Capítulo 35

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Saímos da roda gigante com Leanne rindo tanto de mim, que tenho certeza de que posso ouvir sua risada a quilômetros de distância.

— Sério, Rhavi? — indaga, entre a risada.

— Para! — resmungo, parando de andar porque minhas pernas estão meio bambas, o que está dificultando minha locomoção. — Não ria!

Parece que cada vez que peço mais ela ri.

— Não consigo esquecer sua cara lá em cima — ela diz, controlando o riso. — Acho que nunca vi alguém tão nervoso em uma roda gigante antes!

Rolo os olhos, tentando manter minha dignidade.

— Não sei do que você está falando. Eu estava apenas... apreciando a vista, sabe?

— A vista da sua cara branca de medo?

— Para a minha defesa, senhorita Kinsley, eu me assustei quando ela balançou — resmungo, levando a mão no rumo do coração.

— Aquele grito que você soltou, foi tãããão romântico! — ela suspira de um jeito sarcástico.

— Nossa! — meu rosto começa a esquentar.

Que humilhação, cara!

Voltamos a caminhar em direção à barraca de tiro, onde meus amigos estão nos esperando. Enquanto andamos, continuo na tentativa de salvar minha reputação.

— Estava só praticando meu grito para quando eu marcar um touchdown — digo, ajeitando meus óculos. — E eu não queria que o vento bagunçasse meu cabelo, demorei um tempão para deixá-lo bonito.

Leanne ri, ajustando a jaqueta que eu lhe emprestei no topo da roda gigante, quando uma brisa gelada fez com que ela estremece de frio.

— Você é perfeito, sabia?

— Eu, perfeito? — olho para ela.

Leanne assente e me encara, esboçando um sorriso alegre que realça seus olhos azuis. Eu queria que aqueles olhos castanhos estivessem me encarando agora, desse jeito, mas...

— Não sou perfeito — retruco, pigarreando. — Posso listar algumas coisas que me tornam imperfeito.

— Diga-me.

— Hmm... — levanto os dedos enquanto enumero minhas "falhas". — Primeiro, meu talento para derrubar coisas. Já perdi as contas de quantos copos foram vítimas das minhas mãos desastradas.

— Meu vestido pode atestar isso — ela murmura, contendo um sorriso.

— Devo a você um vestido — abaixo um dedo. — Segundo, minha habilidade em confundir datas importantes. Aniversários, compromissos... uma vez esqueci o aniversário da Alana, só lembrei um mês depois. Fiquei congelado de medo na hora, pensando: Puts, estou ferrado! Tentei consertar, mas não deu certo.

— Ela não comentou ou algo assim?

— Nadinha... — faço um som com os dentes. — Pelo menos, acho que não.

— O que aconteceu?

— Ela ficou um mês sem falar comigo quando eu lembrei.

— Meu Deus! — Leanne ri. — Sério?

— Completamente sério — balanço a cabeça. — Agora tem um post-it na porta do meu guarda-roupa, aviso na agenda e no celular, para que eu nunca mais esqueça.

— Acontece.

— E ela entende? — resmungo, e mais um dedo se ergue. — Terceiro, minha incrível capacidade de tropeçar em nada. Não importa onde esteja, sempre consigo a proeza de cair na frente de todo mundo.

CONQUISTANDO MINHA VIZINHAOnde histórias criam vida. Descubra agora