44 | Só falta você me responder

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"Depois daquele beijo que me deu
Me sinto adolescente quando você chega mais perto de mim
Nunca me senti assim e vou até o fim

Põe a sua mão na minha
Acho que essa vez é pra valer"

("Minha namorada", Ferrugem)

O vestido de alça, daqueles soltinhos, fisgou logo a minha atenção

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O vestido de alça, daqueles soltinhos, fisgou logo a minha atenção. Se ela abaixasse um pouco mais, o vão do decote me permitiria ver até sua alma.

— Perfeito — apontei, sentado dentro do provador para economizar energia e poupar o abre e fecha da porta.

— Você falou o mesmo sobre os outros seis — rebateu, desconfiada.

— Porque é verdade. — Dei de ombros. — Não tenho culpa de que até num saco de batatas você continuaria linda.

Também aprecio a troca de roupas. Quanto mais, melhor.

— Devo me preocupar com o meu consultor enviesado? — Ela começou a tirar o atual vestido para realizar a próxima troca e eu perdi o fio da meada.

Todos a favor de criminalizar Luciana se vestir? — Meu cérebro consultou os neurônios, os quais se pronunciaram a favor da nova lei e dispararam os impulsos responsáveis pela minha ação seguinte.

Segurei seu antebraço — antes de ela cometer o crime de experimentar outra peça de roupa e se cobrir — e puxei-a para mim. Ela aterrissou em meu colo. Eu deslizei a mão por sua coxa enquanto me inclinava para beijá-la.

— Vou tomar como um "sim" — concluiu, antes de me corresponder e correr seus dedos pelo meu cabelo para grudar seus lábios nos meus.

Minha mão subiu, encontrando e apertando sua bunda, descontando o desejo retido e acumulado. Ajeitei-a em meu colo, às pressas, sem pensar em mais nada. Com uma mão, amparei suas costas. Com a outra, tratei de desabotoar a calça.

Quando eu me tornara o lado insensato da equação? Não sei ao certo. Em algum ponto entre a noite de ontem e a manhã de hoje uma chave girara em minha mente, emperrara e, agora, não tinha mais volta.

Nada seria como antes.

Viciei-me, decerto. Rosto, corpo, cheiro e gosto. Arrebatado por uma paixão que tomava conta de mim, só queria senti-la através de todos os meios que se fizessem necessários.

Sequer raciocinava. Havia engatado o câmbio automático e perdi a noção de hora e lugar — principalmente, da adequação. Onde eu tava com a cabeça?

Para piorar, na primeira sentada caprichada, cometi (de novo) um erro bobo: não controlei o meu volume. Lá estava eu, deixando um gemido alto escapar.

Luciana tentou remediar, tapando minha boca quando percebeu o estrago. No entanto, nem sua tentativa de abafar o caso poupou-nos da intervenção. Quase de imediato, uma das vendedoras bateu na porta de leve, perguntando se estávamos bem.

Meu CEO PorteiroOnde histórias criam vida. Descubra agora