sim, conversar.

Ela mexe na franja, e eu aperto o copo do café, sentindo a tensão no ar.

— Fala você primeiro — pede.

— Não, fala você! — devolvo, meu café parece prestes a escapar das bordas do copo.

Alana aperta os lábios, e quando penso que ela não vai dizer nada, resolvo jogar a verdade logo. No entanto, ao mesmo tempo em que minhas palavras saem, as dela também vêm de supetão.

CONQUISTANDO MINHA VIZINHAOnde histórias criam vida. Descubra agora