"A culpa é sua por ter esse sorriso
Ou a culpa é minha por me apaixonar por ele?"("De quem é a culpa?", Marília Mendonça)
Perto das 17h meu celular tocou. Número desconhecido. Resolvi atender. Nunca se sabe se é apenas uma gravação com voz robótica, parte do telemarketing das operadoras, ou se é algo sério.
— Alô? — disse, hesitante. Se for banco oferecendo cartão de crédito, desligo na tora.
— Olá — o ronronar inconfundível identificou a chamada desconhecida. — O porteiro do meu condomínio me passou seu número. Disse que você era um encanador de confiança.
— Pois sou. — Resolvi dar corda. Que mal fazia? Logo meu turno acabaria e eu me afastaria da tentação. Não correria riscos.
— Eu tô com um probleminha no apartamento. Teria como você dar uma passada por aqui?
Para combinar com os problemas dela, meu plano entrara pelo cano. Ela quer me ver, e agora? A expectativa de dar perdido indo embora no minuto em que o relógio marcasse 16:59, e eu passasse o bastão para o próximo porteiro, evaporou-se.
— Claro. — Claro?! Pelo jeito, o F1 estragado chega pra todos.
— Quando você pode vir?
Nunca, jamais, em tempo algum. Só posso ir pra casa, arrumar a bagunça e resolver os assuntos pendentes do meu outro emprego.
Em vez de dar um firme "não" como resposta, olhei as horas no celular para recalcular a rota.
— Estourando, daqui a dez minutos — estimei.
Sim, mestra. Mais força, minha senhora. Pode fincar o salto na minha cara, não me importo. Tá tranquilo de respirar pela máscara, aperte a coleira sem dó, minha deusa.
Eu estava a um passo disso.
— Ótimo. — Do outro lado da linha, senti sua animação. — Até mais.
Silêncio. Com o fim da ligação e o processamento das informações, da minha própria postura, somente uma pergunta me atormentava:
— Meu Senhor, no que eu me meti? — murmurei para as paredes.
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Meu CEO Porteiro
Romance+18 | Completo | Dizem que dois bicudos não se bicam e isso fica claro para Ítalo quando, em seu primeiro dia como porteiro de um condomínio de luxo, conhece Luciana, uma moradora provocante que o tira do sério só de respirar. Entre tapas e beijos...